Atividade física reduz sintomas de depressão e ansiedade em mulheres, diz estudo
Atividade física reduz sintomas de depressão e ansiedade em mulheres, diz estudo
Artigo analisou o efeito do treinamento de resistência sobre participantes com sintomas de depressão e ansiedade.O projeto Active Aging Longitudinal Study, que analisa o impacto do treinamento de força muscular sobre a saúde de mulheres na pós-menopausa, publicou seu primeiro artigo com abordagem na saúde mental. Foi no volume 26 do periódico internacional “Aging and Mental Health”, do Reino Unido. O primeiro autor é Paolo Marcello Cunha Fabro, Doutor em Educação Física pela UEL e Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício (GEPEMENE), que desenvolve o projeto. Atualmente, ele faz Pós-Doutorado em São Paulo, no Hospital Israelita Albert Einstein, desenvolvendo uma pesquisa sobre exercícios físicos para pessoas com doenças vasculares.
O estudo, intitulado “Resistance training reduces depressive and anxiety symptoms in older women: a pilot study”, pode ser lido aqui. Os coautores são da UFSM (RS), USP, e instituições da China e Reino Unido. De acordo com Paolo Fabro, o pesquisador inglês, Brendon Stubbs, é a maior autoridade mundial na área, e os demais figuram também entre os mais importantes do mundo.
O objetivo do estudo foi analisar o efeito do treinamento de resistência sobre participantes com sintomas de depressão e ansiedade (mas não diagnosticadas com as doenças), observando os fatores idade, alterações cognitivas e força muscular sobre tais sintomas. Um total de 41 mulheres com 60 anos ou mais foi dividido em grupo de treinamento e grupo controle. O primeiro foi submetido a um programa progressivo e supervisionado de treinamento durante 12 semanas, envolvendo oito exercícios feitos em três séries, três dias por semana, de modo a exercitar toda a musculatura corporal, enquanto o grupo de controle não recebeu intervenção durante o mesmo período.
Foram observados, antes e depois dos exercícios, a força muscular, função cognitiva, e sintomas de depressão e de ansiedade, que foram reduzidos ao final. “As mulheres que apresentam sintomas leves de depressão e ansiedade conseguiram reduzi-los ainda mais”, conta Paolo Fabro.
Maior estudo mundial
Iniciado em 2012, o projeto completou 10 anos em 2022 oferecendo a prática de treinamento padronizado e supervisionado a mulheres da terceira idade. É considerado o maior estudo mundial na área de treinamento de força em mulheres com mais de 60 anos, coordenado pelo professor Edilson Serpeloni Cyrino, do Departamento de Educação Física.
Em apenas uma década os pesquisadores produziram aproximadamente 100 artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais, além de quase 30 trabalhos acadêmicos, teses de Doutorado e dissertações de Mestrado. Estes números conferem ao projeto o status de ser o detentor de aproximadamente 7% da produção acadêmica e científica nesta área de investigação. Para Paolo Fabro, a publicação do artigo é importante porque produz conhecimento em uma área ainda em expansão e sem um grande número de produção.