Clubes de Ciência de Londrina e região visitam museus na UEL 

Clubes de Ciência de Londrina e região visitam museus na UEL 

Nesta quarta-feira (28) a Universidade Estadual de Londrina, por meio da equipe NAPI – Paraná Faz Ciência, recebeu a visita de estudantes que integram os Clubes de Ciência em Londrina e região, atribuídos ao Núcleos Regionais de Educação (NRE) da cidade e de Telêmaco Borba. Com o evento: “Biomas na UEL, dos clubes de ciência […]

Nesta quarta-feira (28) a Universidade Estadual de Londrina, por meio da equipe NAPI – Paraná Faz Ciência, recebeu a visita de estudantes que integram os Clubes de Ciência em Londrina e região, atribuídos ao Núcleos Regionais de Educação (NRE) da cidade e de Telêmaco Borba. Com o evento: “Biomas na UEL, dos clubes de ciência à pesquisa e extensão na universidade”, os alunos puderam conhecer museus, bem como pesquisadores.

Os clubes visam amplificar o contato de estudantes dos ensinos Fundamental e Médio com a pesquisa científica. A programação do evento contou com a apresentação do NAPI – Paraná Faz Ciência, tanto quanto do PET Biologia e a saudação de boas-vindas proferida pela Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Sociedade, Zilda Andrade.

Na ocasião, a pró-reitora reforçou o convite à Feira das Profissões, que será realizada no dia 1º de julho, no campus universitário, e salientou a expectativa de que estes jovens ingressem no Ensino Superior: “a universidade se coloca de portas abertas para vocês pensarem em seu futuro. Fazer um curso superior, aumentarem os seus conhecimentos, compartilharem os seus conhecimentos”, destacou aos jovens cientistas. 

Zilda Andrade, pró-reitora de Extensão, Cultura e Sociedade; Débora Sant’Ana, articuladora do NAPI Paraná e UEM; Mariana Andrade, articuladora do NAPI – Paraná Faz Ciência – UEL; Leonardo Zanoni e Iramar Pamplona, técnicos pedagógicos do NRE; e Eduardo José de Almeida Araújo. (Foto: Elissa Gebauer).

Programação 

As visitas foram distribuídas entre manhã e tarde. Iniciando com falas de boas-vindas, realizadas no Anfiteatro Cyro Grossi (CCB), seguidas de visitas alternadas entre o Museu de Zoologia e o de Ciência e Tecnologia de Londrina (MCTL). A Universidade Estadual de Londrina, por meio do NAPI, coordena 18 clubes, localizados em Londrina, Ortigueira, Ibiporã e Reserva (PR). 

Ao todo, o Paraná contempla 200 clubes, apoiados por 12 Instituições de Ensino Superior (IEES) federais e estaduais, dentre elas a UEL. Financiados pela Fundação Araucária e pelas Secretarias de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e Educação (SEED), os clubes podem ser multidisciplinares e agregar várias áreas do conhecimento, desde a Física à Literatura. 

Os bolsistas do grupo NAPI – Paraná Faz Ciência da UEL propõem, por meio das ações de pesquisa e extensão, trabalhos junto aos clubes, suporte aos professores dos ensinos Médio e Fundamental, além de facilitarem o levantamento de equipamentos e materiais a serem adquiridos, a proposição de projetos, entre outras ações. 

Iniciativa impacta na formação e no desenvolvimento dos estudantes como futuros pesquisadores. (Foto: Elissa Gebauer).

Mariana Andrade é docente do Departamento de Biologia Geral (CCB) e articula o NAPI – Paraná Faz Ciência na UEL. Sua carreira na pesquisa é voltada ao ensino de ciências. Ela é quem pensou o roteiro de visita aos museus: “Todos esses museus têm um papel muito importante com a educação básica que é, justamente, por meio de atividades extensionistas, adequar a linguagem científica para incentivar os alunos a gostarem de ciências. Esse trabalho de organizar exposições, atividades, aproxima os alunos da universidade por meio de uma linguagem mais acessível. Quanto mais eles vierem, mais eles conhecem outros espaços da universidade”, conta. 

Débora Sant’Ana, articuladora dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) a nível Paraná e Universidade Estadual de Maringá (UEM), pensa o fortalecimento mútuo entre universidade e ensino público, por meio dos clubes: “A universidade como instituição formadora de profissionais, de professores, possibilita a pesquisa sobre o impacto dessa iniciativa na formação e no desenvolvimento desses estudantes como pesquisadores, e traz uma sensação de pertencimento dos estudantes da educação básica para a área de ciência, para a pesquisa, e também para o ambiente universitário, tornando-os mais próximos, fazendo trocas, co-criando efetivamente soluções e estruturas de funcionamento para esses clubes”, relata. O evento se deu em parceria com a UEM e foi pensado a partir da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2024. 

Primeira vez na UEL 

Maria Helena Hoinocz Van Haandel viajou três horas de Reserva (PR) até Londrina, para conhecer a UEL junto à sua turma. Aos 14 anos, ela cursa o ensino fundamental e integra o Clube RISO, Robótica Inclusiva e Social, focado em promover soluções para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Em sua escola, o Colégio Estadual Manoel Antônio Gomes, as aulas de robótica já eram ministradas há quatro anos. O clube, porém, iniciou suas atividades em 2024, com recursos do estado. O colégio recebeu os primeiros materiais este ano, entre eles o protoboard, uma plataforma para a montagem de circuitos eletrônicos. 

Janinha Pereira e Maria Helena Hoinocz pela primeira vez na UEL representando o Clube RISO. (Foto: Leiliani de Castro)

A jovem cientista se interessou pelos benefícios que a robótica pode oferecer à sociedade. O projeto que vem desenvolvendo no clube RISO é um semáforo inclusivo social, para pessoas com problemas de audição, visão e mobilidade.

Além dele, a equipe, composta por 17 pessoas, vem trabalhando em outros três projetos: o varal assistivo automatizado, para pessoas com baixa mobilidade, uma caixa de cultivo automatizada e uma mão-robô. 

Janinha Pereira é quem trouxe o Clube RISO à UEL. Professora efetiva de física, com mestrado em robótica, ela tem 27 anos de chão na docência e sempre teve o sonho de conectar seus alunos com o ensino superior: “Sempre falei que o que faltava lá na escola era esse intercâmbio com a universidade. Os alunos do fundamental 2 são muito mais curiosos. O desenvolver deles acontece muito mais no 6º, 7º, 8º e 9º ano. Chega no primeiro [ano do ensino médio], eles murcham. A comunidade lá é muito carente. Muitos saem porque precisam trabalhar”. Ela pensa que os clubes são “uma oportunidade de se fazer ciência lá no chão da escola. E daí podem vir grandes eventos e grandes pesquisadores”, acrescenta. 

Para Mariana Andrade, “esse perfil investigativo, é o que nós gostaríamos que todos os alunos de educação básica tivessem”. Ela emenda, contando sobre os clubistas: “Esses alunos já estão acostumados a saber de nós, aqui da universidade, nós nos comunicamos com eles, nossos bolsistas pedagógicos visitam os clubes. Então, estar no clube, significa trabalhar de maneira articulada com a universidade. Eles sabem que estão aqui como parte de um projeto. Essa ideia de pertencimento é muito mais forte com o clube”, acentua. 

Clubes de Ciência de Londrina e região visitam museus na UEL. (Foto: Elissa Gebauer).

(*Bolsista na Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade).

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