Banco de Resíduos Têxteis é premiado em concurso no Rio Grande do Sul

Banco de Resíduos Têxteis é premiado em concurso no Rio Grande do Sul

Sob a coordenação da professora Suzana Barreto Martins, o Banco de Resíduos Têxteis transforma tecidos que iriam para o lixo em novas peças.

Peças de roupas e retalhos que não são mais usados são os chamados resíduos têxteis. Estes resíduos que, para muitos é sinônimo de lixo, são reinventados pelo sistema Banco de Resíduos Têxteis (BRT), um dos resultados de pesquisa do Grupo de pesquisa Design, Sustentabilidade e Inovação – DeSIn, liderado pelos professores Suzana Barreto Martins e Claudio Pereira de Sampaio e vinculado ao CNPq, e de projetos de pesquisa aplicada na UEL que adquirem novas cadeias de valor ao serem reinseridos no sistema produtivo.

O BRT é coordenado pela professora do Departamento de Design (Ceca) Suzana Barreto Martins e foi premiado, na última quarta-feira (30), no Concurso ecoAR, realizado na cidade de Campo Bom, vizinha a Novo Hamburgo (RS). O objetivo do prêmio é proporcionar a estudantes, profissionais e demais interessados a possibilidade de apresentarem projetos que demonstrem soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios do setor da moda. O BRT foi vencedor na categoria “Pós Consumo – Reinserção no Processo Produtivo”. 

O prêmio foi uma realização do Ministério da Cultura (MinC), através da Lei de Incentivo à Cultura, da empresa porto-alegrense Quattro Projetos e com patrocínio da marca Arezzo. Os vencedores do prêmio foram recepcionados pelo CEO da Arezzo e também participaram de uma visita técnica no museu de calçados da empresa.

A professora Suzana Barreto Martins (de vermelho) recebeu o prêmio do projeto BRT, na categoria “Pós Consumo – Reinserção no Processo Produtivo” (Divulgação).

A professora Suzana pesquisa impactos ambientais dos resíduos têxteis desde 2007, durante o seu pós-doutorado. A partir de 2008, ampliou essa temática aos projetos de pesquisa aplicada que coordenou na UEL, junto ao Grupo DeSIn como projeto de pesquisa aplicada, que envolve as três dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e econômica. Estas dimensões são contempladas pelo sistema BRT. Para a implementação piloto, o Banco de Resíduos Têxteis contou com recursos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), apoio de empresas do setor e do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos (Ninter).

Inovação e sustentabilidade

O concurso reuniu apresentações de projetos que demonstram soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios do setor da moda. O descarte irregular de resíduos têxteis representa um grave problema, envolvendo poluição e danos ao meio ambiente que podem levar anos para serem superados – ou, até mesmo, serem irreversíveis. De acordo com pesquisa divulgada pelo Sebrae, em abril deste ano, apenas 20% das 170 mil toneladas de lixo têxtil produzidos no Brasil são reciclados. Os outros 80% acabam em lixões e aterros sanitários.

A professora Suzana Barreto Martins destaca o papel do sistema BRT e de projetos que visam reduzir o descarte de peças de roupas. “São prementes para evitar que os impactos ambientais dos resíduos têxteis industriais e pós-consumo cheguem aos aterros sanitários, diminuindo o ciclo de vida desses aterros que representam um gasto considerável aos municípios”. 

O concurso ecoAR contou com quatro categorias e cada um dos vencedores recebeu um prêmio no valor de R$10 mil. A professora revela que este recurso será investido em equipamentos complementares, na construção e produção de novos pontos de entrega voluntária (PEVs) e na produção de um site específico para o sistema BRT. como canal de comunicação com a sociedade.

Suzana Barreto Martins, durante o ecoAR, em Campo Bom (RS).

*Estagiário de Jornalismo na COM/UEL.

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