CCA recebe agricultores da Itália para capacitação sobre o Sistema Plantio Direto
CCA recebe agricultores da Itália para capacitação sobre o Sistema Plantio Direto
O grupo que veio a Londrina é formado por integrantes do comitê voltado para jovens agricultores da Confederação Geral de Agricultura da Itália.A Universidade Estadual de Londrina, por meio do Centro de Ciências Agrárias (CCA), recebeu nesta segunda-feira (20) um grupo de jovens agricultores italianos interessados em conhecer conceitos e tecnologias relacionadas ao Sistema Plantio Direto (SPD), considerado a principal estratégia de Manejo do Solo para promover alta produtividade, estabilidade e rentabilidade na produção de grãos. Moradores de províncias da região de Vêneto, no Nordeste da Itália, os 12 jovens agricultores foram recebidos pela diretora, docentes e ex-professores do CCA, e pelo reitor em exercício, o professor Airton José Petris, antes de seguirem com a agenda de visitas a outros setores da UEL e empresa sediada em Londrina.
Na primeira etapa da visita institucional, o grupo foi recebido pela diretora do CCA, Inês Fonseca, e pelo professor aposentado Ricardo Ralisch, em aula expositiva sobre o conceito e a evolução histórica do Sistema Plantio Direto, bem como o seu impacto na agricultura brasileira. Ao lado dele, o professor do Departamento de Agronomia (CCA) André Sampaio Ferreira, e o diretor da Fazenda Escola, José Leonardo Bruno, também colaboraram com a troca de conhecimentos, que contou com tradução para a língua italiana das professoras Marcia Rorato (Departamento de Letras Estrangeiras Moderna) e Vanessa Cristina Araújo (Laboratório de Línguas).
“Uma tecnologia que tem origem no Brasil e principalmente na nossa região, foi em Rolândia que nasceu, e as instituições londrinenses tiveram papel muito forte no desenvolvimento do Sistema Plantio Direto. A própria UEL, o Iapar, hoje Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), a Embrapa Soja e outras Embrapas, têm um papel muito importante. Então Londrina está se tornando um expoente nessa questão da agricultura que protege o meio ambiente e que pode vir a ser solução para os desafios das mudanças climáticas”, avalia o professor Ricardo Ralisch.
Na oportunidade, o professor André demonstrou os benefícios do SPD para aumentar a capacidade de infiltração e retenção de água no solo, com foco no uso da diversificação de culturas e uso de plantas de cobertura. “Tais estratégias proporcionam maior resiliência do sistema produtivo frente aos riscos climáticos inerentes da atividade agrícola e também às mudanças climáticas”, ressalta o docente.
O grupo que veio a Londrina é formado por colaboradores e amigos que integram o comitê voltado para jovens agricultores da Confederação Geral de Agricultura da Itália, conhecida como Sistema Confagricoltura. Conforme o representante do grupo, Francesco Longhi, o interesse em conhecer a estrutura e trocar conhecimentos com representantes da UEL surgiu a partir de uma agricultora italiana, presidente de uma associação de agricultores locais, conhecedora dos métodos e conceitos aplicados na agricultura brasileira, como o Sistema Plantio Direto, cada vez mais implementado em toda a América do Sul.
“Então, ela nos pressionou a ter uma visão global sobre o setor da agricultura, começando especificamente pelo Brasil, porque vocês possuem um sistema de produção agrícola muito interessante, que pode nos ajudar a ter outras abordagens para a biodiversidade e a ecologia nas nossas fazendas”, ressalta Longhi.
Outro importante espaço da UEL visitado nesta segunda foi o Instituto de Pesquisa de Alimentos (IPA), estrutura do Centro de Ciências Agrárias que abriga quatro míni-indústrias e é equipada com câmaras frias. O IPA, destaca o chefe do Departamento de Agronomia, Sérgio Ruffo, é sede para diversas atividades de pesquisa uma vez que conta com salas de treinamento e laboratórios de manipulação.
“Dentre as diversas atividades, uma que se destaca é o desenvolvimento de bioinsumos pelo Laboratório de Biotecnologia Microbiana (Labim), coordenado pelo professor Admilton (Gonçalves, do Departamento de Microbiologia)”, adianta Ruffo. “Diversos produtos biológicos desenvolvidos pelo Laboratório já se encontram licenciados por empresas e estão sendo usados para o controle de pragas e doenças na agricultura, com significativa redução de produtos químicos, promovendo a sustentabilidade da produção de alimentos no País”, conclui.
Um destes produtos, o Frontier Control, é resultado de um acordo de cooperação firmado em 2017 envolvendo o Laboratório de Biotecnologia Microbiana, a Agência de Inovação Tecnológica UEL (Aintec) e a Simbiose Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos Microbiológicos, maior produtora de defensivos e insumos microbiológicos da América Latina.
A recepção institucional ao grupo italiano ainda contou com visita técnica à empresa Tropical Melhoramento e Genética (TMG), referência no desenvolvimento de soluções genéticas para algodão, soja e milho. Todas as atividades foram organizadas pela Assessoria de Relações Internacionais (ARI) em parceria com o Centro de Ciências Agrárias, e foram fruto do comprometimento de todos os setores envolvidos, ressalta a assessora da ARI, Viviane Bagio Furtoso. “Comprometimento e parceria. A ARI agradece a todos e todas”, reforça.