Projeto sobre jogos de tabuleiro é selecionado para o programa francês

Projeto sobre jogos de tabuleiro é selecionado para o programa francês

Pela UEL participam um professor e um estudante. Eles são do Centro de Ciências Exatas (CCE).

Uma equipe composta por professores pesquisadores de três universidades de Londrina: – UEL, Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Londrina, e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Cornélio Procópio – conseguiu um feito inédito no Brasil. Eles foram selecionados com o projeto de pesquisa “O uso de jogos de tabuleiro para desenvolver e manter laços sociais” para o programa Game in Lab, promovido pela fabricante de jogos francesa Asmodee. A empresa é representada no Brasil pela Galápagos.

A multinacional francesa abriu edital em fevereiro de 2020 para chamada de pesquisadores de todas as áreas do conhecimento em busca de projetos que envolvessem jogos analógicos e a aquisição de habilidades sociais. Contou com projetos de diversas nacionalidades, mas o Brasil ocupou um lugar de destaque, ou seja, teve o maior número de projetos participantes, um deles vencedor pela primeira vez. Instituições da França, Inglaterra, Estados Unidos e Espanha também tiveram projetos selecionados.

O projeto é coordenado pela professora Ariela Oliveira Holanda, do Departamento de Psicologia do Instituto Federal do Paraná (IFPR), e conta com a colaboração de um professor e de um estudante da UEL: Gustavo Iachel, do Departamento de Física, e Gabriel Ferreira Batistone, professor e mestrando na Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (PECEM), ambos do CCE. Também integram a equipe os professores Maurício Iwama Takano e Cássio Santos Amador, da UTFPR – Campus Cornélio Procópio.

Jogos – Segundo Iachel, o projeto já recebeu da Asmodee uma quantia de 9 mil euros, que será destinada à compra de equipamentos. “Também recebemos os jogos de tabuleiro via Galápagos. Afinal, no Brasil, eles não são baratos”, afirma o professor, que ressalta que as pesquisas devem começar assim que as atividades presenciais retornarem.

No Brasil, os jogos de tabuleiro modernos não são exatamente uma atividade popular. Curiosamente, segundo o professor, o país teve muitos projetos inscritos. “Isso demonstra uma vontade de expandir as pesquisas nesse campo. Observamos um aumento da demanda por fomento de pesquisas nessa área. Esse resultado mostra, felizmente, que é possível conseguir apoio para fomentar pesquisas aqui”, avalia.

Iachel é coordenador há três anos do projeto UEL/BG, que avalia o uso de jogos de tabuleiro modernos no desenvolvimento cognitivo e nas relações interpessoais de estudantes e futuros professores. 

Paixão – Gabriel Ferreira Batistone, o único estudante envolvido no corpo de colaboradores, não consegue esconder a empolgação ao falar do projeto. “A ficha ainda não caiu”, comenta. Ele cresceu como um apaixonado por jogos de tabuleiro clássicos, como Banco Imobiliário, War e Comando. A entrada no projeto, inclusive, ocorreu por conta da paixão pelos jogos, que o fez encontrar os outros professores ao acaso. 

“Encontrei a professora Ariela enquanto cursava uma especialização no IFPR e conheci a ideia (do projeto), mas já participava de outros projetos de games antes, na UTFPR”, ressalta. Na ocasião, Batistone participava como monitor de um evento de board games na UTFPR, aberto e gratuito para a comunidade externa. “Recebíamos famílias inteiras que queriam aprender a jogar. Muitas pessoas voltavam e descobriam que gostavam de jogos, no fim das contas. Deixavam o preconceito de lado”.

Participar da escrita de um projeto para um programa internacional, com três professores doutores, foi uma grande experiência para Batistone. “No começo, eu me sentia um pouco perdido, principalmente por dialogar com três pesquisadores experientes. Mas, sempre me trataram de igual para igual”.

Leia também