Nesta terça-feira (29), a Universidade Estadual de Londrina foi tomada por futuros estudantes. A Feira de Profissões 2023 reuniu milhares de jovens ávidos para conhecer um pouco mais sobre a rotina do campus e ansiosos para decidir em qual curso ingressar no futuro. O Calçadão da UEL fervilhou com a multidão que passava sem parar, curiosa com os atrativos dos diversos estandes da feira. O evento movimentou, segundo a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), mais de 20 mil estudantes em todo o Campus Universitário.

Jogos matemáticos

O curso de Matemática (CCE) chamou a atenção dos transeuntes com seus alunos entusiasmados. Os monitores explicavam conceitos matemáticos de forma didática e divertida, usando jogos de tabuleiro e de computador para interagir com os visitantes. Benjamin Hile, estudante de graduação, portava uma maquete retratando o Hotel de Hilbert, paradoxo que ilustra de maneira dinâmica o conceito de infinito.

O estande de Matemática também apresentou o livro “Matemática: um livro feito de alunos para alunos”, projeto realizado pelo Programa de Educação Tutorial (PET). A obra conta com material completo de matemática para estudantes do Ensino Médio, disponibilizado de forma totalmente gratuita. “Queremos ajudar os futuros alunos a lidar de maneira mais fácil com o que nós da graduação passamos”, conta Hile.

Thiago Nagafuchi, coordenador do estande, conta sobre a grande circulação de pessoas interessadas no curso. “Infelizmente, cursos de licenciatura como o de Matemática não costumam atrair muitas pessoas. A procura vem diminuindo de uns anos pra cá. Assim, um dos grandes objetivos da feira é atrair mais alunos para o campo da docência. Foram tantos alunos que vieram que não sobrava espaço nem pra gente”.

A Agronomia é pop

Já o curso de Agronomia (CCA) montou uma estrutura com grande diversidade de projetos e ramos que representam o curso para expor aos visitantes – que, inclusive, vieram aos montes. De acordo com o professor Adilson Seifert, responsável por coordenar as exposições na feira, aproximadamente 25 projetos diferentes estavam à disposição dos visitantes da parte de Agronomia da Feira de Profissões 2023.

Um dos projetos presentes mostrou uma alternativa de automatização para o trabalho no campo. O tradicional pulverizador costal, utilizado, principalmente, para a aplicação de defensivos agrícolas agora conta com um dispositivo movido a bateria recarregável, evitando o esforço do trabalhador ao bombear o produto que será pulverizado. O estudante Rodrigo Fernandes, do quinto ano do curso, explica que a utilização da bateria no pulverizador garante maior exatidão e aplicação constante do defensivo na lavoura. No stand, havia um exemplar da máquina para a exposição e demonstração do uso para o público.

Outro projeto exposto pelo curso de Agronomia mostra como o melhoramento genético do milho colabora na produtividade. De acordo com a estudante Maria Eduarda Alves Oliveira, do terceiro ano, que apresentava os diversos tipos de milho estudados, o melhoramento visa eficiência, maior produtividade e a diminuição de pragas e doenças nas lavouras do cereal. “As pesquisas dessa área visam melhorar nesses quesitos”, destaca a estudante. Ela lembra que as alternativas de melhoramento estão disponíveis para aumentar a produtividade do grande produtor e também para o produtor familiar. No espaço, o visitante pôde ter contato com diversas espécies de milho e ser informado pelos alunos de seus usos comerciais.

O professor Adilson Seifert destaca a mobilização dos alunos do curso para organizar as exposições para a Feira. De acordo com ele, mais de 110 estudantes participaram este ano na apresentação do curso para os visitantes. “É a hora de um treinamento para aprender a trabalhar com o público, e são eles que organizam a Feira. Os professores ficam, como se fosse em uma  guarda dos alunos, mas são eles que tocam”. Ele ressalta que a maioria dos visitantes do espaço da Agronomia da Feira de Profissões já têm a intenção de fazer o curso e vão com um direcionamento ao seu curso de interesse.

História em miniatura

Para mais interessados nas Ciências Humanas, o curso de História preparou diversas atrações no Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica da UEL (NDPH). No corredor, os monitores apresentavam os detalhes do curso para os visitantes, convidando-os para uma volta ao passado dentro da sala do estande. Com direito a uma maquete vinda do Museu Histórico de Cambé, os convidados podiam interagir com diversos itens do acervo do NDPH: fotografias originais em preto e branco que foram coloridas manualmente, jornais da época de Ditadura Militar, vitrola, leitor de microfilme e demais tecnologias do passado.

A estudante do nono semestre do curso de História Beatriz Tomacheusk conta que a movimentação de pessoas durante a feira foi intensa. “Tivemos muita gente, principalmente na parte da manhã, interessada em conhecer o curso. Geralmente são pessoas em dúvida entre História e outra licenciatura”, avalia. Ela salienta a importância que a feira de profissões têm para os que ainda estão buscando seu caminho na graduação. “Quando eles entram aqui e veem que é possível ir muito além do que a licenciatura em si, fazer pesquisa, atuar em campos diferentes, eles expandem sua visão do curso”, conclui a estudante.

*Estagiários de Jornalismo na COM/UEL.