“Quem cuida dos corpos considerados dissonantes, queer, anômalos que estão nos quintais das casas, nas salas de aula?”. É com esse questionamento que o professor Régis Moreira (Departamento de Comunicação) inicia uma das crônicas em seu primeiro livro do gênero, “Fabulações Queer: crônicas para um mundo possível”. Reunindo 22 histórias sobre as vivências e dificuldades enfrentadas pela comunidade queer, a coletânea já se encontra disponível para pré-venda no site da Editora Patuá, responsável pela publicação da obra.

Desenvolvidas durante a pandemia de Covid-19, as crônicas foram inicialmente escritas para os jornais independentes Rede Lume de  Jornalistas de Londrina e Semana On. Nos textos, são explorados temas que não se limitam ao contexto pandêmico em que foram criados, “mas também o que é uma vida de um corpo dissidente, queer, um corpo de um homem gay, que vai se ressignificando, encontrando os lugares fabulados para esse corpo que não tem um espaço na sociedade”, explica o professor. 

Ainda segundo Régis, o título do livro surge a partir da construção de uma possível realidade, na qual as vidas consideradas dissidentes possam enfim existir e serem valorizadas. “Apesar de todos os sofrimentos e as violências vida afora, é possível se reinventar, fabular outros lugares e tensionar esses espaços sociais para se colocar de uma forma íntegra na sociedade”, pontua o autor.

Embora o livro já possa ser encomendado de maneira remota, há duas oportunidades para adquirir a obra presencialmente. Em um primeiro momento o livro estará disponível na Casa Gueto, parte da 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), realizada entre os dias 9 e 13 de outubro. Depois disso, a obra pode ser adquirida no Sesc Cadeião Cultural de Londrina no dia 1º de novembro, data em que ocorre o encerramento da 3ª edição do Encontro de Orientalismos e Colonialismos na Comunicação e no Audiovisual da UEL.

O Autor

Reginaldo Moreira é docente da graduação e pós-graduação em Comunicação da Universidade Estadual de Londrina.  Na década de 90, tornou-se ativista LGBT, participando da fundação do Grupo Identidade e da organização da 1ª. Parada LGBT da cidade de Campinas/SP. Hoje integra os grupos de pesquisa da UEL Entretons e Deco (Decolonialidade na Comunicação) e é pesquisador do Observatório Nacional de Políticas Públicas e Educação em Saúde.

*Estagiário de Jornalismo na COM/UEL.