Estudos das IEES apontam soluções para retomada econômica do Paraná
Estudos das IEES apontam soluções para retomada econômica do Paraná
Pela UEL, participa o professor Umberto Antonio Sesso Filho, do Departamento de Economia, do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA).Pesquisadores das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Ponta Grossa (UEPG) e do Norte do Paraná (UENP) desenvolveram três estudos identificando aspectos estratégicos para estimular a recuperação econômica em todo o território paranaense. As pesquisas foram usadas como subsídio para a elaboração da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, proposta pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Estado do Paraná (Seti), com previsão de investimento de R$ 60 milhões.
“Esses trabalhos comprovam o papel central das universidades estaduais na retomada gradual e responsável da atividade econômica em todo o Paraná, no período pós-pandemia”, afirma o titular da Seti, Aldo Nelson Bona. Ele ressalta que as pesquisas contribuem para uma aproximação entre a comunidade universitária e o setor produtivo empresarial, visando menor retração financeira dos negócios.
O primeiro estudo aborda a estrutura produtiva do Paraná e a identificação de setores estratégicos para a recuperação econômica. Segundo os autores, os professores Umberto Antonio Sesso Filho, do Departamento de Economia, do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA) da UEL e Paulo Rogério Alves Brene (UENP), o trabalho foi desenvolvido a partir de uma base de dados e análises já em progresso, que conta com a colaboração e coautoria de uma rede de pesquisadores de várias instituições de ensino superior.
O segundo trabalho, de autoria dos professores Augusta Pelinski Raiher e Alysson Luiz Stege, ambos da UEPG, apresenta um relatório sobre as aglomerações industriais e do setor de serviços nas microrregiões paranaenses.
Já a terceira pesquisa, elaborada pelos mesmos autores, além do professor Alex Sander Souza do Carmo, também da UEPG, faz uma análise comparativa da inserção internacional dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no período de 2015 a 2019.
Para o assessor da Seti, Michel Jorge Samaha, a retomada econômica depende da sensibilização do setor privado e de diálogo com o setor público. “As universidades apresentam soluções para a resolução de problemas concretos dos setores econômicos e fomentam a demanda das empresas por parcerias no âmbito acadêmico”, diz.
A proposta de ações para a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação foi encaminhada para apreciação do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, no início de setembro.
Política – A Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação prevê um aporte de recursos financeiros da ordem de R$ 60 milhões, entre investimento, custeio e pessoal, a serem aplicados em quatro eixos estratégicos (Universidade – Empresa; Inovação para Micro e Pequenas Empresas (MPEs); Universidade 5.0; e Desenvolvimento Regional Focado em Inovação) e 12 programas (Vortech PR; HUBi; Nampe; Tecnova PR; Inovagente; Paraná M@ker; Prime; Unicidades; Universidade + Solidária; Anel de Conectividade e Inovação; Paraná Mais Orgânico; e Nossa Gente Tech).
O coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Paulo Renato Parreira, destaca o potencial dessa iniciativa para transformar o Paraná no líder brasileiro em inovação tecnológica, na interface universidades – empresas. “O foco é posicionar o Estado como líder na recuperação socioeconômica brasileira no cenário pós-pandêmico, adotando o desenvolvimento regional sustentável como estratégia”, salienta.
A Seti também propõe cinco novas áreas prioritárias para o Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia (CCT): Agricultura e Agronegócio; Biotecnologia e Saúde; Energias Sustentáveis, Renováveis e Inteligentes; Cidades Inteligentes; e Sociedade, Educação e Economia. O documento sugere, ainda, constituir uma comissão especial denominada Inteligência em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Além das áreas prioritárias do CCT, essa comissão especial teria como premissas norteadoras a Legislação (Lei Geral das Universidades, Lei de Inovação e Lei das Fundações); e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030. “Cada milhão investido em pesquisa e desenvolvimento e em ensino superior possibilita um retorno de aproximadamente R$ 3,4 milhões na arrecadação estadual”, afirma Paulo, tomando como base a matriz insumo – produto do Paraná.
Retomada – Independente da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que propõe ações para o período pós-pandemia, o Governo do Estado tem implementado uma série de medidas para a retomada gradual e responsável da economia. Entre os incentivos para as atividades, o Executivo Estadual criou o selo Made in Paraná, com a finalidade de estimular o consumo regional e recuperar perdas sociais e financeiras decorrentes da interrupção dos negócios.
O Governo do Paraná também lançou um programa de estímulo aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), aglomerados de empresas e incentivo à geração de emprego a partir da execução de obras públicas e privadas. Foram disponibilizadas ainda linhas de financiamento para o enfrentamento da pandemia, que somam R$ 1 bilhão, para atender empreendedores de todos os portes, inclusive os microempreendedores individuais (MEIs) e profissionais autônomos, por meio do programa Recupera Paraná.
Essas linhas de crédito são operacionalizados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e pela Fomento Paraná, agente financeiro vinculado diretamente ao Estado. O executivo também promoveu a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) para 270 mil micros e pequenas empresas.
(Com texto e informações da Agência de Notícias do Paraná).