Uma delegação com sete estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está representando a instituição na sexta edição do Parlamento Universitário, projeto que compõe a Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep). Realizada entre os dias 17 e 25 de julho na capital paranaense, durante o recesso parlamentar, a iniciativa proporciona a imersão em uma simulação da rotina de um deputado estadual, permitindo a compreensão do funcionamento das estruturas democráticas em âmbito estadual.

Na tarde do dia 16, antes de embarcarem para Curitiba, os estudantes se reuniram com a reitora, professora Marta Favaro, e a chefe do gabinete da Reitoria, Lisiane Freitas, responsável por estruturar a seleção dos estudantes, juntamente com o professor coordenador institucional, Renê Rodrigues, responsável pelas disciplinas de Direito Criminal, Direito Constitucional e Filosofia do Direito. “Espero que vocês possam aprender muito e fazer boas propostas, porque isso coloca a capacidade de vocês e a universidade em evidência”, afirmou Favaro, sobre as expectativas para o evento. Ao fim do encontro, a equipe recebeu um kit com produtos personalizados da instituição, como o pin com o logo da UEL. 

No evento, de frequência anual, exceto em período eleitoral, os alunos tomam posse simbólica como parlamentares universitários e se engajam na eleição de Mesa Diretora e do governador universitário, agendadas para o dia 18, e na formação de comissões temáticas, onde participam de reuniões deliberativas. Para ocupar lugares nos grupos, a delegação da UEL, segunda maior em representação, tem mantido contato com estudantes de outras instituições de ensino superior (IES).

“Há 20 dias estamos em articulação com outras universidades, discutindo as pautas, os valores, os princípios de cada instituição de ensino, tanto da iniciativa privada, quanto as federais, públicas”, detalha Germano Almeida, estudante do terceiro ano da licenciatura em Ciências Sociais. Um dos parlamentares da UEL na edição de 2025, o graduando pretende propor projetos de ampliação das cotas para indígenas na universidade, aumentando o número de vagas de seis para 12, e para a criação de um Fundo de Habitação Popular, que destinaria 2% do valor aplicado em obras públicas para a construção de habitações sociais. 

A falta de alianças impediria a eleição de alunos da UEL para cargos de liderança no Parlamento, como a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por exemplo, importantes no encaminhamento de discussões e debates em torno dos projetos apresentados. “Esse cargo é importante porque vai dar o tom da discussão de todos os projetos de lei, discussões, todas as proposituras, no geral, da Casa e todos têm que passar pela CCJ. Se não aprovado (pela comissão), (o projeto) nem vai para votação na assembleia”, explica a estudante Roberta Colácio, do quarto ano de Direito. 

Segundo a estudante, autora de projeto de criação de um selo para escolas digitalmente seguras, a equipe também procura compor os grupos de discussão sobre temas como meio ambiente, cultura, esporte, saúde, entre outros. Em comissões em que a participação direta for inviável, a UEL será representada por instituições parceiras, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM).

A equipe, os compromissos e as expectativas

Integrantes de uma comitiva diversificada e formada por alunos de três centros de estudos, os estudantes levarão projetos em variadas frentes de atuação para Curitiba. Entre estes, há propostas de estabelecimento de cotas para pessoas trans, fortalecimento de parcerias entre o estado e setor privado na geração de empregos para pessoas em vulnerabilidade social, além de medidas de preservação e expansão da vegetação nativa do Paraná. “Temos a sorte de ter uma equipe muito plural e isso também reflete na pluralidade das nossas propostas”, destaca Lucas Nascimento, do terceiro ano da graduação em Ciências Biológicas.

Durante a programação, além da participação em atividades previstas na simulação parlamentar, a delegação frequentará cursos para treinar habilidades como a oratória. Na próxima terça-feira (22), os representantes da UEL irão se reunir com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná, Aldo Nelson Bona, para apresentar as iniciativas e propostas desenvolvidas pela universidade para o evento. A delegação da UEL conta com o apoio do deputado estadual Tercílio Turini (MDB) na utilização do gabinete para reuniões e demais atividades.

Também fazem parte da delegação os alunos Pedro Bill (quarto ano de Direito), Pedro Nichimura (terceiro ano de Direito), Lucas Martins (quarto ano de Direito) e Gabriel Veríssimo (Letras-Português).

Para o docente Renê Rodrigues, que acompanhou a primeira delegação da universidade a participar do Parlamento Universitário, em 2019, a presença no evento é de “importância enorme e incalculável”, e reforça o valor do entendimento sobre o funcionamento das leis e os fundamentos da ação política. “Tudo isso ajuda a popularizar a ação democrática, o agir e a consciência política. Uma coisa é estudarmos nos livros, outra coisa é a experiência prática e é isso que será proporcionado a eles”, argumenta Rodrigues.

Programação

Nesta sexta-feira (18), acontecem as eleições da Mesa Executiva e do governador universitário, além da instalação das comissões temáticas. Os parlamentares universitários também vão formar blocos e escolher as lideranças.

As atividades prosseguem na próxima semana, com reuniões de comissões, audiências públicas e sessões ordinárias. O projeto de lei do Poder Executivo Universitário será debatido em audiência na segunda-feira (21), com espaço para manifestações favoráveis e contrárias.

Ao longo do programa, estão previstas diversas atividades extras com a presença de autoridades e especialistas, como o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD), o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, e os ex-governadores Roberto Requião e Cida Borghetti. A programação termina na sexta-feira (25), com a última sessão plenária, a cerimônia de encerramento e a entrega de certificados.

*Estagiário da Coordenadoria de Comunicação Social, com informações da Assessoria de Comunicação ALEP.