Professora da UEL abre Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, do TRE-PR

Professora da UEL abre Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, do TRE-PR

A Universidade Estadual de Londrina esteve representada na abertura da Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), nesta segunda-feira (5). O evento é organizado pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR, segue até a tarde desta quarta, e […]

A Universidade Estadual de Londrina esteve representada na abertura da Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), nesta segunda-feira (5). O evento é organizado pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR, segue até a tarde desta quarta, e tem o objetivo de promover ações de conscientização voltadas ao público interno.

A programação do primeiro dia foi marcada pela abertura de uma exposição de fotografias do fotojornalista Sebastião Salgado e uma palestra com o tema “Assédio e discriminação na sociedade contemporânea”, ministrada pela doutora em Filosofia Política pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) Mirelle Neme Buzalaf. Professora do Departamento de Direito Público (Cesa) da UEL, Mirelle é coordenadora do Núcleo de Integridade e Compliance (NIC) da UEL.

Em seu painel, a professora apresentou um recorte da sociedade atual, marcada pela polarização, pelo individualismo, pela misoginia (menosprezo às mulheres, ao feminino e ao que é feminilizado), pelo medo e pela ansiedade, intensificados pelo efeito das telas na saúde mental da população.

Segundo a palestrante, essas características geram um cenário de exclusão, de conflitos em que “o outro é considerado inimigo” e de imersão das pessoas em si mesmas de forma a impossibilitar a compreensão em relação à situação dos outros. Ela ressaltou ainda a importância de o trabalho ser desenvolvido em um ambiente colaborativo, em que as pessoas se sintam confortáveis para errar e serem acolhidas.

“Muitas vezes nós não sabemos quais foram as batalhas que a pessoa enfrentou para chegar até ali naquele dia. Às vezes um sorriso sem graça ou um olhar mais triste escondem problemas familiares, de violência doméstica, financeiros e de saúde. Por vezes estamos tão ensimesmados que não percebemos que uma palavra de apoio e de solidariedade pode mudar o dia de uma pessoa”, destacou.

Doutora em Filosofia Política pela Universidade Estadual de Londrina, Mirelle Neme Buzalaf é professora do Departamento de Direito Público e coordenadora do Núcleo de Integridade e Compliance (NIC) da UEL.
(Foto: Assessoria de Comunicação TRE).

Como solução para diminuir situações de assédio e discriminação no trabalho, a palestrante propôs abrir espaços para refletir sobre o assunto (como treinamentos, conversas e espaços coletivos), promover capacitações de comunicação não violenta, fortalecer laços entre o público interno por meio de atitudes simples do dia a dia (como comemorar aniversários, por exemplo), monitorar o ambiente realizando pesquisas e ofertar serviços de acompanhamento psicológico e canais de denúncia (com a possibilidade de entrar em contato de forma anônima).

TRE-PR

O coordenador de Comunicação Social do TRE-PR, Márcio Carvalho Jardim, realizou uma explanação a respeito da relação entre as obras fotográficas expostas e o tema da Semana. Márcio ressaltou que a exposição “Êxodos”, de Sebastião Salgado, trata de pessoas marginalizadas, que sofrem de discriminação e de assédio. “Todos nós, em algum momento da vida, em diferentes graus, já sofremos algum tipo de discriminação ou de assédio, motivado por uma construção cultural”, completou.

Em discurso realizado antes do início da palestra, o presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, destacou a importância do evento, organizado pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR (1° e 2° graus). “Antes de ser uma exigência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), trata-se de uma ação essencial por seu papel de despertar sobre o tema”. O presidente do TRE-PR também ressaltou o papel das Ouvidorias e das Corregedorias, as garantias constitucionais ao acusado e o acolhimento à pessoa denunciante. A proteção à pessoa denunciante deve ocorrer antes, durante e depois da denúncia”, afirmou.

O vice-presidente e corregedor do TRE-PR, desembargador Luiz Osório Moraes Panza, ponderou sobre a importância de “perceber o outro em sua própria essência”. Segundo o magistrado, o evento é uma oportunidade para propor o diálogo, a troca de informações e a conscientização, abordando um tema complexo, que ainda atinge muitas pessoas. “Temos que nos policiar, porque a vida sempre nos coloca na condição de coexistência, ou seja, nós temos um comportamento de quem não vive isoladamente”, completou.

Presenças

Além do presidente e do vice-presidente do TRE-PR, estiveram presentes os desembargadores eleitorais Guilherme Frederico Hernandes Denz e José Rodrigo Sade; desembargadora eleitoral substituta Andrea Fabiane Groth Busato, presidente da Comissão  de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR no âmbito do 2º grau; a juíza da 174ª Zona Eleitoral de Curitiba, doutora Carla Melissa Martins Tria, presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR no âmbito do 1º grau; e as juízas do TJPR Vanessa Jamus Marchi, Ana Paula Menon Loureiro Pianaro Angelo, Letícia Zétola Portes e Manuela Tallão Benke.

Com o objetivo de promover ações de conscientização, evento é organizado pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TRE-PR. (Divulgação TRE-PR).

Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação

No dia 6 de maio, a partir das 16h, ocorrerá uma explanação sobre discriminação e assédio moral e sexual e seus impactos na saúde mental, com a participação da médica psiquiatra e perita judicial Paola Figueiredo Mylla Todeschini Alves. Em seguida, a psicóloga Adriana Karen do Rocio Vidal Baron abordará as consequências do assédio e da discriminação na saúde mental, com base na sua experiência no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

Na quarta-feira (7), às 14h, será realizado o lançamento do aplicativo “Respeito em Jogo”, desenvolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM). O encontro terá a presença do juiz federal da Justiça Militar, doutor Jorge Luiz de Oliveira da Silva, um dos criadores do app. 

Nos demais dias da semana, o TRE-PR promoverá ainda ações digitais e interativas pela internet e pela intranet. 

(Com informações da Assessoria de Comunicação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná).

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