Violência contra a pessoa idosa deve ser denunciada ao Conselho Municipal

Violência contra a pessoa idosa deve ser denunciada ao Conselho Municipal

Contatos com o conselho municipal de Londrina podem ser feitos pelo telefone (43) 3771-6343 e e-mail cmdi@londrina.pr.gov.br.

“A população idosa frequentemente tem sofrido violências. Violência no âmbito
familiar, violência no âmbito social. A questão do etarismo, um preconceito relacionado à pessoa idosa, que também é um tipo de violência.” A declaração é do coordenador da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), professor Denílson Teixeira, do Departamento de Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE).

Ele explica que, embora a UNATI não possua um canal direto de denúncias, a
instituição orienta os participantes que buscam apoio para levar as denúncias ao Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. “A gente não tem uma pauta específica sobre a violência, mas nos assuntos que discutimos nas rodas e nos encontros, sempre emergem questões que abordam a violência e esses assuntos são tratados.”

Contatos com o conselho municipal de Londrina podem ser feitos pelo telefone (43)
3771-6343 e e-mail cmdi@londrina.pr.gov.br. A campanha Junho Violeta celebra a conscientização contra a violência a esse segmento da população, sendo que o dia 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.

Com ambiente estimulante e acolhedor, a UNATI UEL consolida-se como uma
ferramenta de transformação social, que promove saúde, aprendizado e novas oportunidades para os idosos. O projeto contribui ativamente para a desconstrução de estereótipos negativos sobre o envelhecimento e para a construção de uma sociedade mais justa e respeitosa com a pessoa idosa.

A UNATI, que teve suas raízes na Universidade de Toulouse, na França, em 1973,
chegou ao Brasil em 1992, foi implementada na UEL em 1994. Após um período de
interrupção, o programa foi reativado no final de 2019, motivado pela percepção da
necessidade de retomar trabalhos voltados ao segmento. “A motivação para a gente retomar a UNATI é justamente pelo fato de a gente sentir a necessidade de estar desenvolvendo trabalhos com a pessoa idosa”, explica o professor Denílson de Castro Teixeira, coordenador do projeto.

A atuação da UNATI UEL no combate à violência contra a pessoa idosa manifesta-se
através de uma abordagem diversificada, que inclui oficinas, rodas de conversa, palestras e atividades que promovem a autonomia e o protagonismo dos participantes. Marilene Cesário, professora do Centro de Educação Física e integrante do grupo gestor da UNATI, ressalta que é importante tornar os idosos protagonistas de suas vidas.

“Não temos ações voltadas especificamente para o tema da violência contra o idoso,
mas todos os temas levam a uma educação para reconhecerem essa situação de violência nos diferentes espaços que vivem. E, caso saibam de atos de violência ou sejam vítimas deles, que nos comuniquem para que organizemos ações de apoio”, afirma a professora Marilene Cesário, destacando o papel educacional das atividades oferecidas.

Para Lia Salvany, 81 anos, participante da UNATI UEL, a chave para combater a
exclusão e a vulnerabilidade está na adaptação e na inclusão social. “Ao desenvolver essa autonomia, os idosos se tornam mais preparados para enfrentar desafios e, principalmente, para reconhecer e se defender contra violências físicas e verbais”, pontua Lia, evidenciando como a UNATI fortalece a capacidade dos idosos de se protegerem.

A percepção de empoderamento também é compartilhada por Marilza Ribeiro, 63
anos, também participante da UNATI. “O idoso de agora não é só aquela senhorinha que prefere ficar em casa no crochê ou aquele senhorzinho que prefere ficar lá na sessão da tarde. É um pessoal que já sabe que seu lugar não é só em casa. É um pessoal consciente”, comenta Marilza. Ela enfatiza como o apoio oferecido pela UNATI, tanto por colegas quanto por professores, contribui para que os participantes se sintam valorizados e conscientes de seus direitos. “Já vi isso acontecer e a pessoa ser acatada, não só pelo colega, pela pessoa que já frequenta a UNATI, mas também pelos professores, por todo o pessoal presente na condução das reuniões. Eu já percebi isso ocorrer e o resultado é muito positivo.”

(Texto produzido pelo estudante Manoel Costa, para a disciplina de Assessoria de Imprensa II, do curso de Jornalismo da UEL, sob a supervisão do professor Reinaldo Zanardi).

Publicado em

É autorizada a livre circulação dos conteúdos desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte.