A fim de disseminar o conhecimento sobre Estudos da Consciência e da Neuropsicologia, o professor do Departamento de Psicologia Geral e Análise de Comportamento, Celio Roberto Estanislau, criou o Canal ConsCiência. O perfil no YouTube surgiu como um modo de compartilhar conhecimentos teóricos e científicos de maneira mais dinâmica e atual com estudantes e pesquisadores da área. 

O professor explica que teve a ideia do projeto na pandemia, durante sua Especialização em Neuropsicologia no Instituto de Psicologia Sapiens. De acordo com ele, o contexto vivido pelo mundo naquele momento instigou sua pesquisa sobre o assunto. “É uma literatura que eu comecei a perseguir por curiosidade na época da pandemia. Eu trabalhava com pesquisa em outra área, mais ou menos vizinha, pensando em aspectos biológicos relacionados à psicologia, mas tive curiosidade por mindfulness. Então busquei compreender isso a partir da ciência ocidental e foi dessa forma que eu acabei me direcionando para neuropsicologia da consciência”, relembra.

O conceito de mindfulness consiste em se fazer presente ao momento. A prática visa cultivar uma consciência plena e conectada com o presente e com o ambiente onde o indivíduo se encontra. 

Porém, apesar da vasta literatura referente à Neuropsicologia e ao Estudo da Consciência, oriunda de pesquisas que floresceram a partir da “década do cérebro” – de 1990 a 1999, quando os Estados Unidos impulsionaram suas pesquisas sobre a mente humana – o professor explica que esta área da Psicologia é ainda pouco conhecida, mesmo por estudiosos. “É uma literatura grande, usando técnicas neurocientíficas avançadas mas a gente, no mundo da Psicologia, acaba ficando um pouco alheio a isso. Falo sobre mim mesmo, até eu começar a ter curiosidade de buscar essas informações. Então, eu achei que era importante fazer um gesto no sentido de popularizar essas coisas que estão pipocando na ciência”, explica.

Produção

Celio explica que a produção do material é feita em partes. Com a ajuda dos 10 estudantes que fazem parte do projeto, o professor realiza uma pesquisa prévia dos materiais. A partir disso, ele e os estudantes montam textos que sintetizam os temas abordados e Célio monta uma primeira apresentação. Com base nela, o professor grava os vídeos e parte para a edição do material. 

Por ser um projeto experimental, o professor compartilha que houve algumas dificuldades durante o processo, mas que aos poucos o grupo tem superado. “Eu nunca tinha tido muita familiaridade com edição. Então a gente faz dentro das nossas limitações. De todo modo, o principal atrativo dos nossos vídeos nunca é para ser efeitos visuais da edição, que ficou ali o colorido, o dinâmico. Mas desde que comecei a mexer com isso, eu assisto a vídeos de canais de divulgação científica ou até de outros temas, prestando atenção na edição. E ciente de que a nossa edição tem limitações”, afirma o professor.

Contudo, mesmo que busque melhorar suas habilidades na edição, o professor reforça que o objetivo principal de suas produções é o conteúdo científico, que serve como uma porta de entrada para quem está iniciando e traz referências importantes para pesquisadores experientes. “Ao meu ver, o mais importante é o conteúdo dos vídeos, que serve tanto a quem tem um interesse superficial pelo tema como a quem busca se aprofundar”, completa.

De acordo com o professor, todo este processo pode durar de duas a quatro semanas, sendo o tempo médio para a atualização do canal. Ele já possui um cronograma de quais serão os próximos temas a serem abordados, porém afirma que está aberto a esclarecer dúvidas do público. “A gente preparou uma lista de mais ou menos dez temas e estamos indo em sequência por eles. Estamos cientes de que esses dez temas estão longe de esgotar o assunto, e já temos listados outros que serão abordados no futuro e estamos abertos às sugestões. Vai ser interessante receber esse tipo de feedback” afirma. 

Próximos passos

O projeto está previsto para terminar em 2027, e Célio se mostra animado em relação aos próximos passos do canal. Ele conta que, além de se aprofundar ainda mais sobre o tema e sanar dúvidas dos espectadores, o projeto também caminha para a produção de vídeos em outros formatos. “Inicialmente, a gente estava fazendo apenas um vídeo longo e indo para o próximo. Mas fizemos alguns shorts e alguns cortes e vimos que seria interessante. Porque, ao entrar na plataforma de vídeo, mesmo que a gente não queira diluir o nosso conteúdo, simplificar o assunto ou a linguagem, a gente precisa fazer alguma coisa para adaptar-se ao meio que a gente está usando”, explica.

O professor também está aberto à continuidade do projeto para além de 2027, a depender dos resultados obtidos. “No momento, estou empolgado, estou gostando de desenvolver o projeto e estou recebendo bons feedbacks dos estudantes envolvidos. Dentro disso, se houver outras ideias que justifiquem esse projeto originar um segundo projeto, acredito que a gente vai trabalhar nisso”, afirma.

Confira abaixo a prévia do próximo vídeo do canal:

*Estagiária de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social.