Professor estuda fluxos de água virtual do Brasil e seus impactos na economia

Professor estuda fluxos de água virtual do Brasil e seus impactos na economia

A pesquisa é embasada em um extenso banco de dados, incluindo informações de 189 países

O professor Umberto Antônio Sesso Filho, do Departamento de Economia da UEL, foi contemplado com a Bolsa Produtividade do CNPq pelo projeto “Cadeias Produtivas Globais, Pegada Hídrica e Comércio de Água Virtual: Uma Análise de Insumo-Produto”, que examina os fluxos de água virtual no Brasil e seus impactos na economia. A pesquisa, iniciada há alguns anos, quantifica o uso de água embutida em exportações, como de commodities no caso do Brasil, enfatizando a necessidade de uma gestão sustentável dos recursos hídricos.

Segundo o professor, “o Brasil exporta anualmente cerca de 230 bilhões de metros cúbicos de água virtual”, o que equivale a 34,7% da pegada hídrica do sistema produtivo nacional. Em artigo recente publicado na ANPEC, Sesso Filho revela que o Brasil é um exportador líquido de água, com a Europa sendo o principal destino (41%), seguida pela Ásia e América do Norte, com aproximadamente 20% cada.

A pesquisa é embasada em um extenso banco de dados, incluindo informações de 189 países, permitindo uma análise profunda da eficiência no uso da água em diferentes regiões. No Paraná, por exemplo, produtos como carne bovina e arroz, que consomem grandes quantidades de água, têm menor representatividade, o que torna o estado mais eficiente em termos hídricos. Além disso, setores como a piscicultura e a indústria de bebidas se beneficiam da abundante disponibilidade de água, atraindo investimentos como o de grandes cervejarias.

Outro aspecto relevante do estudo é o impacto econômico da água virtual no comércio internacional. O Brasil, sendo um grande exportador de commodities, acaba exportando também grandes volumes de água incorporada nesses produtos. A pesquisa de Sesso Filho destaca que, embora o Brasil tenha um saldo positivo de exportação de água virtual, é essencial melhorar a gestão dos recursos hídricos no país, especialmente em um contexto de crescente demanda por sustentabilidade.

O estudo está em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo consumo e produção responsáveis (ODS 12), ação contra a mudança global do clima (ODS 13) e água potável e saneamento (ODS 6).

Além deste trabalho, o professor desenvolve outro projeto que visa mapear os fluxos de exportação e importação de água entre os estados brasileiros. Este novo estudo pretende também atualizar os dados para incluir informações de 2021, possibilitando uma visão mais atualizada e detalhada da distribuição e uso da água em todo o território nacional.

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Segundo o professor Umberto, “o Brasil exporta anualmente cerca de 230 bilhões de metros cúbicos de água virtual”

* Estagiária de Jornalismo da COM

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