Encontro: pesquisa decolonial na comunicação audiovisual

Encontro: pesquisa decolonial na comunicação audiovisual

O I OCCA ocorre entre 2 e 5 de março e conta com participações de pesquisadores e cineastas negros e indígenas.

O Programa de Pós-graduação – Mestrado em Comunicação – do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), promove entre os dias 2 e 5 de março, o 1º Encontro de Estudos sobre Orientalismos e Colonialismos na Comunicação e no Audiovisual (OCCA). O evento tem o objetivo de refletir a respeito do olhar hegemônico e colonizador da comunicação no audiovisual e das produções decoloniais, elaboradas por pesquisadores e produtores negros e indígenas.

(Divulgação)

Segundo a coordenadora-geral do evento e professora do Departamento de Comunicação (CECA), Mônica Panis Kaseker, o I OCCA surgiu de um compromisso firmado entre setembro e novembro de 2020, quando se iniciou na universidade uma campanha de combate ao racismo. “A comunicação reitera uma série de estereótipos contra negros e indígenas, no mesmo momento em que observamos um crescente protagonismo de cineastas e de produções simbólicas entre essas populações, que não tinham espaço no discurso colonizador da comunicação”, ressalta.

Pesquisadores e cineastas negros e indígenas estão confirmados na programação. O evento também contará com um Grupo de Trabalho (GT) “Orientalismos, Colonialismos e Decolonialidade na Comunicação e no Audiovisual”, que recebe inscrições de trabalhos até o dia 19 – ACESSE AQUI. A coordenação científica do evento fica por conta da professora Márcia Neme Buzalaf, do mesmo departamento. As inscrições são gratuitas.

Avanços – Além de dar visibilidade à questão da ampliação do acesso à produção simbólica negra e indígena, o evento também se propõe a refletir sobre a produção de conhecimento de forma decolonial. “Ainda temos uma universidade majoritariamente branca, heterossexual, masculina. Como produzir pesquisas desse modo? É necessária uma decolonização do pesquisador”, avalia.

A dificuldade em encontrar pesquisadores negros e indígenas no meio acadêmico para discutir esses e outros tópicos já seria um indicativo da urgência da reflexão proposta pelo evento, na avaliação da pesquisadora. “Não tenho nenhum colega de departamento negro”, exemplifica, lembrando que, além das discussões envolvendo o fomento ao olhar decolonial e descolonizador, é importante ocupar os espaços universitários com a presença de sujeitos negros e indígenas, necessidade que se tornará cada vez mais evidente. “Se a universidade é um lugar de privilégios, temos o dever de alterar esse quadro. O discurso contrahegemônico não vai retroceder. Já demos esse passo adiante”.

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