Projeto analisa acesso a tratamento de doenças crônicas em municípios do PR

Projeto analisa acesso a tratamento de doenças crônicas em municípios do PR

Atividade conta com participação de 20 bolsistas técnicos e tem objetivo de averiguar acesso de pacientes da rede pública a tratamentos.

Pedro Livoratti

Agência UEL


A partir desta terça-feira (20), cerca de 20 bolsistas técnicos vão realizar entrevistas com usuários de saúde de seis municípios paranaenses (Porecatu, Tamarana, Paula Freitas, Paulo Frontin, Rebouças e Teixeira Soares) como uma das etapas do projeto “Acesso a tratamento multiprofissional e interprofissional e adesão ao tratamento em pessoas com Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT)”. O projeto, desenvolvido pela UEL em parceria com a UFPR e a Unicentro, iniciou há pouco mais de dois anos por meio da Chamada Pública 11/2020, “Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS)”, financiado pela Fundação Araucária.

A proposta é averiguar acesso de pacientes da rede pública ao atendimento multiprofissional e interprofissional, bem como as terapias e práticas de Doenças Crônicas não Transmissíveis em municípios de pequeno porte do Paraná. Entre as enfermidades comuns estão hipertensão, diabetes e osteoporose.

Segundo o coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Educação Física da UEL, Mathias Roberto Loch, que atua no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde (CCS), esta é a terceira fase da pesquisa, que deverá levantar dados concretos sobre as condições de saúde da população destes municípios, bem como a qualidade de atendimento oferecida pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Professor Mathias Loch, coordenador. Contato com usuários da rede básica de saúde ocorrerá em seis municípios paranaenses, na terceira fase do projeto (Agência UEL)

Ele explica que os bolsistas técnicos foram contratados nas próprias cidades e têm formação superior. Os profissionais deverão, ao final, realizar 2 mil entrevistas com usuários do SUS. Os questionários deverão levantar questões gerais sobre saúde pública, acesso e percepções sobre o serviço oferecido.

A partir dos questionários, será possível fazer uma análise dos dados coletados que apontarão pontos fortes e fracos do atendimento. A partir de outubro, os pesquisadores pretendem iniciar a análise dos dados que gerarão relatórios a serem devolvidos às secretarias de Saúde de cada cidade envolvida. O documento deverá ser finalizado em novembro. O projeto deverá ser concluído em sua totalidade até maio de 2023.

Etapas

O estudo foi dividido em três etapas, sendo que em duas os dados já foram coletados. Na primeira fase, foi feito o mapeamento dos profissionais que atuam nos municípios. Na segunda etapa, foram investigados os profissionais de saúde vinculados a cinco Regionais de Saúde (Curitiba, Irati, Ivaiporã, Londrina e União da Vitória).

De acordo com o professor Loch, para ter acesso aos usuários das UBS, o apoio das respectivas secretarias foi fundamental. “(As secretarias) nos deram um ótimo apoio na fase anterior do projeto e, agora, em que o projeto irá investigar usuários do SUS a partir de entrevistas presenciais nos próprios municípios, tem sido ainda maior. O estudo só é possível por causa deste apoio”, destaca.

As entrevistas com usuários deverão ser realizadas com pacientes que aguardam nas filas. Ao final, a expectativa é de que o estudo gere conhecimentos que irão auxiliar na proposição de políticas e estratégias que melhorem a adesão a comportamentos considerados positivos para a saúde. O projeto também contribui para a formação de estudantes de graduação e pós-graduação e aproxima as Universidades envolvidas com os municípios de pequeno porte de sua região. A iniciativa conta ainda com a participação de alunos e professores com formação inicial em dez diferentes áreas do conhecimento: Administração, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Psicologia e Odontologia.

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