Projeto planeja ações de eficiência e segurança energética no Apucaraninha

Projeto planeja ações de eficiência e segurança energética no Apucaraninha

Proposta é realizar um diagnóstico energético do local, onde existem cerca de 400 unidades consumidoras, distribuídas em 80 hectares.

Pedro Livoratti

Agência UEL


Estudantes, professores e pesquisadores de várias áreas participam de oficinas formativas do projeto de Extensão “A relação do Povo habitante da Terra Indígena Apucarana com o Território e a Energia Elétrica”, que tem o objetivo de identificar hábitos de uso de equipamentos eletroeletrônicos e orientar medidas de eficiência energética dos cerca de 2 mil indígenas da reserva. A proposta é realizar um diagnóstico energético no local, onde existem aproximadamente 400 unidades consumidoras, distribuídas em cerca de 80 hectares. A Terra Indígena Apucarana é formada pelas aldeias Sede, Água Branca, Serrinha e Barreiro.

As oficinas começaram em outubro e se realizam sempre às 14 horas, na Sala de Teleconferências do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU), com transmissão pela plataforma Google Meet. Nas primeiras palestras, participaram nomes como o do antropólogo Eduardo Tardeli e da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (Cesa) da UEL, Gilza Pereira Kaingang. O projeto teve oficinas realizadas em 26 de outubro e 9 de novembro e ainda contará com encontros, em novembro, nos dias 17 e 23. O ciclo formativo termina no dia 1º de dezembro com o tema “Pesquisa de Campo no Território Indígena” e posterior planejamento das ações do projeto.

Segundo a coordenadora Juliani Piai, professora do Departamento de Engenharia Elétrica (CTU), a proposta partiu de uma demanda dos próprios indígenas por meio da Assistência Social da Prefeitura de Londrina e de docentes do curso de Serviço Social da UEL. Alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que integram a Agenda 2030, os participantes do projeto pretendem promover eficiência energética e segurança nas instalações elétricas (Meta 7), além de incentivar a sustentabilidade do território (Meta 11) e a redução das desigualdades (Meta 10).

O projeto selecionou estudantes das áreas de Geografia, Engenharia Elétrica e Serviço Social da UEL. Estudantes Kaingangs da Terra Indígena Apucarana foram convidados a participar do projeto, sendo que até o momento quatro deles demonstraram interesse e estão participando das atividades. Também são parceiros da iniciativa a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Histórico

A reserva tem em seu interior a Usina Hidrelétrica Salto Apucaraninha, considerada uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), com capacidade instalada de 10 MW. Como compensação à comunidade, nos últimos anos a Copel firmou acordos com a Funai e o Ministério Público Federal (MPF), mediante Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), para regularizar o funcionamento da hidrelétrica, considerando os impactos das instalações de geração de energia na área de reserva.

O último TAC foi firmado em 2006 e definiu o pagamento de indenização que integrou um fundo comunitário para o financiamento de um Programa que inclui diversos projetos de sustentabilidade. O nome do Programa foi nomeado pelos Indígenas como VẼNH KAR, que, na língua Kaingang, significa “para todos”.

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