História da pós-graduação na UEL tem 50 anos

História da pós-graduação na UEL tem 50 anos

Atualmente, universidade conta com mais de 4 mil estudantes de pós-graduação em todas as áreas do conhecimento. Primeiro curso data de 1973.

A pós-graduação na UEL foi constituída, em grande parte, pelo trabalho realizado na Coordenadoria de Pesquisa e Pós-Graduação (CPG), atual Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG). Contudo, já existia pós na instituição mesmo antes do órgão administrativo ser fundado, em 1976. Anteriormente, os cursos eram gerenciados na Coordenadoria de Assuntos Acadêmicos (CAA), hoje denominada Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Assim, a relevância da CPG para a pós-graduação na UEL se mostrou significativa quando surgiu a necessidade de organizar e apoiar grupos de novos pesquisadores.

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Edição número 1416 de 23 de novembro de 2022
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O primeiro curso foi criado em 1972, no campo da Especialização em Odontopediatria. No mesmo ano, foram implantadas as Residências Médicas nas áreas médica, cirúrgica, obstétrica e pediátrica. A primeira turma de mestrado teve início em 1973, com a graduação em Matemática. Já o doutorado começou em partir de 1989, na área de Ciências de Alimentos. Foi também nesse momento que a UEL elaborou e publicou a Resolução Nº 1368/89, instituindo a política de pós-graduação da Universidade com base nas políticas nacionais para o desenvolvimento científico e tecnológico da época.

Com a CPG, os interessados em ingressar nesse campo passaram a receber orientação e estímulos financeiros para dar continuidade aos cursos de Especialização e pesquisas aprovadas no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Foi por meio dos esforços do órgão, por exemplo, que o pedido de credenciamento do Mestrado em Ciências de Alimentos, iniciado em 1978, foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ao final de 1979, a UEL contava com 265 alunos de pós-graduação, distribuídos em três cursos de Mestrado e sete Especializações.

Presente

Hoje, a pós-graduação da UEL tem 4.257 estudantes, considerando as Especializações no formato de Educação a Distância (EAD). As modalidades de pós-graduação oferecidas são classificadas em stricto sensu (Mestrado e Doutorado) ou lato sensu (Especialização e Residência). De maneira geral, a primeira é focada em pesquisa e produção científica, enquanto a segunda amplia o que foi aprendido durante a graduação e está mais próxima do mercado de trabalho. Atualmente, a UEL possui 49 programas com 80 cursos stricto sensu, além de 52 especializações e 69 residências em lato sensu. O stricto tem validade nacional e é avaliado periodicamente pela Capes. O lato, por outro lado, obedece às normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (MEC/CNE).

Segundo a Diretora de Pós-Graduação da ProPPG, professora Mariana Aparecida Soares de Andrade, as duas modalidades são destaque em nível regional, nacional e internacional. Além disso, ela frisa que o stricto sensu também possui um papel importante na graduação, pois possibilita a inserção dos alunos em grupos e laboratórios de pesquisa. “Os programas de stricto estão distribuídos em todos os centros da Universidade e abrangem muitas áreas de pesquisa”, afirma. “Já o Lato oferece cursos de formação para especialistas em diversas áreas do campo de trabalho”, explica a docente.

A qualidade dos estudos produzidos pela pós-graduação da UEL é perceptível com as últimas notas divulgadas pela CAPES em setembro deste ano, referente à análise realizada entre 2017 e 2020. Do total de programas Stricto sensu oferecidos pela Universidade, 16 subiram de conceito, 32 mantiveram as notas alcançadas e apenas um apresentou queda na avaliação. Isto tudo é estabelecido através do acompanhamento anual e avaliação quadrienal do desempenho dos programas e cursos que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Os resultados desse processo são expressos pela atribuição de uma nota na escala de 1 a 7.

Ensino bem avaliado

Essa classificação determina quais cursos podem obter a renovação do seu reconhecimento. As notas 1 e 2 implicam o descredenciamento do curso, isto é, os diplomas deixam de ter validade nacional e o programa é fechado. De 3 a 5, os cursos são considerados, respectivamente, como “regular”, “bom” e “muito bom”. Já os conceitos 6 e 7 expressam excelência em nível internacional. Contudo, somente os programas que têm Doutorado podem atingir as notas mais altas. Na UEL, há três programas conceito 7, dois conceitos 6 e onze conceitos 5. O restante está dividido entre as notas 4 e 3.

O resultado da avaliação ainda é preliminar – não existe uma lista oficial com os dados. Percebe-se, contudo, que a Universidade tem se destacado por melhorar seu desempenho e cultivar o alto padrão. Dos 11 cursos nota 5, por exemplo, oito são programas que subiram de conceito e três mantiveram a nota da avaliação passada. Estão inseridos nessa classificação os programas de Análise de Comportamento, Genética e Biologia Molecular, Microbiologia, Geografia, Química, Ciências da Saúde, Ciências da Reabilitação (UEL/Unopar), Educação, Educação Física (UEL/UEM) e Arquitetura e Urbanismo (UEL/UEM).

Para Rogério Júnior Boratim, técnico na Divisão de Colegiado de Cursos e Programas de Pós-graduação da ProPPG, a avaliação é positiva, principalmente por conta da pandemia. Mesmo com o distanciamento social e mudanças no ensino, a pós na UEL está bem consolidada. “Nesse último quadriênio que saiu recentemente, houve uma melhora significativa. Então, há uma perspectiva, a curto espaço de tempo, de a UEL submeter novos cursos de doutorado”, declara. “A Universidade cumpre um papel muito importante na capacitação e formação dos pesquisadores e estudantes de Londrina, da região e de outros estados”, avalia.

Rogério trabalha na divisão desde os anos 2000 e acompanhou o crescimento da pós-graduação na UEL. Ele narra um pouco da história da pós em sua dissertação de Mestrado, intitulada “Avaliação dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade Estadual de Londrina (UEL): um estudo a partir da teoria do campo científico de Pierre Bourdieu”, desenvolvida na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 2014.

*Estagiária de Jornalismo na COM/UEL.

Jornal Notícia nº1416:

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