Indexação pode ser diferencial na nova avaliação da CAPES
Indexação pode ser diferencial na nova avaliação da CAPES
Para avaliação da pós-graduação, o que importa é o impacto do trabalho publicado por aqueles que fazem parte do programa, e não onde foi publicadoA Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) publicou
uma nova forma de avaliação das produções de programas de pós-graduação. As
mudanças encerram a estratificação do sistema Qualis Periódicos e passam a incluir a classificação individual de artigos para o período 2025–2028.
“A nova classificação foi uma surpresa, mas me parece ser positiva”, relata o professor Eduardo José de Almeida Araújo, diretor de pesquisa na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL (ProPPG). Anteriormente, as revistas científicas eram categorizadas em dez estratos (A1, A2, A3, A4, B1, B2, B3, B4, B5 e C) e o reconhecimento de um artigo era associado à classificação do periódico em que foi
publicado.
“O fato de um artigo ser publicado em uma revista A1 não é garantia da sua relevância. Para avaliação da pós-graduação, o que importa é o impacto do trabalho publicado por aqueles que fazem parte do programa, e não onde foi publicado. O olhar passa a ser para a produção específica das pessoas, o que me parece ser mais coerente”, explica Araújo. Com as novas diretrizes, os artigos podem ser avaliados de três formas.
Na primeira, a classificação tem base nos indicadores bibliométricos do periódico no qual o artigo foi publicado, com a diferença de que a avaliação passa a ser somente do trabalho, e não mais da revista.
Na segunda, os indicadores são recolhidos do próprio artigo, como números de
citações e de downloads e menções em redes sociais, somados a critérios qualitativos do periódico, por exemplo acesso aberto e registro em indexadores relevantes.
Na terceira, o foco não são as métricas, mas sim a análise qualitativa de cada artigo
com base em fatores definidos pela área de avaliação, considerando, por exemplo, a
contribuição científica do trabalho.
Assim, é possível que artigos publicados em uma mesma revista tenham classificações diferentes, pois o foco é a repercussão individual de cada trabalho. A maneira como pesquisadores escolhem os periódicos aos quais vão submeter suas produções também deve mudar.
“Para os pesquisadores, é importante publicar em uma revista que esteja indexada nas bases de dados nais quais seus pares vão fazer buscas, independentemente do seu fator de impacto, para que o trabalho esteja acessível e seja lido e citado. Por isso, é essencial que as revistas estejam indexadas estrategicamente em bases interessantes”, conclui Araújo.
O Escritório de Apoio ao Editor Científico da UEL (EAEC), criado em abril de 2025, tem
como uma de suas principais atribuições oferecer suporte para a indexação das
revistas da Universidade. Para cada periódico, a equipe do EAEC realiza um
levantamento das bases de dados relevantes para a área e, em conjunto com a equipe editorial, analisa quais critérios ainda precisam ser atendidos para que a revista possa ser indexada. Além disso, o EAEC oferece apoio na padronização visual, diagramação e publicação de artigos, orientações de divulgação e boas práticas no meio editorial e indexação no Portal de Periódicos da UEL. O contato com o EAEC pode ser feito por e-mail.

*Jornalista no Escritório de Apoio ao Editor Científico (EAEC)
