Alunos do Direito vão ministrar palestras em escolas públicas de Londrina

Alunos do Direito vão ministrar palestras em escolas públicas de Londrina

Entre os dias 2 e 5 de outubro, temas como racismo, cyberbullying e assédio serão tratados de forma interativa com alunos dos níveis Fundamental e Médio.

Estudantes do curso de Direito (Cesa) da UEL que compõem o Programa de Formação Complementar (PFC) “Carreira Jurídica in loco” vão ministrar, a partir da próxima segunda (2), palestras para estudantes dos níveis Fundamental e Médio de escolas públicas de Londrina sobre temáticas atuais que envolvem o conhecimento jurídico. O ciclo de palestras vai até quinta (5) e é coordenado pelas professoras Juliana Nakayama e Renata Zarelli. As atividades contam com o envolvimento de mais de 60 estudantes de graduação e pós-graduação do curso de Direito da UEL.

As instituições visitadas serão os colégios estaduais Prof.º Newton Guimarães (02/10), Albino Feijó Sanches (03/10), Prof.ª Margarida de Barros Lisboa (04/10) e Prof.ª Maria José Balzanelo Aguilera (05/10), além da Escola Municipal Maestro Andréa Nuzzi (05/10).

As palestras vão apresentar aos estudantes da rede pública temáticas envolvendo questões práticas e atuais que podem fazer parte da vida das crianças e adolescentes ou de suas famílias, como racismo, cyberbullying e assédio. De acordo com a professora Juliana Nakayama, as temáticas foram escolhidas de acordo com o pedido dos diretores das respectivas escolas, tendo em vista a pertinência das discussões para o ambiente escolar.

Por meio de métodos dinâmicos e interativos, os alunos da UEL vão debater exemplos práticos de crimes que podem ser cometidos, inclusive em ambiente virtual, e apresentar as penas correspondentes. Isso servirá para elucidar sobre a gravidade de atitudes que muitas vezes são consideradas “brincadeira”.

Professora Juliana Nakayama com alunos que vão participar das palestras no Colégio Estadual Prof.ª Margarida de Barros Lisboa (Arquivo pessoal).

Temas recorrentes

A palestrante Ana Carla Macedo Ramos, do quarto ano do curso, explica que ao discutir com as diretorias das escolas que serão visitadas acerca dos temas a serem abordados, foi percebido que crimes como racismo e injúria tiveram significativo aumento no período pós-pandemia no ambiente escolar. “Por isso é necessário esse bate-papo explicativo com os alunos nas escolas, para que eles entendam os impactos dessas temáticas e como lidar com elas”, declara

Sobre o crime de racismo, os participantes do projeto vão abordar como se manifesta o racismo estrutural e o racismo velado na sociedade. Com exemplos do dia-a-dia, será feita uma diferenciação da tipificação dos crimes de racismo e injúria racial, além de uma exposição de como se pode identificar e evitar práticas e comportamentos racistas dentro e fora das escolas. “Esse crime tem uma abrangência muito maior e consequências muito mais graves do que muitas pessoas imaginam”, destaca Ana Beatriz Mastellini, estudante do quarto ano de Direito que vai abordar a temática nas palestras. 

Já a respeito das plataformas digitais, o crescente número de jovens conectados implica em mais desafios para serem superados neste ambiente. A segurança no cyberespaço deve estar entre as preocupações dos professores e dos pais das crianças e adolescentes. A palestrante Lara Cerini frisa que o cyberbullying envolve as práticas de humilhação, intimidação, difamação e exclusão nas plataformas online. Estas práticas podem provocar sérios danos sociais, emocionais e acadêmicos. A prática também prejudica o desenvolvimento e o aprendizado das vítimas. As explicações vão demonstrar os efeitos dessas práticas e os caminhos para um ambiente virtual mais saudável.

O tema de assédio moral será abordado pelo palestrante Enzo Schirmer Vilarinho Pires. ele explica que as consequências desse tipo de assédio podem impactar a autoestima, o desenvolvimento acadêmico e a saúde mental das vítimas. Nesse sentido, a palestra vai trazer aos estudantes da rede pública como um ambiente escolar livre de discriminação pode propiciar a formação de cidadãos mais conscientes. 

PFC

O Programa de Formação Complementar “Carreira Jurídica in loco” é uma oportunidade para os estudantes da UEL entrarem em contato com demandas reais do mundo profissional. Além do ciclo de palestras, os integrantes do programa também já participaram de visitas técnicas à Polícia Federal, à Defensoria Pública e a juízes e promotores. 

A professora Juliana Nakayama explica que essa interação entre os alunos do curso de Direito da UEL e os alunos dos ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas de Londrina é de extrema importância. “Para os alunos do ambiente universitário, é necessário adequar a linguagem jurídica para que o público entenda. Isso prepara o aluno de graduação para o mercado de trabalho, para conversar com seus futuros clientes”, destaca.

*Estagiário de Jornalismo na COM/UEL.

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