“UEL com menos plástico” pretende reduzir uso de copos e canudos descartáveis

“UEL com menos plástico” pretende reduzir uso de copos e canudos descartáveis

Professores e alunos do CCE investem em ações que têm como objetivo a mudança de comportamento da comunidade universitária.

Treze segundos é o tempo médio de vida útil de um copo descartável, segundo estudos nacionais. A rápida pausa para o cafezinho ou para tomar uma água, porém, se contrapõem ao longo período em que o material pode demorar para se decompor na natureza: de 50 a 400 anos, dependendo das condições ambientais. Quem faz o alerta é a professora Edinéia Vilanova Grizio-Orita, do Departamento de Geociências, do Centro de Ciências Exatas (CCE), coordenadora do projeto integrado “UEL com menos plástico”.

Os integrantes do projeto, alunos e professores, realizam estudos e ações para reduzir a utilização de plásticos e canudos descartáveis em unidades e setores da Universidade. Conforme explica a professora Edinéia, o projeto surgiu a partir da necessidade de “pensar e repensar o destino dos resíduos plásticos, que são hoje uma das grandes preocupações do mundo moderno em nível mundial”, explica a professora.  

Investir na redução do uso do material implica, segundo Edinéia, em duas vantagens: a primeira é ambiental, com a redução na quantidade de resíduos produzidos; e a segunda vantagem é econômica, em função de menos gastos de recursos com esse tipo de produto.  

O fato é que o cuidado vai além do meio ambiente e se amplia para a saúde humana. Como explica a professora, muitos desses materiais são fabricados com substâncias tóxicas, como o poliestireno – resina do grupo dos termoplásticos – que é liberada quando em contato com líquidos quentes, como café e chá.

Mudança de comportamento

Mas como conseguir efetivamente trocar o plástico por outros materiais? A resposta está no investimento em educação ambiental. “Ela vai tratar da transmissão desses conhecimentos e contribuir para sensibilização das pessoas, para que mudem o comportamento”, defende. Edinéia acredita que é com a sensibilização de toda a comunidade universitária, como estudantes, servidores e professores, e incluindo os responsáveis por cantinas e quiosques no Campus Universitário, que será possível agir em prol das soluções. 

Experiência – Apaixonada pela pesquisa, antes mesmo de ingressar no curso de Geografia da UEL, a estudante Maria Eduarda Cordeiro Silva decidiu fazer parte do projeto e se encantou pelo tema: educação ambiental. Com base no que que aprende dentro e fora do projeto, a estudante coloca em prática ações que incentivam a mudança de comportamento das pessoas, por meio da produção de conteúdos para as redes sociais do “UEL com menos plástico”- @uelcommenosplastico

Além disso, ela também publicou trabalho em conjunto com outros integrantes do projeto sobre “Análise do design de algumas embalagens utilizadas na Universidade Estadual de Londrina”. Um dos resultados obtidos na pesquisa é o quadro abaixo.

“O projeto para mim é isso: trazer para UEL um ambiente muito melhor. É o desejo de que quando retornarem as atividades presenciais, pós-pandemia, que sejamos mais sensibilizados. ‘UEL com menos plástico’ é enxergar o ambiente por inteiro, para todos nós”, afirma a estudante.

Devido à pandemia, que levou a suspensão das atividades acadêmicas presenciais no Campus, as ações do projeto são realizadas em ambiente virtual. Em encontros quinzenais, a equipe faz estudos e debates sobre diversos temas ambientais, sempre pensando nas melhorias que podem ser adotadas no Campus Universitário, que abriga oito dos nove Centros de Estudos da Universidade.

(Divulgação)

A equipe é formada atualmente pelos estudantes do curso de Geografia, Laura Gomes da Costa, Maria Eduarda Cordeiro Silva, Mariana da Rocha Silva e Mateus Jukowski Rocha; de Design de Moda, Fernanda de Oliveira Massi; de Direito, Otavio Zucoli Zanardi; além dos servidores Maria José Sartor, coordenadora do programa de gestão ambiental ReciclaUel; e Paulo Negri,  técnico em assuntos universitários do Laboratório de Tecnologia Educacional (LABTED).

Outra ação constante é a divulgação de conteúdo informativo pelas redes sociais do projeto. Desde fevereiro de 2020 são compartilhadas informações e explicações que visam sensibilizar a comunidade universitária sobre o tema. Também são organizadas lives, com especialistas. No mês de agosto, por exemplo, o jornalista Daniel Navarro, do blog “Menos lixo, por favor”, participou de uma conversa com a professora Edinéia Grizio-Orita.

(Divulgação)

Os integrantes estão agora na expectativa da realização do “I Encontro UEL com menos plástico”, marcado para 16 de outubro deste ano. Com início às 8 horas, o evento terá palestra de abertura sobre educação ambiental seguida de três oficinas com os seguintes temas: papel plantável, sacola ecológica e horta com garrafa PET. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas AQUI

Sugestões para diminuir a utilização de plástico

Para ações mais práticas, a coordenadora Edinéia Vilanova Grizio-Orita têm algumas dicas que podem contribuir para uma Universidade com menos plástico e ainda com a diminuição do uso em ambientes fora da Universidade. 

Campus da UEL: utilizar sua própria caneca, garrafa ou copo com modelo dobrável, para o suco do Restaurante Universitário (RU), ou para o café, água e chá nos Departamentos e demais setores da Universidade; outra opção é ter seu próprio canudo de inox ou bambu, por exemplo. 

Supermercados: levar sacolas reutilizáveis, utilizar garrafas PET retornáveis, evitar o uso de saquinhos de legumes e frutas.

Restaurantes: levar canudos reutilizáveis e copos ou canecas. 

Mais dicas estão disponíveis no perfil do projeto UEL com menos plástico

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