Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisa é contemplada com R$ 10 milhões do Governo Federal
Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisa é contemplada com R$ 10 milhões do Governo Federal
Com os recursos, UEL, poderá assegurar a manutenção dos equipamentos da Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisas por pelo menos três anos.A Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisa (CMLP) da UEL foi contemplada com o valor de R$ 10.090.898,87 em um dos Editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) mais concorridos entre as Universidades brasileiras: Edital Pró-Infra Recuperação e atualização de ambientes de pesquisa e equipamentos.
O projeto submetido pela PROPPG/UEL foi avaliado com nota 4,76 de 5 pela Finep, empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O valor aprovado é proveniente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e será utilizado para manter a infraestrutura de pesquisa disponível nos Laboratórios Multiusuários de Pesquisa da UEL e no Biotério Central do CCB.
Os laboratórios multiusuários de pesquisa da UEL reúnem equipamentos de médio e grande porte, alguns com valor milionário, que são fundamentais para a realização de estudos científicos de alta complexidade. Esses espaços permitem que pesquisadores da Universidade desenvolvam projetos inovadores, contribuindo com descobertas relevantes em diversas áreas do conhecimento. A existência e o uso qualificado desses equipamentos colocam a UEL entre as instituições de destaque na produção científica no Brasil e também em reconhecimento internacional.
Com o recurso conquistado pela UEL, a CMLP poderá assegurar a manutenção desses equipamentos por pelo menos três anos, explicou o diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG), Eduardo Araújo.
“Os recursos disponibilizados por este edital permitirão a realização de manutenções preventivas nos equipamentos da CMLP, assegurando seu pleno funcionamento. Sempre tivemos o compromisso de preservar e valorizar os equipamentos multiusuários que os pesquisadores da UEL conquistaram ao longo dos anos. Até então, os recursos disponíveis não eram suficientes para atender plenamente essa demanda — realidade que começa a mudar com a aprovação deste projeto. A partir de agora, nossos esforços estarão voltados para a captação de novos investimentos, com o objetivo de ampliar a capacidade analítica da CMLP, incluindo a substituição de equipamentos obsoletos”, pontuou o diretor.
Trocas e mantenimento
Os recursos financeiros estarão disponíveis para a CMLP ainda no primeiro semestre de 2025. O financiamento será destinado à manutenção dos equipamentos, garantindo que permaneçam operacionais e acessíveis à comunidade acadêmica. Esse trabalho de manutenção, que pode ser corretivo ou preventivo, será realizado por técnicos especializados.
“Em alguns casos, é necessário substituir peças que já apresentam desgaste ou risco iminente de falha. Outras vezes, mesmo que a peça ainda esteja funcionando, identificamos a possibilidade de utilizar uma versão mais moderna, que melhora o desempenho do equipamento”, explica Araújo.

A contratação de um técnico especializado representa um custo significativo para a CMLP, que pode chegar a R$ 15 mil ou R$ 20 mil, considerando todas as despesas envolvidas para o deslocamento do profissional e o valor elevado de sua hora de trabalho. Conforme reforça o diretor de pesquisa, “a manutenção é indispensável, caso contrário, corremos o risco de deixar inoperante um equipamento de alto valor, que pode chegar ao custo entre R$ 5 e R$ 8 milhões.
Alocação de recursos
Com a manutenção dos equipamentos garantida, o foco da Central agora se volta para a expansão de sua infraestrutura. Um dos destaques é o Laboratório de Pesquisa em Ciências Humanas (LAPECH), que precisa ser ampliado e modernizado para atender às demandas crescentes da área. Segundo Araújo, é necessário investir em novos equipamentos que ampliem a capacidade analítica e metodológica das pesquisas desenvolvidas no laboratório, que atende pesquisadores dos centro de Ciências Exatas (CCE), Educação, Comunicação e Artes (Ceca), Estudos Sociais Aplicados (Cesa) e Letras e Ciências Humanas (CLCH).

Investir em tecnologias mais avançadas para as Ciências Humanas é essencial para qualificar estudos que tratam de questões sociais, culturais, históricas e políticas. Ferramentas modernas, como softwares de análise de dados qualitativos, plataformas de mapeamento social, digitalização de acervos e equipamentos audiovisuais, tornam possível uma investigação mais precisa, interdisciplinar e conectada aos grandes debates contemporâneos. Essas tecnologias também aproximam a produção científica da realidade social, contribuindo com políticas públicas e estratégias de desenvolvimento humano.
“Nossa estratégia, neste momento, é captar novos recursos. Já estamos preparando a submissão de um projeto a um edital aberto pela Finep voltado à expansão, no qual pleitearemos R$ 15 milhões”, adiantou Araújo.
Desde sua criação, em 2009, a Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisa (CMLP) da UEL vem se consolidando como um pilar estratégico para o avanço da ciência na instituição. Ao longo desses anos, acumulou investimentos provenientes de diversas fontes de fomento, como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Fundação Araucária, Finep, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial (SEIA) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Os recursos captados são gerenciados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG) em conjunto com os coordenadores dos laboratórios multiusuários que compõem o Comitê Gestor da CMLP, promovendo uma gestão colegiada, transparente e orientada por critérios técnicos.
Essa estrutura colaborativa e eficiente tem permitido à UEL fortalecer continuamente sua infraestrutura científica, o que se refletiu na recente aprovação no edital Pró-Infra Recuperação. A Universidade foi uma das 157 instituições de ensino superior contempladas em todo o Brasil — entre as quais 31 tiveram seus projetos rejeitados. O resultado reafirma a UEL como uma das universidades estaduais com melhor infraestrutura de pesquisa no Paraná, ao lado da Universidade Estadual de Maringá (UEM), destacando seu compromisso com a excelência acadêmica e a inovação científica.

(*Bolsista na Coordenadoria de Comunicação Social – COM).