O terceiro episódio do programa Preta Voz, produzido pela jornalista Janaína Ávila para a Rádio UEL FM, já está disponível no site da emissora. O programa terá três reprises, uma nesta quarta (31), às 20h, na sexta (2), às 10h, e a última na próxima terça (6), às 17h. A série reúne cinco programas e integra a campanha “A UEL na luta contra o racismo”. A banda de rock mineira Black Pantera é o destaque deste episódio. A gravação com o trio de Uberlândia foi feita em Londrina, no final de abril, quando seus integrantes vieram participar do Festival Navalhada, promovido pelo Barbearia Bar.

Foi a primeira vez do trio na cidade. Os músicos têm percorrido o país com a turnê do mais novo disco, “Ascensão”, o terceiro da trajetória de nove anos da banda. O álbum está disponível em todas as plataformas digitais, é pré-indicado ao Grammy Latino e vem ganhando elogios da crítica especializada. Formada em 2014 pelos irmãos Charles Gama (guitarra e vocal) e Chaene da Gama (baixo e vocal) e Rodrigo Pancho (bateria), a banda mineira tem um trabalho autoral, canta em português e une elementos do Crossover, Groove, Funk, Thrash Metal e Hardcore ao ativismo. Tem se mostrado uma das mais relevantes bandas do cenário underground dos últimos tempos.

Janaína Ávila conversou com eles sobre formação de público, o sucesso, os haters, o racismo estrutural e, principalmente, sobre o fazer artístico. Ouça trecho em que eles comentam sobre uma vivência ligada ao racismo e o papel da arte, que, segundo eles, é “contrapor, expor, não deixar ninguém confortável”.

Dentre as influências dos músicos, há desde O Rappa a Rage Against The Machine, passando por Bad Brains e Metallica. Tudo isso agrega riqueza ao som do Black Pantera e ajuda a transpor barreiras que muitas vezes o som mais pesado impõe — sempre com autenticidade e respeito às raízes. De acordo com Chaene, “as músicas falam do nosso cotidiano como cidadãos suburbanos negros, e refletem o que a gente viveu”. Questões sociais, políticas e econômicas ditam os versos que abrem mão da poesia profunda em busca de uma mensagem mais direta e passível de entendimento por todas as pessoas, segundo os músicos.

O trio mineiro escolheu encerrar o programa Preta Voz com uma versão de “A carne”, da artista negra Elza Soares, falecida no ano passado. A edição final é de Ricardo Lima.

Segundo episódio

O segundo episódio de Preta Voz também está disponível. Janaína Ávila conversou com a publicitária Amanda Abreu, que iniciou o projeto “Indique uma preta”. Publicitária de formação e estrategista – já trabalhou para marcas como Avon, Pantene e Vanish -, ela é cofundadora da Indique, consultoria que promove a conexão de pessoas pretas e plurais no mercado de trabalho. Em todo material institucional do Indique, tem uma citação da filósofa marxista e socialista Angela Davis, que dá a tônica do trabalho dessas mulheres: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta junto com ela.” 

Hoje, o Indique tem no currículo colaborações com mais de 70 empresas. São mais de 750 líderes sensibilizados, mais de 500 profissionais indicados para vagas e mais de 750 profissionais capacitados através de cursos, workshops e palestras. O grupo do Facebook, em que tudo começou, conta com mais de 8300 mulheres. A Indique ainda tem 32,5 mil seguidores no Instagram e 29 mil conexões no LinkedIn.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Indique Uma Preta (@indiqueumapreta)

Preta Voz repercute os perfis de profissionais pretos, mostrando a potência e o talento em suas áreas de atuação. O primeiro episódio foi ao ar em março, quando a UEL lançou a campanha de luta contra o racismo. A entrevista com o deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro e pastor Henrique Vieira pode ser conferida no link. Outros dois episódios serão apresentados na Rádio UEL FM.

Serviço

Série Preta Voz
Produção e apresentação: Janaína Ávila
Edição: Ricardo Lima
Terceiro episódio
Nesta quarta-feira (31), às 20h
Sexta (2), às 10h, e na próxima terça (6), às 17h