Programa de Iniciação Científica Junior fomenta a produção de Ciência e de Tecnologia
Programa de Iniciação Científica Junior fomenta a produção de Ciência e de Tecnologia
Universidade oferece programa que possibilita a estudantes de Ensino Médio terem acesso a projetos de pesquisa.Apesar do tímido investimento, de pouco mais de 1% do total do PIB destinado à pesquisa e tecnologia, o Brasil figura entre os 13 países no ranking da produção de ciência, de acordo com levantamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), divulgado no final do ano passado. A produção de C&T está relacionada aos programas de fomento das agências federais e estaduais, entre elas a Bolsa de Iniciação Científica Júnior (IC Júnior), que possibilita que estudantes de Ensino Médio participem de projetos de pesquisa. Na UEL, a cada dois anos a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG) divulga editais de seleção para novos estudantes.
O diretor de Pesquisa da Proppg, Eduardo Araújo, explica que atualmente são cerca de 50 jovens atendidos pelo IC Junior, distribuídos em laboratórios e programas de pós-graduação de várias áreas do conhecimento. A expectativa é de que o próximo edital abra 53 novas vagas direcionadas a escolas de Ensino Médio.
Segundo o diretor, mais do que adquirir conhecimento, o estágio de IC Júnior possibilita ao jovem a experiência de se apropriar do ambiente acadêmico e de encontrar um estímulo para os estudos. Ele explica que o programa também alavanca a busca de novos talentos da ciência, considerando que a infraestrutura de laboratório nas escolas públicas é pequena, quase irrisória, diferente da escola particular, que dispõe de melhores condições oferecendo disciplinas e metodologias relacionadas à iniciação científica.
“É um despertar para a pesquisa e para a ciência. O IC Junior estimula e gera conhecimento com foco no desenvolvimento de tecnologia”, define o diretor da Proppg.
Investimento na carreira
Diante dessa consistência, não raro estudantes que participam desta experiência investem na carreira de pesquisador e acabam completando todo o percurso de formação ingressando na graduação e posteriormente no Mestrado e Doutorado.
É o caso do doutorando do programa de Patologia Experimental da UEL, Matheus Deroco Veloso da Silva, de apenas 25 anos. Natural de Cambé, Matheus chegou na UEL com apenas 16 anos, com muita curiosidade e disposição, integrando o projeto de extensão Novos Talentos, desenvolvido pelo Departamento de Anatomia e Histologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB).
Na época ele era bolsista do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, de Cambé. Apaixonado por livros, ele conta que desde muito cedo entendeu que a dedicação aos estudos poderia transformar a vida dele e da família. Por meio do programa, ele acabou ingressando no curso de Biomedicina na Unifil (2015). Dois anos depois ele se transferiu para a UEL, emendando o Mestrado em Patologia Experimental. Atualmente ele é doutorando do mesmo programa, orientado pelo professor Waldiceu Aparecido Verri Junior, onde atua como pesquisador do Laboratório de Dor, Inflamação, Neuropatia e Câncer.
Em 2018, Matheus ganhou o primeiro lugar no 31º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia José Richa. No mesmo ano recebeu o prêmio de destaque acadêmico do curso de Biomedicina da UEL. Na galeria de prêmios, o pesquisador também traz no currículo o segundo lugar (categoria apresentação de trabalhos) no III International Symposium on Enteric Neural Plasticity, pela descoberta da presença da rede perineuronal na inervação do trato gastrointestinal. O feito foi tema no programa Meu Paraná, da RPC, em abril deste ano. Matheus integrou o quadro Mentes Brilhantes, que destacou jovens pesquisadores que atuam no estado.
“Vim de origem humilde e a participação em projetos, junto com a iniciação na Universidade, acabou mudando minha vida”, testemunha o jovem pesquisador. Hoje ele se diz realizado sobre a carreira escolhida. Além de desenvolver a pesquisa dentro do Doutorado, Matheus está fazendo uma graduação online, Análise e desenvolvimento de Sistemas, no Centro universitário UniFatecie. O objetivo é ter em mãos ferramentas tecnológicas para auxiliar as pesquisas relacionadas à Neuropatia, Patologia e dor.