“Letalidade Policial: um retrato da violência no Paraná”. Este é o tema do debate que a Rádio UEL FM e a Rede Lume de Jornalistas realizam nesta quarta-feira (15), às 19h, na Sala de Eventos do Centro de Educação Comunicação e Artes (Ceca) da UEL. O evento terá transmissão ao vivo pela emissora (107,9 MHz), no aplicativo e também no canal do YouTube da Rádio UEL FM.

Levantamento divulgado no dia 2 pelo Ministério Público mostra um aumento de 17% nas mortes em decorrência de ações policias no Paraná em 2022. Em Londrina, isoladamente, o crescimento foi de 56%. As forças de segurança mataram 488 pessoas no Paraná, sendo 50 em Londrina.

São Paulo, que tem uma população quatro vezes maior que a do Paraná, vive uma curva descendente no número de mortes causadas pelas forças de segurança. Em 2022, registrou 278 óbitos, contra 488 do Paraná. Uma das explicações é o uso de câmeras nos uniformes dos policiais. A curva no Paraná vem crescendo e praticamente dobrou desde 2015. As informações estão na análise da jornalista Cecília França, da Rede Lume, que fará a mediação do debate. Ela recolheu dados do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e também de outros levantamentos nacionais.

Participantes

Na mesa de debate, estará a defensora pública Andreza Lima de Menezes, coordenadora do Núcleo da Política Criminal e da Execução Penal (Nupep), da Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR), que vai apresentar um estudo sobre as mortes decorrentes de ações policiais no Estado. Também participa a empresária Hayda Melo, mãe de Willian Júnior, morto pela Polícia em Londrina aos 18 anos, em 6 de maio de 2022. Ela integra o movimento “Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta”.

A terceira debatedora é a professora do Departamento de Serviço Socia (Cesa) Andréa Pires Rocha. Ela é autora do livro “O juvenicídio brasileiro: racismo, guerra às drogas e prisões”. Representando o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, estará o promotor de Justiça Jorge Fernando Barreto da Costa. A mediação será da jornalista Cecília França. O debate pretende conhecer as causas, consequências e mudanças necessárias para superar esse cenário que vitima, especialmente, os jovens negros e periféricos.

Ainda foram convidados para o debate o secretário de Segurança Pública do Estado do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, e o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Nelson Villa. Ambos ainda não confirmaram presença.

Esta é a segunda iniciativa da Lume em parceria com a Rádio UEL. Em 2022, o tema discutido foi “Fake News nas eleições: como enfrentar os impactos da desinformação”. O debate tem apoio da Frente Antirracista de Londrina e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte-PR).

Rede Lume de Jornalistas

A Rede Lume nasceu em Londrina como um espaço dedicado a noticiar temas invisibilizados, amplificar vozes periféricas, divulgar a diversidade. São missões claras que rompem com alguns paradigmas e proporcionam um conteúdo exclusivo em uma plataforma cheia de ideias. Formada por Cecília França, Mariana Guerin e Nelson Bortolin, a Lume explica, em seu site, que acredita que um jornalismo mais humano e diverso é possível.

“Temos compromisso com o que fazemos, para além da notícia. Entendemos que informação é mais importante que manchete. Não exploramos a miséria ou a pobreza. Valorizamos e ouvimos pessoas. Isso é o que temos feito ao longo desses dois anos de trabalho. Mas, queremos e precisamos fazer mais”, diz o texto.

A Lume não tem patrocinadores e não quer recorrer à lógica tradicional de financiamento por publicidade, por entender que ela compromete a independência do projeto. Por isso, os jornalistas lançaram uma campanha de financiamento coletivo. É possível, ainda, colaborar mensalmente, por meio do PIX 31.330.750-0001-55 (CNPJ).

*Com Rede Lume de Jornalistas.