Ex-reitor recebe título de professor emérito da UEL
Ex-reitor recebe título de professor emérito da UEL
O título foi aprovado pelo Conselho Universitário em março, a partir de solicitação do Departamento de Clínica Cirúrgica - CCS.O ex-reitor da UEL, João Carlos Thomson (administração 1990/1994), recebeu na terça-feira (10) o título de Professor Emérito da UEL, honraria conferida a membros da academia que se destacaram na difusão da ciência e em benefício da sociedade. A homenagem foi concedida durante cerimônia realizada no Anfiteatro Maior do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), com a presença apenas de poucos familiares do homenageado e alguns representantes do Conselho Universitário (CU). A solenidade foi transmitida pela plataforma oficial do Youtube da UEL. O título foi aprovado pelo Conselho em março deste ano, a partir de solicitação do Departamento de Clínica Cirúrgica do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL.
O cirurgião torácico e professor João Carlos Thomson trabalhou mais de 40 anos na UEL. Formado em Medicina na PUC de Sorocaba (SP) em 1967, concluiu suas Residências em 1970, mesmo ano em que foi contratado pela Faculdade de Medicina de Londrina, uma das que formaram a UEL. Além de marcar gerações de médicos, o professor entrou para a história da Universidade por ter sido o reitor que tomou a iniciativa de entrar com o mandado de segurança que garantiu a Autonomia Universitária da Universidade, em fevereiro de 1992.
Essa história foi lembrada em detalhes pelo ex-reitor em outubro de 2018, quando participou das festividades do aniversário dos 47 anos da UEL. O mandato de segurança contra o governo representou uma estratégia para enfrentar as dificuldades financeiras pelas quais a Universidade vivia, além dos problemas de relacionamento com governo da época.
A partir da conquista da autonomia, a administração da Universidade conseguiu negociar uma saída política e honrosa com o governo, que passou a liberar recursos financeiros trimestralmente. Um dos autores do texto que garantiu a autonomia universitária, foi o então professor Antônio Bacarin, do Departamento de Direito Público da UEL. A ação acabou se difundindo nacionalmente e se tornando bastante conhecida, como um marco da defesa da autonomia das Universidades e do ensino público superior. Posteriormente, em setembro de 2018, o Supremo Tribunal Federal determinou trânsito em julgado da ação, após decisão colegiada por parte da turma do Supremo que decidiu por maioria rejeitar o embargo de declaração.
O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, destacou que a defesa da autonomia significa proteger a missão principal da Universidade que é apresentar soluções para os problemas da sociedade e cuidar do ser humano. “Todos nós aprendemos muito com suas palavras e seu exemplo de vida”, discursou o reitor se dirigindo ao homenageado. Segundo ele, não fosse a necessidade de distanciamento social, certamente a cerimônia de entrega do título de professor emérito seria bastante concorrida, com grande participação de estudantes, professores e agentes universitários.
Surpresa e emoção
O ex-reitor João Carlos Thomson preferiu ler um discurso onde lembrou familiares, ex-colegas do curso de medicina, incluindo citações de autores de várias áreas. Ele admitiu que se surpreendeu com a aprovação da homenagem e que toda sua trajetória acadêmica e profissional foi marcada pelo trabalho conjunto de pessoas éticas e comprometidas.
“Sempre havia um projeto. Pesquisa ou trabalho com senso de humanismo e de dedicação”, afirmou. O ex-reitor fez questão de citar a importância de seus alunos e residentes, que ele classificou como a razão maior do trabalho desenvolvido.
Em tom pessoal, ele se dirigiu à mulher, a pediatra Zuleika Thomson, também pioneira no curso de Medicina da UEL, onde desenvolveu pesquisas e atuou na difusão dos benefícios do aleitamento materno. “Obrigado pelos 64 anos de convivência”, destacou o homenageado, lembrando que os dois foram colegas no Ensino Médio, no Colégio Bandeirantes, em São Paulo.
Presenças – Participaram da cerimônia o vice-reitor da UEL, Décio Sabbatini Barbosa, o diretor do CCS, professor Airton Pretis, a diretora clínica do Hospital Universitário (HU/UEL), Luiza Moriya e o chefe do Departamento de Clínica Cirúrgica do CCS, Carlos Vaz. Entre os convidados estavam a mulher do homenageado, doutora Zuleika e os dois filhos do casal, Márcia e André, além da irmã, Vera Lúcia e o sobrinho, Paulo. Também acompanhou a cerimônia presencialmente a ex-vice reitora da UEL, professora Luzia Yamashita Deliberador.