Artigo destaca papel de pesquisadoras da UEL na Análise do Comportamento

Artigo destaca papel de pesquisadoras da UEL na Análise do Comportamento

Publicação relata impacto do trabalho, incluindo produção acadêmica, capacitação de novos analistas e envolvimento com a profissão.

Trabalho científico publicado na revista Behavior Analysis in Practice da Association for Behavior Analysis International destacou o pioneirismo de pesquisadoras da UEL na difusão da Análise do Comportamento, abordagem  da psicologia formulada por B. F. Skinner, que estuda o comportamento a partir da interação entre organismo e ambiente. O artigo é assinado pelas professoras do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento da UEL (CCB) Silvia de Souza, Silvia Murari e Verônica Bender Haydu e pela ex-aluna de graduação do curso de psicologia Andresa de Souza, atual professora da University of Missouri – St Louis.

O artigo remonta a história do curso de Psicologia, que teve a primeira turma a partir de 1972, um ano após a criação da UEL, passando por 1990, quando o curso começa a oferecer pós-graduação em Psicoterapia na Análise do Comportamento, até 2005, quando é lançado o Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, o primeiro da área no Paraná.

A publicação relata o impacto do trabalho desenvolvido por professoras do Departamento, incluindo produção acadêmica, capacitação de novos analistas do comportamento, alcance comunitário e envolvimento com a profissão. Segundo relatam as autoras, os resultados desta tradição podem ser mensurados pela reputação do curso, do programa de Pós e na formação de recursos humanos de qualidade.

O artigo foi feito a partir da publicação de um edital da Behavior Analysis in Practice, no ano passado, com o intuito de destacar e difundir a atuação de mulheres latino-americanas na pesquisa e na disseminação da Análise do Comportamento. A revista tem grande importância no nicho de pesquisadores e profissionais que atuam nos EUA.


Professoras autoras da publicação internacional, Verônica Bender Haydu, Silvia Murari, Andresa de Souza (que participou da entrevista por vídeo) e Silvia de Souza.

No artigo, as autoras destacam que os cursos de psicologia brasileiros têm alta prevalência de mulheres, chegando a 75% do quantitativo de alunos. “Esta presença significativa das mulheres no campo enfatiza o seu papel influente na disseminação da Análise do Comportamento”, destacam elas.

Segundo relatam na publicação, um dos poucos programas que colaboraram para a disseminação da Análise do Comportamento no Brasil foi o da UEL, fundamental para a consolidação desta abordagem da psicologia no país. Além disso, observaram que o grupo inicial de professores do curso apoiou a implementação de um currículo cujo pilar central era o behaviorismo como filosofia da Ciência do Comportamento. Da mesma forma, o Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento foi implantado com ênfase na Análise do Comportamento.

Sobre a produção acadêmica, o artigo destaca que foram feitas 420 publicações, das quais 252 artigos em periódicos nacionais e internacionais, 150 capítulos de livros e 18 livros.

“O programa de Análise do Comportamento da UEL tem desempenhado um papel essencial na produção acadêmica em todos os três ramos: Behaviorismo,  Análise Experimental do Comportamento e Análise Aplicada do Comportamento. Essas contribuições não ocorreram apenas pelas mãos de mulheres docentes mas também por meio de ex-alunos do curso de graduação e do programa de graduação”, destacam as autoras.

Aplicação

Segundo as professoras, a Análise do Comportamento constitui uma ciência que possibilita ao psicólogo atuar em várias áreas – treinamento, atendimento clínico, escolas, hospitais, no apoio a atletas e até em projetos ambientais. No entanto os profissionais acabam sendo mais conhecidos pelos estudos e atendimento a autistas e a pacientes que apresentam desenvolvimento atípico.

As pesquisas relacionadas à Análise do Comportamento, juntamente com a prática e o atendimento clínico, colaboraram para a inclusão do autista e de pacientes com demais problemas de comportamento que alteram o desenvolvimento, afetando, por exemplo, movimentos e linguagem.

As pesquisas iniciadas nos Estados Unidos foram disseminadas para outros países, influenciando o estabelecimento de leis e políticas públicas que reconheceram o direito de pessoas com desenvolvimento atípico. Atualmente médicos e demais profissionais da área da saúde detêm informações que permitem o encaminhamento do paciente a um profissional da área da psicologia.

No artigo, as autoras sustentam que nos últimos 50 anos o avanço da área foi robusto. A publicação conclui que professores e alunos desempenharam seus papéis para elevar o conhecimento, avançar a ciência e divulgar práticas no campo da Análise do Comportamento. O artigo reconhece a influência de muitas mulheres da UEL que foram fundamentais para moldar essa área no Brasil, apesar das muitas barreiras, avaliando soluções e sugerindo a adoção de aplicações em diferentes setores da sociedade.

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