“Abril UEL Indígena” promove o lançamento de autobiografias de estudantes indígenas

“Abril UEL Indígena” promove o lançamento de autobiografias de estudantes indígenas

Autobiografias étnico-comunitárias representa importante exercício de reflexão para os estudantes indígenas, segundo a organização. Evento será nesta terça (18), às 19h, no Ceca.

A programação do “Abril UEL Indígena”, ação voltada à divulgação da cultura e dos conhecimentos dos povos indígenas originários do Brasil, está de volta na noite desta terça-feira (18), com o lançamento das autobiografias audiovisuais dos estudantes indígenas que ingressaram na UEL no início deste ano letivo. O evento será às 19h, na sala 683, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca).

O plantio da muda de Pau Brasil em homenagem aos povos indígenas, antes programado para às 18h, no bosque em frente ao Cequinha, foi adiado para o dia 4 de maio em razão da chuva.

Conforme a docente do Departamento de Comunicação da UEL Mônica Kaseker, a produção das autobiografias étnico-comunitárias representa um importante exercício de reflexão para os estudantes indígenas que atravessaram o Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica. As produções foram realizadas em oficinas de contação de histórias nas quais os alunos deveriam elaborar narrativas sobre suas etnias, os territórios aos quais suas famílias pertencem e, principalmente, sobre suas trajetórias escolares.

“Isso é muito importante para conhecermos a trajetória escolar deles. Geralmente estes estudantes possuem origens diversas e quando vivem nos territórios, geralmente, são escolas que, teoricamente, teriam que ter uma educação escolar apropriada, específica para os povos indígenas, respeitando o bilinguismo e as tradições de cada etnia. Mas, na verdade, muitos deles acabam tendo que estudar nas cidades ou até mesmo precisam migrar para sobreviver”, explica a professora, que é integrante da Comissão Universidade para os Indígenas (Cuia), setor da UEL responsável pela atividade.

Para desenvolverem as suas próprias narrativas, conta Mônica, os estudantes indígenas foram convidados a trazerem elementos como lembranças, objetos, fotos e músicas que fazem parte das suas trajetórias. “Uma oficina trabalha com os grafismos das etnias e a sua significação, e, ao final, eles acabam roteirizando a história que eles gostariam de contar nesta autobiografia, juntando este material para compor o vídeo”, explica.

Já do outro lado das lentes, os alunos do curso de Jornalismo que atuaram no projeto puderam exercitar a sua futura profissão. “Enriquece a formação intercultural dos futuros jornalistas. Conhecendo as histórias, o jornalista vai ter um trabalho mais qualificado para tratar dessa temática no futuro. A ideia é que os estudantes de Jornalismo sejam mediadores, facilitadores, especialmente em relação às técnicas de captação de imagens e edição, mas a ideia é que o protagonismo ao contar essa história seja, realmente, do estudante indígena”, pondera.

Dia dos Povos Indígenas

As atividades previstas para esta terça-feira marcam a véspera do “Dia dos Povos Indígenas”, instituído por meio da lei 14.402/2022 com o objetivo de substituir o “Dia do Índio”, comemorado desde 1943 no dia 19 de abril. O objetivo da lei, que surgiu pela iniciativa da deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR), foi realizar uma correção histórica uma vez que o termo “indígena” é uma expressão “mais precisa pela qual podemos nos referir aos diversos povos que, desde antes da colonização, vivem nas terras que hoje formam o Brasil”, disse o relator da matéria, o senador Fabiano Contarato (PT-ES), no ano passado. 

O “Abril UEL Indígena” é uma realização da Comissão Universidade para os Indígenas (Cuia) e está presente na programação da campanha “UEL na Luta Contra o Racismo”. A ação conta com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) e do Ciclo Intercultural de Iniciação Acadêmica dos Estudantes Indígenas da UEL.

*Matéria atualizada em 18/04 às 10h58

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