Acordo internacional garante novas atividades para cultivo de tilápia na Noruega
Acordo internacional garante novas atividades para cultivo de tilápia na Noruega
Proposta desenvolve novas atividades voltadas à formação de quadros para estudar o peixe nas águas geladas do Norte europeu.Os docentes da Universidade Estadual de Londrina Laurival Antônio Vilas Bôas, do Departamento de Biologia Geral (CCB), Lucienne Garcia Pretto-Giordano, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (CCA), e Maria Isabel Mello Martins, de Clínicas Veterinárias, comemoram o êxito do Acordo de Cooperação Internacional firmado entre a UEL e a Universidade Nord (Noruega), que irá garantir o desenvolvimento de novas atividades voltadas à formação de recursos humanos no país lembrado pela cultura “Viking”. Em 2024, seis estudantes de pós-graduação partem para uma nova temporada de estudos na instituição parceira, aprofundando a troca de informações na área de Aquicultura, em especial no cultivo de tilápias do Nilo, mas agora nas águas geladas do Norte europeu.
Os seis estudantes pertencem a diferentes programas de pós-graduação da UEL e integram o projeto intitulado “Cooperação entre Noruega e Brasil em Pesquisa e Educação para Melhoramento da Criação em Aquacultura Sustentável”, que teve início em 2022. Foi por meio deste projeto que parte deste grupo teve a oportunidade de desenvolver atividades em regime de cotutela na Universidade Nord desde uma etapa um pouco menos “comum” quando se fala em mobilidade internacional, o mestrado. Da mesma forma, a UEL recebeu uma pesquisadora – Irina Smolina – da Universidade Nord, em 2023.
Quem irá visitar o país dono do maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo pela segunda vez são a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular (CCB) da UEL, Karine Nicole Siqueira, e o mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal (CCA), Vinicius Wagner Silva. No seu destino, irão encontrar o primeiro estudante da UEL enviado por meio da parceria, no final de 2022, o doutorando do PPG em Genética e Biologia Molecular, Renan José Casarotto Appel.
O grupo de estudantes ainda é formado por Letícia Amanda dos Santos Silva (Programa de Pós-graduação em Ciência Animal); Eduarda Andrade de Lima (Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular) e o pós-doutorando e docente da área de Teriogenologia de Animais de Companhia, Luiz Guilherme Corsi Trautwein. Completa este time, que parte ainda no mês de fevereiro, a doutoranda em Bioinformática pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Cornélio Procópio Lorena Maria Rudnik.
Na manhã desta terça-feira (6), eles se reuniram na Central de Laboratórios de Diagnóstico Ambiental (Lada). O objetivo foi receber um treinamento preparatório sobre o uso de uma nova tecnologia capaz de realizar o sequenciamento genético dos peixes a partir de fragmentos maiores. Por ser uma ferramenta que funciona em um equipamento portátil, explica o professor Laurival, o sequenciamento genético pode ser realizado na beira do rio, o que facilita as análises genéticas que têm o objetivo, por exemplo, de combater o avanço da bactéria Streptococcus agalactiae.
“Esperamos compreender melhor a doença. O aluno Renan está estudando a resposta do cérebro da tilápia frente à ação do Streptococcus agalactiae. A Karine irá fazer o Transcriptoma, ou seja, o conjunto completo de transcritos (RNAs mensageiros, RNAs ribossômicos, RNAs transportadores e os microRNAs), do outro lado, da bactéria. Temos dois tipos de bactérias que infectam a tilápia. Ela preparou o material, congelou, pediu autorização do Ministério da Agricultura, que é fundamental, e ela vai com esse RNA para lá”.
Laurival Antônio Vilas Bôas, professor.
Também estiveram presentes no treinamento a doutoranda em Ciência Animal Myrian Hidalgo, que acaba de retornar da Noruega, e os docentes Matheus Pires Rincão, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), e Kátia Brumatti Gonçalves, pesquisadora de pós-doutorado.
O Acordo de Cooperação Internacional entre as duas universidades ainda prevê novas atividades de docentes na UEL no país. Em março, é a vez das professoras Lucienne e Maria Isabel de ministrarem aulas na Nord University, aprofundando ainda mais a troca de informações e o processo de formação de recursos humanos. Ao todo, o projeto recebeu investimentos da ordem de 240 mil coroas norueguesas, cerca de R$ 122 mil.