Grupo estuda diversas formas de agricultura irrigada

Grupo estuda diversas formas de agricultura irrigada

Objetivo principal é promover atividades agrícolas mais sustentáveis, com manejo e aplicação da água de forma correta

O professor Allan Remor Lopes (Departamento de Agronomia) detectou uma lacuna na formação dos engenheiros agrônomos no mercado de trabalho, no que se refere à capacitação em relação à agricultura irrigada. Isso inclui ir além da sala de aula e da teoria, aplicar conhecimentos na prática e desenvolver uma consciência ecológico-ambiental em torno da técnica.

Prover as necessidades de água das plantas cultivadas é uma prática milenar, feita pelo ser humano há cerca de 8 mil anos. Os antigos egípcios, por exemplo, observaram e utilizaram as cheias sazonais do rio Nilo em sua agricultura. Os conhecimentos aumentaram desde então, mas até hoje muitos proprietários rurais agem na base da tradição ou de uma percepção mais subjetiva do que real. Então, não se preocupam com uma irrigação que leve em conta a quantidade certa e o momento correto.

Para isso, o professor criou e coordena, há cerca de um ano, o projeto de ensino “Grupo de Estudos em Agricultura Irrigada – GEAI”. Atualmente, são 34 estudantes do curso de Agronomia, do 1º ao 4º ano, que desenvolvem uma série de ações, tanto na UEL quanto em pequenas propriedades rurais da região. Além de Londrina, o projeto já foi a Arapongas e Apucarana.

Para o Grupo, a educação em irrigação é uma ferramenta valiosa para disseminar a conscientização ambiental e de desenvolvimento sustentável, além de promover maior rentabilidade econômica na agricultura.

Como mencionado, as técnicas de irrigação se desenvolveram muito, mas basicamente são quatro: a de superfície (como no Antigo Egito), pouco utilizada no sul do Brasil; por aspersão (como se fosse uma chuva); localizada (ou microirrigação), diretamente na base das plantas; e subirrigação (por gravidade).

Veículos e aspersores, entre outros equipamentos, levaram a automatização ao campo. “O produtor nem precisa estar lá para irrigar”, sintetiza o professor Allan. Mas há muitos fatores envolvidos, como gasto de energia, custos e impacto ambiental. E há o outro lado também, porque nem sempre é o caso de déficit hídrico, mas de excesso de água – aí entram, por exemplo, os conhecimentos e técnicas de drenagem.

Ensino + Extensão

O GEAI não atua sozinho – ele está ligado a dois projetos de extensão, que contribuem para melhorar ainda mais a formação e capacitação do futuro agrônomo graduado pela UEL. Um deles é a Horta Didática; o outro é o Campo Fácil.

Rayssa Eduarda Soares, do 2º ano de Agronomia, e participante do projeto, diz que as atividades práticas, no campo, junto aos produtores, é o ponto forte do Grupo. Além disso, destaca o foco na sustentabilidade. Neste aspecto, vale citar que o projeto se encaixa em dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: o 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e o 15 (Vida Terrestre).

Na UEL, os estudantes montaram um sistema de irrigação – como se fosse uma pequena casa de vegetação, uma estufa de 3 x 3 metros, com torneira, encanamentos, etc. Com ele, realizam experimentos diversos que servem tanto para a pesquisa quanto para a extensão.

O projeto já foi apresentado em eventos científicos, como o Simpósio de Atualização em Ciências Agronômicas da UEL (SACA) e no Pró-Ensino (Mostra Anual de Atividades de Ensino da UEL), e já rendeu Trabalhos de Conclusão de Curso de Agronomia.

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