Marielen de Souza é graduada em Medicina Veterinária pela UEL e dedica-se ao estudo da saúde intestinal de frangos de corte desde 2018. Em 2020, ela deu início ao seu doutorado sanduíche sobre o tema em uma parceria entre a UEL e a Universidade de Ghent, na Bélgica. Ela foi orientada pela professora Ana Paula Frederico Bracarense, do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciência Animal, vinculado ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) e defendeu sua tese na última quarta-feira (24). A co-orientação foi da professora Ana Angelita Sampaio Baptista, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (CCA) e responsável pelo Laboratório de Medicina Aviária, do mesmo departamento, e a supervisão do professor Filip Immersel, representante da instituição belga.

A primeira defesa do doutorado foi realizada em regime de cotutela, que é definido pela participação do estudante em uma pesquisa na modalidade de cooperação internacional. Na ocasião, Marielen obteve a aprovação de ambas as instituições e a dupla titulação. Esta experiência marcou a primeira parceria de cotutela do PPG em Ciência Animal da UEL.

A defesa foi remota e a banca teve a participação da professora Ana Paula Bracarense, do professor Caio Abercio da Silva, do Departamento de Zootecnia (CCA) da UEL, e da professora Leila Maidana, da Universidade Nacional de Assunção, no Paraguai. Representando a Universidade de Ghent, participaram da banca, além de Filip Immersel, os professores Geert Janssens e Richard Ducatelle, especialistas em nutrição animal e patologia veterinária, respectivamente.

Sua tese é intitulada “Strategies to Promote Intestinal Helath in Broiler Chickens” (Estratégias para promover a saúde intestinal de frangos de corte). A professora Ana Paula Bracarense explica que o estudo focou em um segmento da cadeia produtiva muito expressivo no Brasil e na Europa: o de frangos para o abate.

A pesquisa da estudante observou o avanço da enterite necrótica (uma doença intestinal que acomete as aves) e o consequente prejuízo para a saúde dos frangos e para o seu aproveitamento no mercado. Além disso, foi analisada a manifestação de microtoxinas nos animais que podem interferir inclusive na alimentação humana. Para isso, foram estudadas estratégias de tratamento. “Foi usado um pool de lactobacilos para melhorar a saúde intestinal desses animais”, explica a professora.

Marielen, devido ao destaque de seu estudo, foi admitida pela empresa belga Poulpharm, especializada na indústria farmacêutica e nutricional veterinária. Ana Paula Bracarense destaca que esta titulação em parceria com uma instituição estrangeira reconhece o histórico de trabalho do PPG em Ciência Animal, que na última avaliação do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) obteve o conceito 7, considerado de excelência. “A condição de formação dada aos nossos estudantes aqui é uma condição do mesmo nível de instituições de competência reconhecida, como a Universidade de Ghent”, declara. A instituição belga está entre as 150 melhores universidades do mundo.

*Estudante de Jornalismo na COM/UEL.