Projeto de pesquisa sobre avenida Duque de Caxias se destaca em premiação do IPHAN

Projeto de pesquisa sobre avenida Duque de Caxias se destaca em premiação do IPHAN

Proposta concorreu com outras 268 e foi selecionada entre 50 da região Sul, conquistando o segundo lugar.

O projeto de pesquisa “Avenida Duque de Caxias: o patrimônio histórico entre permanências e transformações”, coordenado pela professora Eloísa Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (CTU), foi destaque na 35ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido anualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Desenvolvido por ela e mais quatro pesquisadoras da área, o projeto concorreu inicialmente com outros 268. Em seguida foram selecionados 50 da região Sul, e o da UEL ficou com o segundo lugar, mas o único que premiou apenas pessoas físicas, segundo Eloísa, que também ocupa o cargo de diretora do CTU.

Este prêmio, na avaliação da coordenadora, é o reconhecimento de uma série de ações que tiveram início em 2015, ano em que o projeto de pesquisa começou. Até 2017, foi levantada toda a documentação sobre a avenida no trecho focado: entre a Juscelino Kubitschek e a Benjamin Constant, ou seja, o Centro Histórico. Encerrado esse projeto, foi sucedido por outro de extensão.

Em 2019, as pesquisadoras apresentaram, com sucesso, uma proposta ao Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). A ideia era produzir um roteiro da avenida e realizar uma exposição itinerante. Esta, porém, foi inviabilizada pela pandemia, e um e-book, então, foi produzido e lançado em julho de 2022, além dos 3000 exemplares impressos do roteiro. O projeto rendeu ainda um inventário arquitetônico constituído por 119 fichas, disponíveis no Museu Histórico Padre Carlos Weiss, órgão suplementar da UEL, e dois trabalhos de conclusão de curso de Arquitetura e Urbanismo.

Equipe responsável pelo projeto “Avenida Duque de Caxias: o patrimônio histórico entre permanências e transformações” (Foto: Rei Santos/NCom)

Para a professora Eloísa, outro grande ganho do projeto foi permitir que todo este conhecimento fosse apropriado pela comunidade londrinense, e especialmente os moradores e comerciantes da Duque. Com as informações levantadas, é possível promover uma reestruturação econômica da avenida, a partir de referência culturais. E, de acordo com a coordenadora do projeto, houve sensibilização. Tanto que foi criado o Núcleo Rua Duque em 2021, uma união de cidadãos em favor da avenida, nos moldes do Núcleo Rua Sergipe, pioneiro na iniciativa. Outros estão sendo ou serão formados, como o Núcleo Rua Guaporé. “É que desejamos com um trabalho de extensão”, resume a pesquisadora.

Embora o projeto já tenha sido encerrado, ações de extensão prosseguem via Escritório Modelo de Arquitetura da UEL. Mais fichas sobre o Centro Histórico estão sendo montadas, como as das residências das ruas Paranaguá, Santos e Belo Horizonte, além da avenida Higienópolis. A professora lembra, ainda, que as pesquisadoras participam do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Londrina (COMPAC), que coordena, integra e executa as atividades relacionadas à defesa do Patrimônio Cultural do município.

Nobreza

A avenida Duque de Caxias não é nobre apenas no nome. Originalmente, e com uma denominação em cada trecho, ela era o mais importante eixo viário Norte-Sul da cidade, ligando o patrimônio Heimtal (Norte), meia década mais antigo que Londrina, aos distritos ao Sul, como Irerê e Paiquerê, posto que já havia produtores na região.
Cruzava com ela a atual avenida Celso Garcia Cid (eixo Leste-Oeste), que nas primeiras décadas se prolongava por onde hoje são as avenidas Paraná (nome original do eixo) e Quintino Bocaiuva, criando uma via para ligar Londrina a outras cidades, como Ibiporã de um lado e Cambé de outro. O ponto exato do cruzamento das duas avenidas ainda guarda, embora degradado, pelo menos um importante edifício: aquele que já foi a fábrica de guaraná Sublime. Estes e outros dados constam no Sistema de Informação Geográfica de Londrina (SIGLON).

Mais prêmios

Egressos do curso de Arquitetura e Urbanismo (formados em 2021) também foram premiados em concurso do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR). O trabalho premiado foi uma Proposta Urbanística para a área do atual Aeroporto de Londrina – Governador José Richa. O autor foi o ex-aluno Lucas Caetano Gomes, sob orientação do professor Maurício Hidemi Azuma.

Outros três projetos receberam menções honrosas. O primeiro, um Droneport para Lábrea, no Amazonas, de autoria de Isabella Mudenuti de Paula, orientada pelo professor André Luís Sampaio Silvestri. Outro, o AGROHUB (Hub de inovação tecnológica voltada para o Agronegócio), de Ana Paula Giordano Jane, sob orientação do professor Oigres Leici Cordeiro de Macedo. E o terceiro, Requalificação do antigo Hotel Bandeirantes em Londrina-PR, de Danielle Cotarelli Marostiga, orientada pelo professor Sidnei Junior Guadanhim.

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