Parceria incentiva programas na área de ciências forenses

Parceria incentiva programas na área de ciências forenses

O termo visa, principalmente, a realização - pela UEL - de testes de paternidade de crianças e adolescentes, a partir de demanda judicial.

A parceria da Universidade Estadual de Londrina (UEL) com a Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF) e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), deve fomentar – na universidade – programas de ensino, pesquisa e extensão universitária na área de ciências forenses. A expectativa é das professoras Maria Angelica Ehara Watanabe e Karen Brajão de Oliveira, do Departamento de Ciências Patológicas; e da professora Roberta Losi Guembarovski, do Departamento de Biologia Geral. Ambos departamentos são do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Para viabilizar a parceria foi assinado, no início de novembro, um Termo de Cooperação Técnica, que envolve também a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP), Polícia Científica do Paraná (PCP), Ministério Público do Estado do Paraná (MP/PR), Casa Civil, Tribunal da Justiça do Paraná, Fundação Araucária e Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. 

O termo visa, principalmente, a realização – pela UEL – de testes de paternidade de crianças e adolescentes, a partir de demanda judicial. A investigação da paternidade será destinada, exclusivamente, à faixa etária de zero a 18 anos incompletos. O público deve ser hipossuficiente, ou seja, sem condições financeiras para pagar o exame, beneficiários da justiça gratuita ou da assistência judiciária. “Isso visa a garantia dos direitos fundamentais de respeito, dignidade e de convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes”, afirma a professora Maria Angélica Watanabe. A amostra de sangue é coletada em cartão específico para a investigação da paternidade.

Cartão de coleta com amostras de sangue para identificação de paternidade

Conforme a professora, há pouca oferta de capacitação profissional na área de ciências forenses e o intercâmbio vai oportunizar a troca de conhecimento. “O termo de cooperação também visa a capacitação de professores, pesquisadores, bolsistas e técnicos em genética forense, por meio da Academia de Ciências Forenses da Polícia Científica”, explica a professora Maria Angelica Watanabe. “Precisamos aumentar as perspectivas. Muitos alunos nossos prestam concurso público da polícia”, afirma a professora Maria Angélica Watanabe. 

Em vários cursos de graduação e em programas de pós-graduação, há disciplinas que abordam temas que abrangem análises forenses. Assim, os cursos beneficiados com a especificidade da área são estudantes de ciências biológicas, de saúde e, também, do Direito. “Junto com a Polícia Científica do Paraná, pretendemos  estimular o desenvolvimento das ciências forenses através de programas diversos na universidade.”

Paternidade – A investigação de paternidade, previsto pelo termo de cooperação, será realizada exclusivamente na modalidade TRIO vivo, por meio de amostras sanguíneas. “No sangue ou mucosa oral, existem células nucleadas que contêm DNA. O perfil das variações genéticas encontradas no filho vem da mãe e do pai”, explica a professora Maria Angélica Watanabe. Os exames serão realizados pelo Laboratório de Estudos e Aplicações de Polimorfismo de DNA e Imunologia da UEL. A iniciativa terá investimentos de cerca de R$ 1,1 milhão para os próximos quatro anos, do Fundo da Infância e Adolescência (FIA). Os recursos serão usados para a compra de kits usados na realização dos testes.

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