Simpósio de Química Farmacêutica e Medicinal divulga programação técnica

Simpósio de Química Farmacêutica e Medicinal divulga programação técnica

Evento deve reunir pesquisadores e estudantes das áreas de Química, Biologia, Biomedicina, Farmácia, Medicina e Biotecnologia.

Pesquisadores, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação de áreas como Biologia, Química, Biomedicina, Farmácia, Medicina e Biotecnologia que desejam expor trabalhos e aprimorar seus conhecimentos devem ficar atentos ao cronograma do II Simpósio de Química Farmacêutica e Medicinal (II SIMQFAM), que será realizado no final de agosto.

Promovido pela Liga Acadêmica de Química Farmacêutica e Medicinal (LAQFAM), o evento será gratuito e contará com extensa programação de palestras e workshops. Todo o conteúdo vai ser transmitido através do canal Química Farmacêutica e Medicinal, no Youtube, entre os dias 22 e 26 de agosto. No entanto, os certificados só serão emitidos mediante realização da inscrição, que vai até o dia 16 de agosto, às 17h. O cronograma completo e as regras para o envio de resumos podem ser encontrados no site oficial do II SIMQFAM.

“É muito importante que os alunos tenham essa oportunidade de apresentarem seus trabalhos porque, embora estejamos tratando de Química Farmacêutica e Medicinal, estamos falando de uma ciência multidisciplinar. Então, por exemplo, quem trabalha com a aplicação de algum material para a cicatrização de feridas, há uma aplicação importante, então permite essa interface com a Biologia, a Farmácia”, explicou a coordenadora do evento, a professora Marcelle Bispo, do Departamento de Química (CCE).

Programação

A programação vai ter início na semana anterior à abertura do evento, com o workshop “Como realizar uma busca completa na literatura – aprendendo com o SciFinder-n”. Conforme a organizadora, o objetivo é atender os profissionais e estudantes que não conhecem ou ainda não dominam completamente os recursos da plataforma de busca por informações científicas, SciFinder.

O workshop vai ser realizado nos dias 17 e 18 de agosto pelo doutor em Química pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Gabriel Kaetan Baio Ferreira. Atualmente, Ferreira atua como Costumer Success Specialist do Chemical Abstracts Service (CAS), divisão da Sociedade Norte-Americana de Química (American Chemical Society) responsável pela criação do SciFinder.

Na semana seguinte, a programação oficial contará com a palestra “Preditores de toxicidade in silico”, com a professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Drª Carolina Horta Andrade. Agraciada recentemente com o 5º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química, Andrade é destaque em todo o mundo no campo da Química Medicinal Computacional e na utilização de inteligência artificial para a busca de novos medicamentos para doenças como leishmaniose, esquistossomose, tuberculose, malária e Zika.

Já no dia 23 de agosto, o II Simpósio contará com o mini-curso “Elucidação do mecanismo de ação de moléculas bioativas utilizando métodos computacionais e experimentais”, ministrado pelo professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Gustavo Henrique Goulart Trossini. Pós-doutor em Química Medicinal pela USP, Trossini também é membro atuante da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) tendo realizado pesquisas na área de Planejamento de Fármacos, Química Medicinal, Química Computacional, Modelagem Molecular e Relações Quantitativas entre Estrutura Química e Atividade Biológica.

Produção de novos Fármacos no Brasil

Tema amplamente debatido a partir do início da pandemia da Covid-19, a escassez de medicamentos no Brasil, especialmente antibióticos, encontra explicações em uma série de fatores. No entanto, a dependência da indústria farmacêutica brasileira da importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) é considerada a principal. Atualmente, mais de 95% de todo o IFA é importado da China.

“A indústria farmacêutica brasileira importa insumos, formula e os vende. Não desenvolvemos fármacos inovadores no Brasil. Não é um hábito porque a pesquisa é uma coisa muito cara e falta aporte financeiro. Então a indústria farmacêutica é praticamente uma montadora de carros”, comparou.

Buscando ampliar estas discussões, a organização do Simpósio decidiu incluir a mesa-redonda “Realidade, Desafios e Perspectivas da Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Fármacos no Brasil nos Setores Acadêmicos e Industriais”, que contará com três participantes. São eles, o Gerente de Medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Gustavo Mendes Lima Santos, o professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Luiz Carlos Dias e o Project Leader da Eurofarma, Samuel Thurow.

“Essa mesa é para darmos um olhar sobre o que está faltando para conseguirmos desenvolver medicamentos inclusive para doenças negligenciadas, que tem pouco apelo econômica para a produção de medicamentos”, concluiu Bispo.

Ela lembrou que doenças parasitárias, como a Esquistossomose, e infecciosas, como a Toxoplasmose, além de leishomanioses, Doença de Chagas e a própria Dengue acabam sendo doenças “negligenciadas” pela indústria farmacêutica no que tange a produção de medicamentos preventivos. “O investimento é de alto risco. Levam anos para se identificar as moléculas, realizar os testes in vitro, em animais, humanos, até ser aprovado. Hoje em dia o custo para se colocar um fármaco novo no mercado varia entre R$ 1,5 a R$ 2 bilhões de investimentos. Claro que depois há o direito de explorar comercialmente o medicamento por 20 anos”, lembrou.

No mesmo sentido, o II Simpósio de Química Farmacêutica e Medicinal ainda contará a palestra “Produtos naturais como fonte de fármacos”, da professora da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, Mônica Tallarico Pupo.

Alunos de graduação em Farmácia, Química, Medicina, Biomedicina, Biologia, Biotecnologia e áreas afins, bem como alunos de Pós-Graduação em Química, Ciências Farmacêuticas, Ciências da Saúde e membros da comunidade externa poderão participar.

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