Projeto do CCH coleta relatos orais de quem vive a pandemia de COVID-19

Projeto do CCH coleta relatos orais de quem vive a pandemia de COVID-19

Busca-se entender como a COVID-19 afeta a vida das populações periféricas e sua rotina.

O projeto transdisciplinar “COVID-19 – experiências e relatos” começou a coleta de relatos orais, com a gravação de entrevistas nas quais os entrevistados falam sobre o impacto da pandemia causada pelo novo coronavírus em suas vidas. A proposta tem coordenação geral do professor Frederico Augusto Garcia Fernandes, do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas, do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH).

Interessados em dar entrevista contando sua experiência podem enviar um e-mail para a conta covid19uel@gmail.com. Segundo o professor, o objetivo da iniciativa é reunir um acervo de relatos que reflitam sobre esse momento que afeta o mundo todo, para além das informações técnicas como sintomas, número de infectados ou óbitos registrados. A pandemia tem grande impacto na vida das pessoas de ordem econômica, social e, também, psicológica. Confira o áudio.

O projeto está dividido em quatro eixos. Segundo o professor, o eixo da cultura busca entender como a pandemia modificou a vida dos artistas e produtores culturais; o eixo da saúde quer ouvir profissionais da área, para compreender as mudanças em um dos setores mais afetadas pela doença; o eixo sociedade busca entender como a COVID-19 afeta a vida das populações periféricas e sua rotina como ir ao trabalho, usar transporte coletivo e, por fim, o eixo da educação, área afetada com a suspensão das aulas e a adoção de plataformas de ensino a distância.

Um aspecto importante da proposta, registrada no sistema de projetos da UEL, é a sua transdisciplinaridade por reunir “diferentes olhares sobre acontecimentos relacionados ao isolamento e distanciamento social, com potencial para desenvolvimento de estudos futuros”. Essas potencialidades estão em áreas como Letras, História, Ciências Sociais, Filosofia, Direito, Psicologia e Enfermagem, ligadas ao projeto.

Cultura – O professor Renato Forin Jr, também do Departamento de Vernáculas e Clássicas, do CCH, coordena o eixo de cultura, que também congrega a área de comunicação, que está na linha de frente da produção de conteúdo jornalístico sobre a pandemia. Ele lembra que os profissionais da cultura são os primeiros que pararam, por causa do isolamento social e devem ser os últimos a retornar às suas atividades. “Muitos desses artistas trabalham com eventos que geram aglomeração. Os teatros e espaços culturais estão todos fechados”.

No contexto da pandemia, muitas incertezas rondam as diferentes categorias profissionais. Nas artes, isso se evidencia por causa da sua própria natureza que está relacionada ao público consumidor de teatro, dança, performances, shows, vernissages e festas populares. “Então, surge uma série de questões sobre o presente e o futuro desses profissionais e dessas artes. Será que a virtualidade restaura a dimensão de presença, que é essencial em muitas dessas linguagens? Ou mesmo sobre a sobrevivência e a subsistência dos artistas agora e no futuro”, completa o professor.

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