No mês da Consciência Negra, UEL fortalece informação sobre cotas raciais e sociais

No mês da Consciência Negra, UEL fortalece informação sobre cotas raciais e sociais

Força-tarefa formada por professores e entidades estudantis percorrerá escolas públicas da região de Londrina para conversar com jovens.

Em novembro, mês da Consciência Negra, uma força-tarefa formada por professores e entidades representativas de estudantes da UEL vai percorrer escolas públicas da região de Londrina para fortalecer informações sobre cotas raciais e sociais e as ações afirmativas com o objetivo de atrair estudantes negros e pardos para o Vestibular 2023. As inscrições estão abertas até 8 de novembro, no site da Cops. As provas serão realizadas em março e abril (1ª e 2ª fases, respectivamente). O dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, instituído pela Lei nº 12.519/2011.

A reserva de vagas para estudantes de escolas públicas, negros e pardos está completando 17 anos em 2022, com resultados animadores, a partir da inclusão de jovens moradores da periferia no Ensino Superior Público. No próximo vestibular, a UEL oferecerá 3,1 mil vagas em 52 cursos de graduação. As cotas instituem 20% desse total para estudantes de escolas públicas, 20% para estudantes negros provenientes do ensino público e 5% para negros independente do percurso de formação escolar. Outros 5% são reservados para pessoas com deficiência (PcD).

A força-tarefa que divulga as cotas é formada por integrantes da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops), Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), Programa de Apoio à Permanência (Prope), Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e Diretório Central do Estudantes (DCE), com apoio dos Grêmios Estudantis formados pelos estudantes do Ensino Médio.

A professora Sandra Garcia, da Coordenadoria de Processos Seletivos da UEL (Cops), ressalta que a proposta é que o trabalho seja permanente, como um diálogo com esse público. Das mais de 150 escolas públicas estaduais existentes na região, cerca de 85 já foram visitadas e a proposta é realizar uma divulgação intensiva nos próximos dias, que antecedem o fim do prazo de inscrição para o Vestibular 2023.

“Queremos fortalecer a informação de que o jovem precisa se profissionalizar, um processo constante. Até para abrir novos caminhos para a família”, enumera a coordenadora. No mês passado, a UEL prorrogou as inscrições do Vestibular, a exemplo do que ocorreu nas maiores Universidades brasileiras. O motivo foi o menor volume por inscrições, que vêm caindo na mesma proporção em que os jovens estão buscando oportunidades no mercado de trabalho.

Equipe do Prope em sala de aula, no Colégio Estadual Profª. Roseli Piotto Roehrig (Divulgação)

Consequências

A diretora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), professora Marleide Ferreira, pondera que a pandemia afetou de forma ímpar as famílias pobres, com impactos junto às camadas mais vulneráveis. Ela afirma que o estudante negro de família pobre precisa conciliar a frequência escolar com o trabalho, o que representa um diferencial a ser considerado quando se trata de acesso ao Ensino Superior.

A diretora sustenta que, apesar dos 17 anos de implantação das cotas sociais e raciais na UEL e 10 anos nas Universidades Federais, ainda existe muita resistência sobre o direito desses estudantes. “Inegável que a política de cotas tem mudado o destino de famílias, porque se trata de conquista não pessoal, mas de uma geração”, define. Para a diretora, fundamental fortalecer a informação sobre reserva de vagas, inclusive mobilizando outros estudantes. O foco é dar amplitude para as inscrições abertas para o Vestibular 2023 e as ações afirmativas existentes na Universidade.

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