Estrangeiros de quase 30 nacionalidades participam do exame Celpe-Bras
Estrangeiros de quase 30 nacionalidades participam do exame Celpe-Bras
Prova habilita ingresso de estrangeiros nos cursos de pós-graduação e é parte da documentação para naturalização no Brasil.Cerca de 100 imigrantes de diversas nacionalidades participaram na manhã desta terça-feira (18) da primeira fase do exame para a obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa (Celpe-Bras). A próxima fase, que é composta pela prova oral, tem início no período da tarde e se estende até esta quinta (20), no Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH). Pré-requisito para o ingresso dos imigrantes nos cursos de graduação e em programas de pós-graduação, o Certificado é elaborado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), da Universidade de Brasília (UNB), à pedido do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), fazendo parte da documentação exigida no processo de naturalização no País.
De acordo com a coordenadora local do exame e professora do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas, Viviane Bagio Furtoso, a prova escrita consiste na elaboração de quatro textos. Os dois primeiros abordam temas trazidos em um vídeo e em um áudio, o que visa avaliar o nível de compreensão dos participantes a respeito da Língua Portuguesa. “Os outros dois temas são baseados em outro texto escrito. Todos assistem ao vídeo juntos e têm meia hora para fazer um rascunho. Depois, ouvem o áudio e, a partir daí, têm até o final para fazer as atividades”, explica.
Enquanto as provas escritas são apenas aplicadas na UEL e enviadas para a correção em Brasília, as provas orais contam com a avaliação de docentes e estudantes de pós-graduação do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade.
A coordenadora explica que a prova oral é realizada por dois avaliadores. “Um é o interlocutor que vai fazer a interação. É como se fosse uma conversa”, explica. “Nos primeiros cinco minutos eles conversam sobre coisas pessoais, a motivação para aprender o português e por quê estão no Brasil. E a partir de então, eles têm três elementos provocadores, que é um conjunto de materiais. Escolhemos três para cada candidato”, conclui.
A UEL é a única entre as IEES do Paraná credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) para aplicar o exame no estado. “Foi uma demanda que nós motivamos. Para se tornar um posto aplicador, é preciso ter ensino da Língua Portuguesa para Estrangeiros, ofertar cursos, como já ofertamos no Laboratório de Línguas, ter pesquisas na área e pré-requisito e profissionais que trabalham com ensino da língua. Como é a minha área de pesquisa, em 2008 procurei o Inep e nos candidatamos a ser posto aplicador”, explica.
Além da UEL, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) também estão credenciadas para aplicar o exame no estado.
Perspectiva de internacionalização
“Há uma outra perspectiva de internacionalização das universidades brasileiras que é o investimento da universidade no ensino de Língua Portuguesa para estrangeiros, a preparação destes estrangeiros do ponto de vista linguístico. Hoje, o legado da pandemia que ficou são os cursos online. Então, do ponto de vista da UEL e temos discutido isso, podemos fazer o investimento no ensino de português quando estes estrangeiros ainda estão lá fora, porque quando eles escolhem uma universidade, escolhem com base na oferta de aulas em inglês ou chinês”, exemplifica.
Projeto de Extensão
O ensino gratuito da Língua Portuguesa para estrangeiros em Londrina é uma realidade por meio do projeto de extensão Idioma Sem Fronteiras. Parceria com a Cáritas Arquidiocesana de Londrina, o projeto garante o ensino do idioma a 37 haitianos moradores da Região Metropolitana de Londrina.