Projeto beneficia assentamento na produção de polpa de frutas

Projeto beneficia assentamento na produção de polpa de frutas

Projeto de Extensão desenvolvido pelos Departamentos de Zootecnia e de Agronomia tem contribuído para a melhoria da atividade e da qualidade de vida dos pequenos agricultores do Assentamento Iraci Salete, localizado em Alvorada do Sul, no norte do Paraná. Ao todo são 60 famílias de produtores rurais, divididos em 12 hectares de área onde são […]

Projeto de Extensão desenvolvido pelos Departamentos de Zootecnia e de Agronomia tem contribuído para a melhoria da atividade e da qualidade de vida dos pequenos agricultores do Assentamento Iraci Salete, localizado em Alvorada do Sul, no norte do Paraná. Ao todo são 60 famílias de produtores rurais, divididos em 12 hectares de área onde são produzidas frutas, verduras, além da criação de animais.

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Edição número 1417 de
3 de março de 2023
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As primeiras intervenções de pesquisadores e extensionistas da UEL foram realizadas em 2007, quando os agricultores iniciaram a produção de ervas para chá. Nos últimos anos, o projeto ganhou amplitude a partir da organização da produção de polpa de frutas, fornecendo os primeiros contornos para a estruturação de uma agroindústria para o processamento de maracujá, manga, pitanga e acerola.

Segundo a professora Ana Maria Bridi, do Departamento de Zootecnia, coordenadora do projeto de extensão “Organização da Produção Coletiva de Polpa de Frutas em Assentamento Rural”, os agricultores contam atualmente com uma cozinha industrial em fase de implantação para a produção das polpas. O local também deverá servir futuramente para a produção de mandioca embalada, pronta para o consumo, além de verduras higienizadas.

Outra proposta é mudar o modelo de produção de hortaliças para o orgânico. O objetivo é adequar a produção para a merenda escolar, uma vez que a partir de 2030 todo alimento servido nas escolas públicas do Paraná deverá ser orgânico. Para que os assentados possam se integrar a este projeto, é necessário iniciar os esforços a partir de agora. Produtores que não migrarem para o modelo orgânico estarão fora do programa da merenda escolar.

“Prática extensionista está ligada ao compromisso social da Universidade, que precisa se preocupar com o entorno e interagir com a sociedade oferecendo soluções”, observa a professora Ana Maria Bridi

Segundo a coordenadora do projeto, a ideia de fabricar polpa de frutas considera a boa produção do assentamento e consequente dificuldade na comercialização. Os agricultores têm grande oferta durante a safra, quando o preço da fruta consequentemente é menor. Dessa forma a fabricação de polpas é recomendada para aproveitar e estocar o excesso de frutas, uma atividade agroindustrial rentável, de rápido retorno e investimento relativamente pequeno.

A cozinha industrial conta com equipamentos como despolpadeira, câmara de maturação e armazenamento de frutas, tanques de inox, descascadora de mandioca e outros adquiridos nos últimos anos, a partir de investimentos obtidos por meio de esforços dos extensionistas.

Em 2015 a UEL foi contemplada com o Prêmio Santander Universidades, concorrendo com mais de 23 mil iniciativas desenvolvidas em Instituições de Ensino Superior do país. Na época o projeto se chamava Assistência Técnica em Produção e Sanidade Avícola em Assentamento Rural visando a Produção Sustentável. Os recursos do prêmio foram integralmente investidos em equipamentos e infraestrutura, garantindo a melhoria das condições de trabalho dos agricultores.

Aprimoramento

Além de aprimorar a produção agrícola dos assentados, o projeto de extensão cria oportunidade para que estudantes e professores coloquem em prática os conhecimentos da academia e proporciona novas experiências e aprendizado. Ana Maria explica que os estudantes que participam do Grupo PET de Zootecnia também colaboram para melhorar o nível de informação dos assentados do Iraci Salete. Ela detalha que a Zootecnia tem muita proximidade com a produção vegetal, uma vez que o currículo do curso inclui disciplinas como Climatologia, análise e conservação de solos e controle de ervas daninhas, por exemplo. Todas essas informações são importantes para melhorar o trabalho dos pequenos agricultores.

Ela explica que com a exigência da curricularização da extensão, em fase de implantação nos cursos da UEL, todos os estudantes de graduação deverão participar de projetos, dividir experiências e colocar em prática o aprendizado da academia. No caso dos estudantes de Zootecnia, a exigência será de 400 horas de participação em projetos de extensão.

“Os estudantes têm de compreender as questões sociais e econômicas e saber escutar as necessidades da sociedade”, diz a professora Bridi

A professora observa que a prática extensionista está ligada ao compromisso social da Universidade, que precisa se preocupar com o entorno e interagir com a sociedade oferecendo soluções. “É diferente de assistência técnica, é preciso entender que essa comunidade também vai ensinar”, afirma. Ela acrescenta que os estudantes têm de compreender as questões sociais e econômicas e saber escutar as necessidades da sociedade. No caso do projeto que atende o assentamento Iraci Salete, além do curso de Zootecnia, também estão envolvidos professores e estudantes do curso de Economia, Farmácia, Agronomia, e Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos.

A UEL também oferece alternativa e infraestrutura para os assentados comercializarem sua produção. Duas vezes por mês os agricultores participam da Feira da Cidadania realizada pela Pró-reitoria de Extensão (PROEX) da UEL no Campus Universitário. O objetivo é proporcionar locais para escoamento da produção e aproximar a comunidade universitária de produtores e demais empreendedores sociais que participam da feira. Um complemento para as ações realizadas no Iraci Salete, visando a melhoria da qualidade de vida das famílias.

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