Professores participam de portal científico internacional sobre estudos de ecologia e meio ambiente
Professores participam de portal científico internacional sobre estudos de ecologia e meio ambiente
Pesquisadores foram fontes do portal EcolClips, especializado em documentar estudos sobre ecologia e meio ambienteOs professores Ana Paula Vidotto e Halley Caixeta de Oliveira, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), estão entre os entrevistados do portal EcolClips, especializado em documentar e divulgar pesquisas relacionadas à ecologia e meio ambiente. O portal é uma iniciativa dos pesquisadores Cornelia Sattler e Julian Schrader, da Austrália, e conta com um portfólio de quase 60 vídeos sobre estudos ligados à sustentabilidade. O portal pode ser acessado neste endereço e uma das entrevistas – com o professor Halley – já está disponível ao final desta reportagem. O vídeo da professora Ana Paula está em fase final de produção e deve ser postado nas próximas semanas.
As gravações foram feitas no final de dezembro passado quando o casal visitou a UEL atendendo convite do professor Halley, coordenador institucional do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) em Biodiversidade. Ele explica que o casal Cornelia e Julian participou em abril passado de uma missão australiana que visitou o Paraná com o objetivo de conhecer a biodiversidade e os vários tipos de vegetação típica do estado. Outro objetivo da missão era contatar pesquisadores que desenvolvessem estudos de conservação ambiental.
Na época os pesquisadores conheceram algumas regiões do estado, passando por Curitiba e o litoral, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. Julian é pesquisador na Mac Quarie University, da Austrália, enquanto Cornelia se dedica ao portal EcolClips, realizando documentários sobre pesquisa ambiental. A vinda do casal para Londrina no final de 2024 se deu pelo interesse dos dois em estudos sobre araucária, árvore símbolo do Paraná, e sobre fragmentos de áreas verdes (reservas ambientais localizadas próximas à malha urbana).
Foi neste contexto que os pesquisadores da UEL acabaram sendo selecionados para o portal EcolClips. Em sua participação o professor Halley contou sobre seus estudos sobre soluções baseadas em elementos da natureza para combater os efeitos climáticos recentes, como impacto ambiental e o aumento da temperatura. Segundo ele, essas soluções são definidas pela União Internacional para Conservação da Natureza, que aponta ações para proteger e restaurar ambientes naturais ou modificados.
De acordo com o professor, a restauração de uma floresta é baseada na própria natureza, armazenando carbono e evitando perda da biodiversidade para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Na agricultura, por exemplo, é comum o uso de inimigos naturais contra pragas, reduzindo assim o volume de insumos químicos no campo.
No caso da mitigação dos efeitos climáticos, ele informou que existe um projeto de pesquisa que aponta diferentes soluções baseadas na natureza para a restauração florestal, como por exemplo, o uso de micro-organismos associativos aproveitando que as plantas podem fornecer nutrientes ou moléculas que as protegem de estresses abióticos provocados por água, oxigênio, temperatura, luz solar, umidade, vento e outros fatores externos. “Nossa ideia é ir para as florestas para prospectar esses micro-organismos que são fáceis de associar com as raízes das árvores e cultivá-las”, exemplificou.
Comportamento animal – Já a professora Ana Paula deu um depoimento sobre as pesquisas realizadas junto ao Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal (Leca). Os pesquisadores são responsáveis por pelo menos duas teses, oito dissertações defendidas e em andamento e mais de 10 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) focando animais silvestres e o ambiente urbano.
Estes estudos trazem, por exemplo, informações sobre a interação de seres humanos e macacos pregos no Campus da UEL e no Parque Arthur Thomas. Segundo a professora, na Austrália, semelhante ao Brasil, existe uma rica fauna urbana. Daí o interesse dos pesquisadores do portal EcolClips.
“Eles nos trouxeram uma rica experiência envolvendo pesquisa e extensão que é o canal para divulgação científica. Um formato que demonstra como refinar a linguagem para se comunicar com o leigo”, opinou.