Coordenadores de cursos de Pós-graduação participaram nesta sexta-feira (4) de uma reunião para apresentação dos novos critérios de avaliação dos programas Stricto sensu brasileiros para o ciclo 2025/2028. A reunião contou com a participação do professor Antônio Gomes de Souza Filho, da Universidade Federal do Ceará (UFC), atual diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O encontro foi realizado na Sala dos Conselhos, no Campus.

O novo ciclo avaliativo teve início em janeiro deste ano. Em outubro passado a Capes anunciou, por meio do Ofício Circular nº 46/2024, algumas alterações que serão promovidas no sistema Qualis para o próximo ciclo avaliativo, que incluem análise de impacto, critérios de excelência e a introdução de uma nova abordagem para a classificação de artigos científicos.

Em sua apresentação o diretor salientou que as mudanças deverão ser oficializadas no próximo mês e enfatizou que as Universidades manterão sua autonomia para a produção científica. Ele explicou que o papel do avaliador será conferir resultados, considerando as vocações dos programas e as estratégias dos mesmos. “A carga regulatória da avaliação não deve desvirtuar a atuação dos programas. É preciso espaço para as inovações”, salientou.  

O novo modelo de avaliação apresentará procedimentos distintos para a classificação dos artigos, oferecendo às áreas de conhecimento flexibilidade para combinar métodos conforme as especificidades. O primeiro procedimento mantém a base nos indicadores bibliométricos dos periódicos. O segundo incorpora indicadores diretos, como índices de citação e análises altimétricas, além de critérios qualitativos. Já o terceiro propõe uma análise qualitativa dos artigos, considerando fatores como pertinência temática e avanço conceitual.

Sobre a dimensão da produção científica brasileira, o coordenador da Capes informou que o país hoje tem aproximadamente 5 mil programas de Pós-graduação em 350 municípios distribuídos em todas as regiões brasileiras. O cenário de produção acadêmica atual é bem diferente de 20 anos atrás, quando Rio de Janeiro e São Paulo detinham mais de 60% da produção científica do país. Hoje os demais estados produzem mais da metade da ciência brasileira. Sobre o Paraná, o professor destacou que o estado conseguiu distribuir de forma equitativa o seu ecossistema de Ensino Superior, potencializando o desenvolvimento econômico e social.

Antes de participar da reunião com os coordenadores de programas da UEL, o professor Antônio Gomes foi o convidado para a aula magna do Programa de Pós-Graduação em Química, em comemoração aos 25 anos de atividades. A conferência Nanomaterials Under Extreme Pressure Conditions (Nanomateriais Sob Condições Extremas de Pressão) foi ministrada no Laboratório Escola de Pós-Graduação (LABESC). Durante a palestra o professor Antônio Gomes elucidou como materiais em escala nanométrica se transformam estruturalmente quando submetidos a pressões extremas, revelando propriedades inéditas.