Além dos muros: UEL realiza defesa de TCC na Terra Indígena do Apucaraninha
Além dos muros: UEL realiza defesa de TCC na Terra Indígena do Apucaraninha
A Universidade Estadual de Londrina, por meio do curso de Geografia, realizou a primeira defesa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Terra Indígena do Apucaraninha, reunindo docentes e moradores, dentre eles, egressos da pós-graduação da UEL. A banca de TCC foi realizada no dia 13 de fevereiro, no Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag, […]A Universidade Estadual de Londrina, por meio do curso de Geografia, realizou a primeira defesa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na Terra Indígena do Apucaraninha, reunindo docentes e moradores, dentre eles, egressos da pós-graduação da UEL. A banca de TCC foi realizada no dia 13 de fevereiro, no Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag, em Tamarana.
O discente que defendeu sua pesquisa é Tiago Pyn Tánh de Almeida, estudante indígena que já atua como professor de Geografia no Colégio Estadual Benedito Rokag. A unidade educacional foi o objeto da sua pesquisa, que teve como objetivo apresentar as práticas pedagógicas e culturais do colégio, focando no calendário diferenciado e atividades que promovem educação bilíngue, intercultural e
específica.
O trabalho teve como orientadora a professora Margarida de Cássia Campos (Departamento de Geografia), e as avaliadoras Patrícia Fernandes Paula, docente do Departamento de Geografia da UEL, e Damaris Kanīnsãnh Felisbino, primeira diretora indígena do colégio, e segunda estudante indígena da UEL a ter conquistado o título de mestre – no caso, em Estudos da Linguagem. Em 2022, ela também defendeu sua dissertação de mestrado na escola, na presença de indígenas Kaingang.
Para a professora Margarida, a sessão pública representou um importante momento em que a Universidade se aproximou da comunidade, “demonstrando que pode sair dos seus muros e estar nos territórios tradicionais”, diz. “A UEL é uma instituição orientada nas demandas de uma sociedade inclusiva, sendo um vetor da promoção de ações afirmativas com reconfiguração para processos educativos decoloniais”, menciona.
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UEL
A UEL foi uma das primeiras universidades do País a pensar a inclusão de indígenas. A iniciativa que culminou na aprovação da Lei Estadual nº 13.134/2001 foi adotada em paralelo às movimentações políticas e educacionais realizadas na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e na Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat).
Com o avanço trazido pelo marco legal, indígenas moradores do território paranaense passaram a contar com uma política de ingresso específica ao Ensino Superior, contando com vagas suplementares através de um “vestibular indígena”, como é popularmente chamada a porta de entrada da população indígena na graduação.
Entre 2002 e 2020, as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram 19 edições do “vestibular indígena”.
Pós-graduação
Em junho de 2021, o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social da UEL concedeu o título à estudante Gilza Ferreira de Felipe Pereira, que se tornou a primeira indígena a obter o título de mestre pela UEL.