Todos em seus assentos: o Filo 2023 vai começar

Todos em seus assentos: o Filo 2023 vai começar

Quarenta apresentações de vários cantos do Brasil e do exterior começam neste sábado (17) e se estendem por 16 dias. Evento conta com apoio da UEL.

Os amantes da dramaturgia em Londrina e região já têm a deixa para ocupar os seus lugares e prestigiar o mais antigo festival de teatro da América Latina. Com apresentações a partir deste sábado (17), o Festival Internacional de Londrina (Filo) 2023 faz soar a “terceira campainha” neste fim de semana. Serão 40 peças exibidas durante 16 dias, para público de todas as idades, credos e gostos diferentes – com apresentações que vão de Recife a Maringá, de Amsterdã à Cidade do México. O festival conta com apoio institucional – e fiel – da Universidade Estadual de Londrina.

Segundo a coordenadora de Produção do Filo, Amanda Freire, o festival tinha a intenção, neste ano, de ampliar a curadoria. “Convidamos três produtores da cidade, fizemos as análises do banco de proposta do Filo, que fica aberto o ano todo. Eles também trouxeram outras indicações, e aí montamos essa programação diversa, com peças de outros estados. Uma programação bem ampla”, resumiu. Como a temática da curadoria foi “Encruzilhada” nesta edição, a equipe tratou de selecionar apresentações que trouxessem assuntos candentes sobre imigração, população indígena e negra, questões LGBTQIAP+, entre outras. “Há uma diversidade de temas nos espetáculos. O ponto de encruzilhada é, também, de encontro”, definiu.

A despeito da grande lista de atrações de fora, o Filo também entrou em 2023 com a incumbência de ser uma vitrine para produções locais. Entre as 23 apresentações, 18 são de várias cidades do Brasil e de países como Holanda, México e República Democrática do Congo, enquanto cinco são de artistas locais. “Acredito que o Filo trabalha como uma grande vitrine de projeção de artistas locais. Nós fazemos a curadoria da mesma forma. São espetáculos que passam pelo mesmo processo dos internacionais. É sempre gostoso fazer essa seleção das peças locais”, ressaltou.

Dos 23 espetáculos, 11 serão gratuitos e realizados em locais abertos e fechados – para quem quer se esconder do frio londrinense. A entrada custa R$ 40,00 e a meia, R$ 20,00. Para obter mais informações, acesse a página do Festival. Confira a programação completa.

Coletiva de imprensa do Filo contou com produtores e coordenação do festival, o mais antigo de teatro de toda a América Latina (Foto: Fábio Alcover)

Trajetória de resistência

De acordo com a produtora, a história do Filo é de “resistência”: passou por reduções orçamentárias e uma longa pandemia (particularmente tensa para o setor cultural, que viu teatros, estádios e casas de shows esvaziadas e recursos para a área minguarem). Hoje, a organização segue tentando reconstruir a história do festival, dada a sua enorme importância. “Contamos com o patrocínio do Promic, da Secretaria Municipal de Cultura, e demais apoios que fazemos na negociação. A Aspa (Associação dos Profissionais de Arte de Londrina), em que estou, tem tentado reverter esse quadro também”, avaliou Amanda.

A diretora de Incentivo à Cultura da Secretaria de Cultura, Sônia Dias, lembrou que o apoio público ao festival é essencial. “Sentimos, inclusive, a necessidade de que outros patrocinadores se engajem nessa empreitada. O Filo precisa ser mantido e valorizado, afinal, já é reconhecido nacional e internacionalmente”, comentou. Para a diretora da Casa de Cultura da UEL, Marta Dantas, a proximidade da instituição com o festival é bastante grande. “O Filo tem uma dimensão enorme na vida cultural da cidade e da região Norte do estado. Tem uma relação íntima com a Universidade, tanto que o curso de Artes Cênicas é uma consequência desse público que se forma por pessoas que se interessam pelo teatro. Além disso, diria que a arte interessa a tudo e a todos e deveria fazer parte da nossa lista de necessidades básicas”, ponderou.

Neste ano, o festival recebeu R$ 700 mil em patrocínio, o dobro do que foi registrado ano passado, R$ 350 mil. Nas palavras do coordenador geral do Festival, Alexandre Simioni, em entrevista à Rádio UEL FM no Revista do Meio Dia desta quinta, a verba de 2022 foi transferida para este ano. “Não houve, na verdade, um aumento, e sim um remanejamento dessa verba”, explicou. Com esse dinheiro no caixa, a organização se encarregou de rechear a programação com peças de outros estados e internacionais.

O apoio institucional da UEL, para Simioni, é “extremamente importante”. “É importante dizermos que fazemos a abertura no (Cine Teatro) Ouro Verde. Ao todo, são 10 apresentações no teatro, que é o nosso teatro municipal. Também temos apresentações na Casa de Cultura, o que atesta a importância da UEL. É fortalecendo essas parcerias que entendemos que podemos ser melhores ano a ano.”

Ouça a entrevista completa com o coordenador geral do Filo, Alexandre Simioni, à Rádio UEL FM:

Com informações da Rádio UEL FM.

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