Pesquisa avalia tratamentos de água de bebida na produção de frangos de corte
Pesquisa avalia tratamentos de água de bebida na produção de frangos de corte
Projeto foi criado a partir de exigências de uma Portaria da Agência de Defesa Agropecuária do ParanáQue a água é elemento essencial para os seres vivos, é sabido. No caso da criação animal, ela está diretamente associada ao desempenho, ou seja, ao crescimento e à prevenção de doenças. Além disso, o animal só come se ingerir água. Semelhante aos seres humanos, é necessário o fornecimento de água em quantidade e qualidade. Por isso, o tratamento é fundamental para a saúde e desenvolvimento.
O tratamento mais comum da água é através do uso de cloro, mas sabe-se também que o uso de ácidos orgânicos melhoram a microbiota do trato gastrointestinal e o processo de digestão. Além disto, com cloro na água em meio ácido, ocorre maior formação de ácido hipocloroso, mais eficiente no controle de microrganismos, do que o íon hipoclorito, formado na água alcalina.
Em atendimento à Portaria 242/2022 da Agência de Defesa Agropecuária do
Paraná (ADAPAR), o professor Alexandre Oba (Departamento de Zootecnia) criou o
projeto de pesquisa “Diferentes tratamentos de água de bebida sobre a produção de frangos de corte”, em execução há 19 meses.
A Portaria estabelece procedimentos para a emissão da Certidão de Registro de
Estabelecimentos Avícolas de Produção Comercial, Ornamental e Ensino e Pesquisa no Estado do Paraná. Entre eles, algumas exigências sanitárias, como a qualidade da água consumida pelas aves.
O professor Alexandre explica que o estudo do consumo de água pelas aves passa
necessariamente pelas condições de higiene. O ambiente onde elas ficam precisa apresentar baixo desafio sanitário, visto que a presença de microrganismos patogênicos prejudica principalmente a saúde intestinal, proporcionando processos inflamatórios, redução da digestão e absorção de nutrientes, o que prejudica o desenvolvimento e viabilidade das aves, levando a grande prejuízo econômico.
Métodos
Assim, o projeto tem como objetivo avaliar métodos de tratamento de água com cloro e sua acidificação em pintainhos de 1 a 42 dias de vida. Para controle, é usada água de poço artesiano sem tratamento. Paralelamente, água com cloro de 3 a 5 partes por milhão (ppm) e pH=4 (ácido) em todo o tempo do experimento; água com cloro de 3 a 5 ppm e pH=6 (ácido); água com 1 a 2 ppm de dióxido de cloro (ClO2) e pH=4; água com 10 ppm de dióxido de cloro; e por fim água com 50 ppm de ClO2, estes fornecidos em bebedouro pendular.
Até aqui, segundo o professor, o tratamento da água a 3-5 ppm e pH=4 e o tratamento com 50 ppm de dióxido de cloro (ClO2 – dióxido de cloro) foram os que apresentaram os melhores índices de eficiência produtiva, em relação ao tratamento controle.
O pesquisador relata que o cloro em meio mais ácido promove maior formação de ácido hipocloroso, mais eficiente no controle de microrganismos em relação ao íon hipoclorito. Já o dióxido de cloro possui maior capacidade oxidante, destruindo os microrganismos, mesmo que estejam protegidos pelo biofilme, uma proteção natural.

necessariamente pelas condições de higiene
Equipe
Participam do projeto de pesquisa os professores Rafael Humberto de Carvalho
e Caio Abercio da Silva (Zootecnia) e Solange de Paula Ramos (Histologia). Como colaborador externo, a empresa Kobratec Indústria e Tecnologia Ltda, que atua em uma série de soluções tecnológicas, incluindo equipamentos para tratamento de água, mas que delega os testes de qualidade ao projeto. Integram ainda o grupo de pesquisadores cerca de 15 alunos de graduação, vários com Bolsa de Iniciação Científica, 3 mestrandos (um bolsista da CAPES) e 2 doutorandos.
A pesquisa está alinhada a alguns Objetivos do Milênio das Nações Unidas (ODS/ONU): 3 (Saúde e Bem-estar), 6 (Água potável e saneamento) e 12 (Consumo e produção responsável).
