UEL inicia atividades do Mês da Consciência Negra com curso antirracista

UEL inicia atividades do Mês da Consciência Negra com curso antirracista

Mesa de abertura tratou das relações étnico-raciais e a educação. Curso é voltado a servidores da UEL e Prefeitura e integra campanha contra o racismo.

A Universidade Estadual de Londrina iniciou, nesta terça-feira (31), a programação do Mês da Consciência Negra com a mesa de abertura “Educação das Relações Étnico-raciais: integrando e fortalecendo os processos formativos decoloniais”, que marca o início do curso “Tecendo Diálogos para Práticas Antirracistas”, ofertado juntamente com a Prefeitura Municipal de Londrina. Servidores da Prefeitura e da instituição participaram do evento no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa). Diversas atividades culturais e formativas estão previstas na programação durante todo o mês de novembro.

Para a mesa, foram convidados o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rodrigo Ednilson de Jesus, que fez uma análise sociológica da população de Londrina, e a doutoranda do Programa de Serviço Social da UEL Gilza Kaingang, primeira estudante indígena a concluir o mestrado na instituição, que apresentou um relato sobre sua vivência indígena na Universidade e as possibilidades obtidas partir do contato com o ensino superior. A mediação foi da professora Margarida de Cássia Campos, do Departamento de Geociências (CCE).

Curso começou nesta terça (31), para servidores da Universidade e Prefeitura Municipal de Londrina (Fotos: João Gabriel Marianowski/Neab).

Presente no evento, o vice-reitor da UEL, Airton Petris, destacou a importância da campanha institucional permanente de combate ao racismo, indicando que a instituição tem buscado desde a gestão anterior ampliar as discussões em todos os seus espaços.

Na abertura, a Articulação dos Estudantes Indígenas da UEL (Airten) também teve espaço de fala para uma manifestação pública, por meio da doutoranda Gilza Kaingang. Ela destacou que atualmente são 42 estudantes indígenas na instituição, das comunidades Kaingang, Guarani e Xetá, e que 17 já se formaram desde o início da oferta de vagas pelo Vestibular Indígena. O pedido da doutoranda é para que os indígenas tenham mais visibilidade dentro da instituição. Membro do GT-UEL na Luta Contra o Racismo e residente da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (ProPPG), Pamela Paulino Gonçalves, fez a leitura de um texto, organizado em conjunto por outros membros do GT, dirigido aos estudantes indígenas da UEL, para reiterar a luta contra o racismo estrutural e a invisibilidade.

Com quatro encontros, o curso de formação continuada de combate ao racismo “Tecendo Diálogos para Práticas Antirracistas” atende, num primeiro momento, servidores dos setores da Assistência Social e Saúde do município, além de chefes de divisão da UEL. Os próximos encontros serão dias 14, 21 e 29 de novembro, no Laboratório Escola de Pós-Graduação (Labesc), totalizando 16 horas. Entre os temas abordados, estão relações étnico-raciais, práticas antirracistas, letramento racial, racismo e derivados, luta antirracista e diálogos interculturais. Todos os módulos serão ministrados por membros do GT-UEL na Luta Contra o Racismo.

Programação

Com uma série de atividades promovidas pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), que iniciaram ainda no mês de outubro, a programação do Mês da Consciência Negra será intensa em novembro e se estende para dezembro. Serão oficinas, palestras, sessão de cinema, roda de samba, visita guiada ao Neab, entre outras atividades, com o objetivo de promover ações para a valorização da cultura negra, evidenciando o combate ao racismo.

Este ano, o evento marca os 20 anos da Lei nº 10.639/2003, atualizada pela Lei nº 11.645/2008, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos africanos e indígenas no currículo escolar dos níveis Fundamental e Médio, exigindo do Ensino Superior (licenciatura e bacharelado) a corresponsabilidade por este processo de formação inicial e continuada. As referidas leis compõem o conjunto de políticas públicas que viabilizam a valorização da história e da cultura negra, afro-brasileira e indígena.

O Neab também participa da Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná – Paraná Faz Ciência, com a 38ª Mostra Afro-brasileira Palmares, de 6 a 10 de novembro. A programação completa pode ser conferida abaixo:

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