No próximo mês de junho, a UEL espera receber mais de 3,1 mil alunos ingressantes dos cursos de graduação para o início do ano letivo de 2024. Este grupo irá se unir a outros milhares de estudantes, servidores e professores oriundos de diferentes realidades socioculturais e que formam a pluralidade de saberes e vivências da comunidade universitária da Universidade Estadual de Londrina. Visando orientar os graduandos sobre atitudes individuais e coletivas que não serão toleradas em eventos de recepção e festas universitárias, a administração da UEL vem realizando uma série de encontros formativos que tem o objetivo de aperfeiçoar a cultura de paz e respeito dentro e fora do campus universitário.

Conforme explica a reitora Marta Favaro, o objetivo é “contaminar” o maior número possível de estudantes de graduação com os sentimentos já defendidos em ações permanentes, tais como a campanha #EuRespeito. “Este é um espaço de respeito em que estamos construindo uma carreira profissional no processo de relação com os nossos professores, nos espaços de pesquisa e extensão, e principalmente, em sala de aula. Vocês são os protagonistas desta história, fazendo uma cultura diferente de recepção, uma cultura de acolhimento e empatia e não de excessos”, disse a reitora aos estudantes, no Anfiteatro Cyro Grossi, na tarde desta terça-feira (9). 

Na ocasião, ela esteve reunida com alunos de 1º e 2º ano dos cursos do Centro de Ciências Agrárias (CCA) – Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia – ao lado de servidores que atuam no Núcleo de Integridade e Compliance (NIC) e na Procuradoria Jurídica Universitária (PJU) e na Pró-reitoria de Graduação (Prograd). Nesta quinta-feira é a vez dos graduandos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica (CTU). No entanto, lembra a reitora, a série de encontros teve início em fevereiro no Centro de Ciências da Saúde (CCS), com estudantes do 1º ano do curso de Medicina. 

A professora do Departamento de Direito Público (Cesa) da UEL e coordenadora do Núcleo de Integridade e Compliance (NIC), Mirelle Neme Buzalaf, iniciou a conversa abordando um assunto que até os dias de hoje é alvo de preocupações, ou seja, os trotes universitários. Brincadeiras vexatórias, constrangedoras, humilhantes e que beiram, muitas vezes, a importunação sexual, são proibidas em todo o Campus Universitário.

Nestas ocasiões, muitos podem se sentir obrigados a participar, o que decorre de um desejo de se sentirem incluídos no novo ambiente social. No entanto, destacou a professora do Departamento de Direito Público e agente de Conciliação e Mediação, Silvia Regina Tacla, ingressantes não são obrigados a aceitarem brincadeiras e atitudes desrespeitosas. 

O assessor jurídico da PJU e docente do Departamento de Direito Público da UEL Renê Chiquetti Rodrigues abordou quais são as possíveis implicações legais que podem recair sobre quem comete atos vedados pelo Regimento Geral da UEL, tais como situações já previstas no Código de Processo Penal e excessos envolvendo a depredação do patrimônio público. Em sua fala, também elencou situações registradas em outras Instituições de Ensino Superior (IES) onde estudantes chegaram a ser expulsos, passando até a responder criminalmente por seus atos.

No mesmo sentido, a diretora de Apoio à Ação Pedagógica da Pró-reitoria de Graduação (Prograd), Lilian Kemmer Chimentão, trouxe uma série de orientações e fez um destaque sobre as consequências para a vida acadêmica dos estudantes em caso de suspensão, advertências e demais situações previstas no regimento. A próxima atividade será nesta quinta-feira, às 10h, no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa).