Universidade irá receber profissionais de saúde angolanos em acordo internacional

Universidade irá receber profissionais de saúde angolanos em acordo internacional

Cooperação técnico-educacional feita pelo Governo Federal busca fortalecer o sistema público de saúde do país africano. Iniciativa bilateral exige dedicação exclusiva dos residentes.

A Universidade Estadual de Londrina é uma das poucas instituições de ensino superior estaduais do País inseridas no Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola, iniciativa bilateral coordenada pelos ministérios brasileiros das Relações Exteriores e da Saúde. Dentre as estaduais, apenas a UEL e a Universidade de São Paulo (USP) estão participando do programa.

O acordo foi assinado nesta terça-feira (23), em Brasília/DF, em cerimônia que contou com as presenças das ministras da saúde do Brasil, Nísia Trindade, e da Angola, Silvia Lutucuta. Por parte da UEL, acompanharam a cerimônia o vice-reitor, Airton José Petris, a diretora do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Andréa Name Colado Simão, e a chefe do Departamento de Saúde Coletiva, Ester Massae Okamoto Dalla Costa. 

De acordo com a professora Ester Okamoto, o CCS da UEL irá receber sete profissionais angolanos, sendo três médicos, três enfermeiros e um farmacêutico. Estes profissionais já foram selecionados e terão suas bolsas de estudos custeadas pelo governo angolano.

A professora destaca que dois enfermeiros angolanos já estão em Londrina, na condição de alunos do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UEL, que “abraçou” a iniciativa oferecendo duas vagas ao governo angolano em seu curso de mestrado. “São profissionais enfermeiros que já estão atuando em um hospital especializado no tratamento da AIDS em Angola”, destacou a professora. 

O restante do grupo deve chegar a Londrina em meados de junho, quando tem início o calendário das residências no Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Desta forma, se tornarão alunos dos programas de Residência Multiprofissional em Medicina de Família e Comunidades (3); Farmácia Hospitalar e Clínica (1); e Enfermagem em Saúde da Criança (1). Com duração de dois anos, os programas exigem dedicação exclusiva dos residentes e possuem carga horária de 60 horas semanais, totalizando 5.760 horas de formação.

Cerimônia contou com a presença do vice-reitor, Airton José Petris, da chefe do Departamento de Saúde Coletiva, Ester Okamoto, e da diretora do CCS, Andréa Name Colado Simão (Foto: Arquivo pessoal).

Brasil-Angola

Com a ação, o Governo Federal pretende colaborar com a formação de até 38 mil profissionais angolanos nos próximos três anos, envolvendo 28 instituições de ensino públicas brasileiras. Das 3.620 vagas, 500 serão para ensino presencial e 3.120 para cursos de ensino à distância (EAD).

Oriundos de diferentes especialidades da área da saúde, os profissionais de saúde irão atuar em hospitais de instituições formadoras identificadas pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), do Governo Federal, em modalidades de ensino envolvendo estágio complementar, especialização, mestrado e doutorado.

A ampla maioria das instituições são federais, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além da UFPR e da UEL, a Secretaria Municipal de Saúde de Apucarana completa o rol de instituições e órgãos localizados no estado do Paraná que irão integrar o programa. 

Para a professora Ester, há 32 anos no Departamento de Saúde Coletiva, a participação da UEL enriquece a instituição. Isso porque, até os dias de hoje, a população do país africano sofre as consequências da Guerra Civil Angolana, conflito armado que perdurou entre os anos de 1975, após a independência do país em relação à colônia, Portugal, e 2002, e que envolveu o país em um cenário de violência, epidemias e subnutrição infantil.

“E tem a ver com a história da UEL na saúde pública brasileira. Temos a expertise de profissionais aqui na instituição e o histórico da UEL aliando ensino, serviço e comunidade é fundamental para a formação dos profissionais, não só do Brasil. Agora, com essa possibilidade, a ideia é buscar a qualificação destes profissionais aqui, mas que, ao retornarem, que eles possam ser instrumentos de transformação do sistema de saúde angolano. É papel da UEL trabalhar na formação dos nossos profissionais, mas, também, promover uma melhoria no mundo, se possível”, avalia a professora.

(Com informações da assessoria de comunicação do Ministério da Saúde).

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