Em 2021, a taxa de evasão escolar em cursos de graduação presenciais atingia o patamar de 27,6%, subindo para 36,2% em cursos ofertados na modalidade EAD. Dentre os estudantes que entraram na faculdade em 2017, menos de 30% concluíram seus cursos. Os dados são do Mapa do Ensino Superior no Brasil (Semesp) e configuram um cenário preocupante para as Universidades brasileiras. O fenômeno da evasão estudantil e seus decorreres será tema de uma palestra online que será ministrada pelo professor doutor em Sociologia, Thiago Antônio de Oliveira Sá, no dia 9 de abril, às 19 horas.

Discutindo a temática “As transformações do público universitário e a disparada da evasão”, o evento, promovido pelo Gepe (Grupo de Estudos em Práticas de Ensino) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), terá transmissão ao vivo pelo YouTube no canal do Núcleo de Educação a Distância (Nead) da UEL.

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com período Sanduíche na Universidad de Granada (UGR), na Espanha, o professor se dedica a pesquisas ligadas ao Pensamento Social Brasileiro e à Sociologia da Educação com enfoque no Ensino Superior.

Oliveira Sá vai apresentar as principais mudanças no ambiente acadêmico nos últimos anos e a necessidade de viabilizar estratégias de incentivo à continuidade da formação. “Com as Políticas públicas de expansão estrutural e ampliação do acesso ao Ensino Superior público no Brasil, novos públicos, historicamente excluídos, lograram entrar para a universidade. Avanços inegáveis. Contudo, novos desafios emergem, entre eles a disparada da evasão”, explica o pesquisador.

“Ao contrário do que se imagina, a evasão não guarda forte associação com incapacidade para se acompanhar os estudos ou dificuldades financeiras”, conta o palestrante, “mas sobretudo a uma alocação em cursos não desejados, mas cujo ingresso neles foi possível. Evade-se por insatisfação, para a busca dos reais objetivos acadêmicos”, pontua.

Os impactos do fenômeno se mostram presentes não apenas na vida dos indivíduos em si, mas em toda a dinâmica social. “Para a sociedade, evasão é desperdício de recursos humanos e financeiros”, afirma Oliveira Sá. Para os estudantes, mergulhar no ensino superior é apenas o primeiro passo. “Uma caminhada longa e de resultados incertos, que envolve várias tentativas no ENEM, cursar disciplinas “a serem aproveitadas no futuro” ou mesmo conformar-se com um curso afim ao desejado, quando este se torna definitivamente inacessível”, conclui o professor. 

O evento realizado pelo Gepe conta com o apoio do Labted (Laboratório de Tecnologia Educacional) da UEL.

*Estagiária de Jornalismo na COM/UEL.