UEL e empresa do setor agrícola formalizam licenciamento de novo produto biológico

UEL e empresa do setor agrícola formalizam licenciamento de novo produto biológico

Produto foi testado em larga escala, no último ano, fruto de um acordo de cooperação para produção de um biofungicida.

Executivos da Vitales, empresa de biológicos para agricultura sediada em Uberaba (MG), estiveram nesta quinta-feira (13) no Laboratório de Biotecnologia Microbiana (Labim), do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UEL, para iniciar a tratativa para o licenciamento de um produto biotecnológico para controle de doenças foliares de soja, milho e algodão. O produto foi desenvolvido e testado em larga escala, no último ano, fruto de um acordo de cooperação entre a UEL e a empresa mineira para a realização de pesquisas visando a produção de um biofungicida e de um bionematicida, para compor o portfólio da empresa. O termo de cooperação foi oficializado em setembro de 2023.

Segundo o coordenador do Labim, professor Admilton Gonçalves de Oliveira Junior, do Departamento de Microbiologia (CCB), o acordo assinado com a UEL previa o investimento para a fase inicial de desenvolvimento. Nos últimos meses, com os bons resultados alcançados nos testes em escala no campo, a empresa dobrou o montante.

O professor explicou que a partir de agora caberá à Universidade elaborar o documento para o licenciamento, transferindo o direito comercial de forma exclusiva para a empresa. O processo deverá envolver a Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) e a Procuradoria Jurídica Universitária (PJU). Simultaneamente a empresa deverá entrar com solicitação de registro do produto no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

A Vitales mantém um portfólio com produtos para manejo integrado de pragas, com foco em cultivares de cana, soja, milho, café e pastagem. A equipe que visitou a Universidade nesta quinta corresponde aos setores de Pesquisa e Desenvolvimento, qualidade, operações e da área regulatória. Eles explicaram que o produto demonstrou bom rendimento em campo e será utilizado inicialmente para combate de doenças foliares de soja, milho e feijão, a partir da safra 26/27. Em um segundo momento a empresa pretende utilizar o biofungicida em culturas como batata, tomate, frutas e cana de açúcar.

Os executivos salientaram a importância do acordo de cooperação que traz benefícios à pesquisa desenvolvida na Universidade porque a empresa tem condições de escalar os testes, etapa fundamental para aprovação do produto e para obtenção do registro e licenciamento junto aos órgãos competentes. Os benefícios das parcerias a longo prazo envolvem, a partir do pagamento de royalties para a Universidade, novos investimentos em pesquisas, bolsas de estudos, insumos e equipamentos, conforme legislação interna.

Equipe da Vitales se reuniu com o professor Admilton Gonçalves Junior e com o Assessor Técnico da Aintec, Marinno Arthur. Universidade deverá elaborar o documento para o licenciamento do produto, transferindo o direito comercial para a empresa. (Foto: Agência UEL).

Produto biológico

Os chamados bioinsumos utilizam ativos biológicos e não produtos químicos sintéticos e vêm conquistando a cada safra uma fatia maior do mercado agrícola. A estimativa é que dentro de cinco anos essa agricultura biológica movimente perto de R$ 20 bilhões no Brasil. Os bioinsumos são selecionados em ambiente natural, estudados e transformados em soluções biotecnológicas que retornam como potentes ferramentas promotoras do desenvolvimento de plantas.

Entre os principais benefícios estão o aumento da produtividade, controle de doenças e pragas, fixação de nitrogênio, a solubilização de nutrientes para assimilação pelas raízes. Ativação da resistência natural das plantas e melhoria na absorção de água e nutrientes. Além de não agredir o ambiente, o uso de tecnologia biológica pode representar, em alguns casos, menor investimento para o agricultor, a partir de produtos mais eficientes.

O Labim mantém hoje cinco acordos de cooperação com empresas de grande porte que atuam no mercado do agronegócio brasileiro. Os projetos visam o desenvolvimento de soluções inovadoras biológicas e ou bioquímicas para atender a demanda do produtor por produtos genuinamente brasileiros sustentáveis, não tóxicos e que promovam o crescimento de plantas.

Laboratório de Biotecnologia Microbiana, do CCB da UEL, inicia tratativas para o licenciamento de um produto biotecnológico para controle de doenças foliares de soja, milho e algodão. (Foto: Agência UEL).

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