Pesquisadores da UEL estão entre os mais influentes do mundo, aponta Universidade Stanford

Pesquisadores da UEL estão entre os mais influentes do mundo, aponta Universidade Stanford

Ranking exalta nomes de oito professores da Universidade, que aparecem na lista de pesquisadores mais influentes.

As listas de pesquisadores mais influentes do mundo, elaboradas pela Universidade Stanford, dos Estados Unidos, trazem nomes conhecidos de alunos, pós-graduandos e servidores da UEL. Publicados pela editora Elsevier, os levantamentos apontam que oito docentes da Universidade estão entre os 100 mil cientistas mais influentes do planeta, o que representa cerca de 2% dos pesquisadores mais relevantes atualmente. Para chegar ao resultado, informações acadêmicas de cerca de 200 mil cientistas incluídas no Scopus, uma base de dados bibliográficos multidisciplinar, foram analisadas.

Aparecem na lista de cientistas mais influentes de 2021 o docente do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental (CCB) da UEL Waldiceu Aparecido Verri Junior; e o professor do Departamento de Química (CCE) César Ricardo Teixeira Tarley.

Já a lista que leva em consideração os pesquisadores mais influentes ao longo da carreira traz, além dos já citados, outros seis professores: Suzana Mali de Oliveira (Departamento de Bioquímica e Biotecnologia); Fábio de Oliveira Pitta (Departamento de Fisioterapia); Cláudia Bueno dos Reis Martinez (Departamento de Ciências Fisiológicas); Victor Fattori (Departamento de Patologia Experimental); Rubia Casagrande (Departamento de Ciências Biológicas) e Ana Paula Frederico Rodrigues Loureiro Bracarense (Departamento de Patologia Animal).

A metodologia usada pela Universidade Stanford é baseada em uma métrica de citação padronizada que relaciona o número de artigos publicados por um pesquisador com o número de citações que estes artigos tiveram até o mês de setembro de 2022.

“A pesquisa é uma ferramenta de ensino ativo” 

Em meio a uma pausa na rotina de trabalho, no Laboratório de Análise de Materiais e Moléculas (Lamm), o farmacêutico bioquímico formado na UEL Waldiceu Aparecido Verri Junior, avaliou que ter sido mencionado é um ponto muito importante para a instituição de ensino, “porque desenvolvemos pesquisas com alunos da iniciação científica (IC), mestrado, doutorado e pós-doutorado. Ou seja, pessoas que estão em formação”, pondera. “A pesquisa, na realidade, é uma ferramenta de ensino ativo”, explica. 

Sempre destacando que o trabalho realizado na Universidade depende de um processo coletivo, Verri Júnior comenta que a sua principal motivação sempre foi colaborar com a ciência partindo das suas próprias dúvidas. É neste pensamento que busca se apoiar na hora de motivar, também, os próprios alunos. “A motivação para quem segue essa carreira, no caso docência e pesquisa, são as suas dúvidas. A pessoa que realmente gosta do que faz, se interessa. É como ler um livro que você não queria ler. É doído, você não consegue terminar nunca. Mas quando é algo que você quer, você desenvolve uma autonomia de raciocínio conforme o que tem na literatura”, avalia. 

Após ter concluído a graduação em Londrina, Verri Júnior tornou-se mestre, doutor e pós-doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Já no primeiro semestre deste ano, foi premiado com o Nature Research Award for Mentory in Science. Concedido por uma das revistas científicas mais importantes do mundo, a Nature reconhece anualmente o trabalho de cientistas levando em consideração, também, a indicação dos próprios estudantes.

Tarley é professor do curso de Química e pesquisa o desenvolvimento de metodologias de análise química e monitoramento de controle de qualidade de amostras (Agência UEL)

“O mundo está vendo a ciência que estamos fazendo”

“Uma sensação de satisfação muito grande”, diz o docente do Departamento de Química da UEL César Ricardo Teixeira Tarley, professor da área de Química Analítica do Departamento de Química da UEL há 12 anos. Ele explica que a sua área de pesquisa trata do “desenvolvimento de metodologias de análise química, monitoramento e controle de qualidade de amostras”, sintetiza.

Mestre em Química Aplicada pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Tarley tornou-se doutor em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tendo concluído o pós-doutorado em Química Analítica pela instituição em 2005. Desde 2007, Tarley é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

No entanto, quando questionado sobre qual projeto gosta de falar sobre, Tarley destaca uma pesquisa de Iniciação Científica (IC) considerada “simples”, avalia, realizada enquanto professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Minas Gerais. Nesta ocasião, a equipe conseguiu desenvolver um método de controle de qualidade de medicamentos de uso controlado, como antidepressivos, utilizando um método bastante conhecido, além de equipamentos presentes em boa parte dos laboratórios e produtos muito usados na indústria, como um surfactante encontrado em produtos de limpeza residencial.

“Descobrimos que esse surfactante pode interagir com um fármaco e essa interação faz com que aconteça a precipitação deste fármaco. Então, conseguimos fazer uma determinação turbidimétrica e este reagente é muito barato. Esta foi a ideia: desenvolver um método para quantificar o medicamento na formulação”, explica.

Para ele, estar entre os pesquisadores mais influentes segundo a Stanford University representa uma grande satisfação, especialmente em poder contribuir com a ciência, “mas, principalmente, com a formação de recursos humanos e com a divulgação do nosso Programa de Pós-Graduação”, diz. “Estes indicadores mostram que estamos fazendo uma ciência de boa qualidade e uma divulgação adequada. Procuramos desenvolver pesquisas que tragam melhorias para a sociedade, no sentido de desenvolver métodos analíticos mais simples, baratos, rápidos e acessíveis. Ficamos felizes que as pesquisas feitas na UEL estão sendo reconhecidas”, conclui.

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