Um sábado de imersão tecnológica e troca de experiências. Estudantes do projeto Talento Tech nas cidades de Imbaú, Primeiro de Maio, Rio Branco do Ivaí, Santa Cecília do Pavão, São Jerônimo da Serra, Santo Antônio do Paraíso e Tamarana estiveram no campus da UEL no último final de semana para participar do “Conexão Talento Tech: UEL de portas abertas”. Após serem recepcionados no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), os alunos ouviram propostas de inovação desenvolvidas pelos colegas e seguiram pelo campus para visitar laboratórios dos centros de Ciências Exatas (CCE) e Ciências Agrárias (CCA).

Entre as experiências compartilhadas estava a do estudante Ozéias Vinicius Proença. O jovem concluiu o ensino médio no ano passado na cidade de São Jerônimo da Serra (a 94 km de Londrina). Enquanto participava das aulas do projeto Talento Tech, Ozéias teve a ideia de criar um site para facilitar os atendimentos na lanchonete da família.

“O meu pai me incentivou totalmente. Ele começou a pensar na divulgação dos lanches, nas fotos, me deu algumas ideias e eu fui implementando no site. Isso facilitou a organização e trouxe um ar mais profissional para o negócio familiar. É um site simples, mas um grande avanço para mim e para os meus pais”, comemorou Ozéias. O aluno pretende continuar os estudos na área de programação e sonha em cursar medicina para aliar a tecnologia à saúde.

Gustavo Henrique Sampaio mora em Tamarana (a 53 km de Londrina) e está no 3º ano do ensino médio. Ele também apresentou propostas de inovação durante o evento na UEL.

“Um dos projetos é criar um chatbot para a prefeitura da minha cidade com o intuito de resolver os problemas de comunicação e fazer com que os funcionários possam focar em outras áreas enquanto o chatbot responde a população. Também pretendo criar um clube de estudos da área de computação para tentar ensinar e aprender com os jovens e desenvolver soluções”, explicou.

O projeto Talento Tech, promovido pelo governo do Estado, é realizado em 50 municípios do Paraná e pretende qualificar três mil alunos no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Os estudantes selecionados são do ensino médio e do ensino superior, como a universitária Letícia Sumiko Sato, de São Jerônimo da Serra, que está no 3º ano do curso de Direito na UEL.

“Antes do projeto, eu não tinha quase nenhum conhecimento na área. Eu tinha dificuldade até com coisas básicas de informática. Durante o curso, eu desenvolvi aplicativos, sites, coisas que eu jamais imaginei que um dia eu conseguiria fazer. A tecnologia hoje está cada vez mais presente em todas as áreas, inclusive na jurídica. Muitos escritórios e órgãos públicos já utilizam ferramentas digitais e até mesmo inteligência artificial. Então, saber lidar com esse tipo de recurso é um diferencial”, comentou.

Talento Tech

O projeto é realizado em parceria com as sete universidades estaduais, a Fundação Araucária e quatro secretarias estaduais (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI; Educação – SEED; Planejamento – SEPL e Inovação e Inteligência Artificial – SEI). A UEL dá suporte ao programa por meio do Núcleo de Educação a Distância (Nead/UEL).

“A possibilidade de trazê-los para a universidade é também uma oportunidade para nós mostrarmos os nossos laboratórios, a aplicação tecnológica e o quanto é importante o acesso ao conhecimento científico e tecnológico que implica e possibilita a inovação. Apresentamos a universidade inclusive na expectativa de que eles possam estar conosco como universitários, como acadêmicos e escolhendo um dos nossos cursos”, destacou a reitora da UEL, Marta Regina Favaro.

Segundo o secretário de Estado da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, o Talento Tech busca estimular o desenvolvimento dos municípios do Paraná que apresentam os menores IPDM (Índice Ipardes de Desempenho Municipal). O cálculo considera dados relacionados à renda, emprego, produção agropecuária, saúde e educação.

Os participantes recebem apoio financeiro por meio de bolsas e ainda um notebook para realizar as atividades de forma híbrida com aulas EaD e encontros presenciais.

“É um grande projeto de transformação dos municípios, com desenvolvimento econômico e também formação de talentos fazendo com que esses jovens possam depois trabalhar na própria cidade para gerar desenvolvimento econômico, melhorar os índices e, além disso, ser inspiração para outros jovens”, explicou.

O curso de formação tem duração de dez meses. Os estudantes estão nas etapas finais e participarão de um hackathon regional. Os finalistas seguirão para a etapa estadual com premiação em dinheiro.

“A gente tem uma uma percepção que os nossos alunos mudaram muito nesses meses, amadureceram. A gente vê também uma movimentação em relação à questão da empregabilidade. Já temos alunos que estão trabalhando na área da programação”, ressaltou a coordenadora do programa pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e assessora da Diretoria de Ensino Superior da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Paola Scortegagna.

*Bolsista no Núcleo de Educação a Distância – NEAD/UEL.