Nova Coordenação Colegiada da Cuia planeja ações para próximo mandato

Nova Coordenação Colegiada da Cuia planeja ações para próximo mandato

Novas políticas relacionadas à permanência de estudantes indígenas em programas de pós-graduação estão dentre as propostas.

A partir do mês de junho, a Comissão Universidade para Indígenas da UEL (Cuia) será regida por uma nova coordenação colegiada. Segundo o ofício CUIA UEL nº 017/2024, na última quinta-feira (25), foi realizada a reunião que elegeu os novos membros que exercerão a coordenação pelos próximos dois anos.

O professor Wagner Amaral, do Departamento de Serviço Social (Cesa), ocupará o cargo de coordenador, enquanto a professora Sarah Beatriz Meirelles Felix, do Departamento de Saúde Coletiva (CCS), o de vice coordenadora. A professora do Departamento de Psicologia Social e Institucional (CCB) Flavia Fernandes de Carvalhaes foi eleita para a Secretaria Executiva da coordenação.

De acordo com o coordenador, os novos membros têm um longo caminho pela frente durante os 24 meses de mandato. “Os membros eleitos têm uma tarefa importante, que é aprimorar e qualificar ainda mais a política de ingresso e permanência de indígenas na universidade”, explica Amaral. A política da instituição, segundo ele, é “articulada a uma política estadual e conduzida pelo governo do Estado do Paraná desde 2002. Cada universidade tem esse desafio de incrementar esse processo, assim como a UEL tem feito principalmente na última década”, lembra Amaral.

Coordenador,
Wagner Amaral (Imagens: Arquivo Pessoal)
Vice coordenadora,
Sarah Beatriz Meirelles
Secretária Executiva,
Flávia Fernandes

Durante a reunião, foram discutidas as propostas que serão implementadas no novo mandato. A UEL é a única universidade estadual do Paraná que oferece cotas para indígenas, negros e pessoas com deficiência em todos os programas de pós-graduação. Pensando nisso, Amaral e coordenação eleita pretendem “ter uma atenção especial aos ingressantes e aos estudantes que permanecem nesses programas”, pensando em uma política específica que vai desde a bolsa, vinculada à Capes e a outros órgãos de fomento, como também a própria produção do conhecimento.  

“A própria produção do conhecimento, as metodologias e as epistemologias implicam nesse processo de orientação, de permanência e de protagonismo dos indígenas como intelectuais e articuladores tanto dos conhecimentos tradicionais de seus povos quanto dos acadêmicos”, explica. 

Para a nova secretária executiva, as frentes de ação traçadas trabalharão com o objetivo de fortalecer a relação com os colegiados de curso da Universidade para pautar o debate sobre a presença indígena na UEL em cada curso, além de discutir os desafios da efetivação de uma educação na perspectiva intercultural. 

“Ainda no sentido de pensar estratégias que contribuam na permanência dos estudantes na Universidade, vem sendo desenhado um trabalho em rede em parceria com a Clínica Psicológica, Sebec e CCS no sentido de pensar uma política no campo do atendimento da saúde mental específica para estudantes indígenas. Isso vem se traçando como possibilidade de trabalho nos próximos dois anos”, explica Flávia.

Na próxima sexta-feira (30), será realizada uma oficina de planejamento estratégico a fim de se delimitar um plano de ações da Cuia para os próximos 10 anos, fazendo isso de modo coletivo e tendo a participação de lideranças indígenas, estudantes indígenas e educadores do Ciclo Intercultural. 

*Estagiária de Jornalismo na COM/UEL.

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